13 PORTAS - PARTE IV
- Eva Ribeiro
- 6 de out. de 2020
- 4 min de leitura
Atualizado: 18 de out. de 2022

A porta fecha-se atrás de nós e nesse momento a minha mão procura instintivamente a tua e que percebo nesse momento que já vinha ao encontro da minha. Os dedos entrelaçam-se e sabemos que nada nos irá separar, vergar ou magoar...pois somos um só em dois corpos.
- Boa noite Eva. Vejo que mudou as regras do jogo por ter superado, com excelência uma das provas. - Ouvi uma voz de uma mulher, mas que eu ainda não conseguia ver o rosto. - Parabéns! Mas entraste na porta 7 e esta é a porta reservada aos limites. Quais sãos os teus Eva? - Perguntou ela e nesse momento aparece uma mulher com o mesmo manto que todos vestiam...apenas com um body por baixo, rendado e semi-transparente. - E os teus? - Perguntou olhando para ti.
Ficaste um tempo parado a olhar para mim e dizes o que eu não esperava ouvir por palavras:
- O meu limite és tu. - Disseste-lhe mas de olhos voltados para mim. Fazes-me estremecer com a sinceridade.
- Eva? - Voltou-me a inquirir a mulher. - Preciso de saber...quais são os teus limites... - E nesse momento, olho para ti e a resposta é a mesma. E pensei, embora não o dissesse, pensei: tu és a minha vulnerabilidade, sem dúvida nenhuma...mas eu tenho medo de dizer isso em voz alta.
- Obrigada pela tua resposta Eva. - Diz ela com firmeza, tendo lido, naturalmente o meu pensamento.
- Mas eu não disse nada...ainda. - Digo eu com medo.
- Tens medo de admitir o mesmo? - Perguntas-me, estranhando aquela postura defensiva.
- Tenho medo de me perder...de te perder...de me sentir vulnerável por isso...
- Pára. - Dizes tu. - E tu achas que eu não tenho? O que mais me custou foi mudar...e estar assim...nas tuas mãos. - Confessas o que eu já sei.
Ele tinha razão, mas o meu medo era grande...de te perder e da vulnerabilidade que sentia em entregar-me a ti.
- O meu limite és tu... - Digo com tom de voz mais baixa.
- Muito bem, agora que ambos disseram o mesmo, eu vou pedir que cada um entre em cada uma destas portas. São dois quartos...onde ambos receberão uma visita...mas tu Eva entras neste quarto e tu neste. - Explicou e o meu coração começou a bater descontroladamente.
- Eu quero ir com ele. - Digo mas temendo que isso não vai poder suceder.
- A diferença dos quartos é grande...mas a base foi o que me revelaram. Por isso, boa experiência. - Disse ela e dei-te um beijo antes de entrar e disse-te: - Tenho medo...
- Não tenhas...confia em mim e em ti. - E é nesse momento que entendo a prova de confiança a que nos submetem... a ti e a mim. Entramos, cada um em cada quarto...e automaticamente a porta fecha-se. Entre 4 paredes, uma da quais espelhada...sinto-me presa e fujo para a que tem o espelho...e que sem saber te esconde do lado de lá, precisamente no outro quarto, mas que te permite ver tudo o que se passa no meu. Eu não sei isso nem tu...julgas que te vejo...mas a minha expressão mostra-te que não.
E nesse momento percebes o medo que tenho de estar só mesmo sabendo que estás ali...que és meu como nunca ninguém foi. É nesse vidro que bato...
- Socorro...tirem-me daqui...
- Eva, meu amor...aguenta... - Dizes mas não te ouço e tu sabes isso. Percebes o meu sofrimento, vês o meu medo...e tu próprio tentas sair dali para me ir buscar, mas estás preso tal como eu. A porta abre-se...e entram dois homens com capuz. Mal os olho, mas aproximam-se de mim.
- Larguem-me. - Digo quando tentam despir-me. - Levem-me até ele. - Pedi.
- És tão bonita. Fodemos primeiro e depois quando voltares a sair por aquela porta, ficará tudo na mesma. - Disse ele roçando ao de leve uma das mãos numa das minhas mamas.
Do outro lado tu socavas a parede...
- Mesmo que ele não saiba eu não quero trair o que nos liga...o que temos...ele é o meu dono e eu até posso morrer neste quarto, mas só ele pode tocar-me.
Eles saíram pouco depois e eu fiquei encolhida num dos cantos. Nisto a porta volta abrir-se e já não levanto os olhos...mas o perfume denuncia-te e sem dizeres uma palavra estendes a mão para mim e ergues-me.
- Qual é o teu limite Eva? - Perguntas de novo já comigo nos teus braços.
- Tu e o teu? - Pergunto.
- Tu...Sempre foste tu.
A porta volta a abrir-se e a mulher de capuz entra de novo...desta vez sem nada por baixo e entrega-nos a chave para sair dali.
- Antes de sair gostava de.... - Digo eu, mas paro a meio...
- De me tocar? - Pergunta ela, lendo o meu pensamento e exibindo por baixo do manto com capuz o corpo nu... as mamas redondas e o ventre liso e que terminava nos lábios da cona...
- Sim...e de... - E queria ver-te a fazer o mesmo, mas apenas pensei.
- Esta é a porta dos limites...é isso que vocês querem? - E entreolhamo-nos com a cumplicidade de sempre...e ambos respondemos ao mesmo tempo:
- Sim....
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