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13 PORTAS - PARTE III

Atualizado: 18 de out. de 2022


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Comecei a caminhar lado a lado com aquela figura e à medida que o medo ia acalmando, o espectro começou gradualmente a mudar a forma e passou a assemelhar-se mais e mais com uma figura humana...e quando dei por mim era um homem que tinha ao meu lado. Um homem vestido com o mesmo capuz que estavam os outros que tinha visto anteriormente.

- Bem te disse que não precisavas de ter medo. - Disse-me o homem.

- Sorri. - Mas o medo permanecia, ou melhor era algo parecido com medo, mas não podia dizer que fosse medo, talvez mais uma questão de confiança.

O corredor que percorríamos era frio, cinzento e muito pouco convidativo para se prosseguir.

- Sabes para onde te levo Eva? - Perguntou-me.

- Não sei. - Disse com sinceridade.

- Sabes...sabes sim... - Disse com muita certeza.

- Eu não sabia. - Mas nesse momento algo me ocorreu: medo de o perder, de eu o desiludir por ser como sou...e isso começou a ganhar forma na minha mente.

- Afinal sempre tens medo... - Disse o homem. - Estás preparada para o encarar? - Perguntou-me.

- O medo ou ele? - Perguntei e o meu corpo reagiu ao medo...com expectativa e medo ao mesmo tempo.

- Aos dois... - Respondeu e rapidamente desembocamos numa sala com uma enorme cama redonda no meio e espelhada no tecto. Em volta, as paredes eram cobertas de um veludo preto, cravejada aqui e ali, com pequenas pedras brilhantes, dando um ar ligeiramente mais quente ao ambiente.

Parei mal vi aquela cama e o homem sussurrou-me:

- Despe-te e deita-te na cama. - Pediu ele como se fosse o pedido mais banal do mundo.

- Mas... - Eu não sabia o que me aguardava e tinha mil e uma perguntas para lhe fazer, mas sabia que por muitas perguntas que lhe fizesse sabia que não me ia responder a nenhuma.

E sem esperar mais, descalcei as sandálias e depois desatei o cordel que atava o meu vestido e deixei-o cair no chão, ficando nua...sem nada a cobrir o meu corpo e dirigi-me para a cama, colocando instintivamente ambas as mãos a cobrirem as minhas mamas.

E nisto entra um homem, coberto com o mesmo manto que os outros todos e aproxima-se de mim e acaricia levemente o meu corpo, como se fosse uma pena e ele o estivesse a redesenhar. E os meus mamilos reagem, começo a ficar excitada com este toque e deito-me na cama, deixando-me à mercê dele. E no momento em que isto sucede, entra um homem agarrado por dois outros, vendado...e reconheço-o...é ele...e a mão que me toca vai mais longe e passa ao de leve em cada um dos meus mamilos e eu gosto do toque e quero que ele prossiga. Ele lê os meus pensamentos e a aperta cada uma das mamas e depois concentra-se num e noutro mamilo, demoradamente.

- Não posso... - Digo eu deixando a razão falar mais alto.

- Não podes o quê? - Perguntou o homem com quem partilhava a cama e que ia descendo com uma das mãos pelo meu ventre.

- Eva? - Ouço-te perguntar.

E reconheces a minha voz sem dificuldade...

- Onde estou? - Perguntou ele e nesse momento, os dois homens aproximam-no mais à cama onde estou deitada e despida...

- Estás numa experiência que eu escolhi, mas não era suposto estares aqui. - Digo com sinceridade.

- Então porque estou aqui se não era suposto, se não me convidaste para vir? - Perguntas e nesse momento a venda é-te retirada e tu olhas em redor até me encontrar e ver com outro homem.

- A venda ou as mãos amarradas? - Perguntou um dos homens que estava ao lado dele.

- As mãos amarradas...eu quero ver o que vais fazer comigo enquanto olho para ti. - Diz-me e nesse momento sinto uma culpa gigante por estar a sentir prazer....por me querer entregar àquele desconhecido...por ter medo que tu me vejas e não me queiras mais.

- Estamos no quarto do medo... - Diz-me de longe o homem que me trouxe até ali.

- Eu quero sair daqui...não quero isto...ou melhor, quero, mas quero que seja ele a foder-me....só ele...só comigo...e vocês podem assistir.

E nesse momento as tuas mãos são desamarradas e algo te é segredado ao ouvido.

Despes-te e aproximas-te de mim já com o caralho duro. Avanças sobre mim e beijas os meus lábios, não te inibindo de me trincar o inferior, fazendo-me sangrar ligeiramente.

- Lambe... - Exijo.

Não me respondes e deslizas pelo meu corpo como uma serpente, apertando as minhas mamas e lambendo um e outro mamilo até me ouvires gemer quando isso acontece de novo, mais incisivamente. Desces por mim e abres-me as pernas. Estou toda molhada, verdadeiramente excitada...e percebes que é um misto do que me dás e do que eu anteriormente experimentei.

- Puta...olha como tu estás... - Dizes enquanto me lambes os lábios da cona.

E nesse momento, só consigo dizer:

- Ainda bem que chegaste a tempo...porque eu ia foder, mas não era contigo. - Digo com medo, sabendo o que estou a confessar, mas sabendo que só isso me libertará.

- Eu sei...por isso vim...e eu tenho a chave. - E ouvir isto diz tudo o que nos liga.

- Tu? - Pergunto-lhe sem perceber.

- Superaste o desafio deles...e o meu, mas agora vou-te foder toda.

- Não devíamos sair daqui? - Pergunto, agora provocando-te claramente.

- Não...agora vamos foder...e eles vão ver...

E não fizeste amor comigo, como eu estava habituada, fodeste-me...um misto de fúria e de raiva...de desejo e de amor...tudo junto. Sabia que havia amor, mas naquele momento eu era a puta que tu gostavas de foder e tu eras o cabrão que me fodia, sem medo de mim, e por isso...depois de te esporrares todo em mim...

- Aqui tens a chave... - Dizes.

- Vem comigo. - Pedi-te.

- Não posso, as regras desta tua experiência não o permitem. - Dizes.

- Mas eu tenho medo de ir sem ti. - Confesso-te já com a chave na mão.

- Não vais sem mim, nunca estiveste sem mim...aliás se estivesses sem mim, o que tinha acontecido aqui era diferente. - Dizes a verdade.

- Vem comigo. - Peço de novo.

- Posso? - Perguntou ele para o homem que me trouxe até ali.

- A experiência é tua, mas se queres prosseguir com ele, o caminho é o teu e tens a nossa permissão.

Visto-me rapidamente e tu cobres-te de novo com aquele manto e voltamos à porta de entrada...e saímos até aquele longo corredor.

- E agora? - Perguntas com um certo gozo na voz...

- Agora temos mais 11 portas...tens a certeza? - Pergunto tentando demover-te.

- Não sei porque esperamos... - Dizes com sorriso perverso.

- Que porta queres abrir? - Perguntei eu, tentando que também ele jogasse comigo.

- A experiência é tua...és tu que escolhes Eva. - Dizes-me.

E sigo para a porta 7 e contigo ao meu lado, mas antes de rodar a maçaneta da porta, olho para ti e volto a perguntar.

- Vamos mesmo? - Pergunto-te.

- Sempre...

E o sempre fez-me rodar a maçaneta e entrar contigo. O que nos aguardava ali? Nenhum dos dois sabia, mas estávamos juntos...


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