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CARRUAGEM 3 - PARTE II

Atualizado: 9 de set. de 2020


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No dia seguinte entrei no metro, mas muito mais atenta a outros detalhes…dei por mim a reparar nas pessoas, a forma como se olhavam, a reparar em pormenores que até àquele dia não tinham tido qualquer relevância aos meus olhos. Hoje até o sol que via ao atravessar a ponte para o outro lado da cidade captou a minha atenção e o livro estava guardado na carteira e previa não pegar nele até ao fim da viagem. Não sabia ao certo quando é ele iria entrar, pois não tinha reparado, no dia anterior, a paragem em que ele tinha entrado, por isso o meu olhar era atento a todos os pormenores. A dada altura, já tendo passado demasiado tempo, apenas levantei os olhos para o revisor e mostrei o meu passe e voltei a pegar no meu livro. A blusa semi-transparente com bolinhas pretas e que apenas cobria um top escuro, terminava uma saia rodada, plissada, de uma época que não era a minha, mas eu adorava recriar. Os saltos altos compunham o meu semblante…que passou de vigilante a cinzento…sem brilho, apesar do brilho que eu emanava.

- Está ocupado? – Perguntou a voz de um homem que, depois de lhe ter respondido que não, se sentou, ficando a olhar-me. Tentei tapar o que não me era possível esconder e entrei no meu mundo, pela minha mão e deixei o mundo de fora continuar sem mim. O homem disse mais qualquer coisa e sorri, sem sequer ter ouvido o que ele dissera.

E chegara a minha paragem. Saio e continuo o meu trajecto, pequeno até chegar à empresa.

Pouco mais me lembro desse dia….e do seguinte…e do seguinte…mas todos os dias fazia questão de vestir algo diferente, algo que me distinguiria, apesar de já achar que não voltaria a vê-lo. E as travessuras da menina má continuavam a acompanhar-me e estava a chegar quase ao fim do livro quando ouço uma voz familiar proveniente do banco de trás.

- O lugar ao teu lado está ocupado? – Perguntou-me…e reconheci a voz, mas estava tão distante que só naquele momento me dera conta do perfume dele.

Não respondi, uma semana depois e honestamente o vestido estampado que escolhera e que realçava as minhas formas, já nem me parecia apropriado. Não trazia qualquer roupa interior por baixo…nem soutien, nem as cuecas…e a voz dele fora o rastilho.

- Depende de quem pergunta. – Disse continuando focada no meu livro, fingindo uma indiferença que não sentia, mas queria transmitir.

- Sentiste a minha ausência? – Perguntou-me depois de já estar sentado ao meu lado.

Olhei-o nos olhos e tentando mostrar-lhe o ar mais entediado possível, respondi-lhe.

- Estiveste ausente? – Perguntei e continuei a olhar o meu livro, mas já sem nada ler.

- Não reparaste? – Perguntou-me….tentando chamar a minha atenção. – Tenho algo que precisas de vestir.

- Dá cá. Eu guardo e peguei, sem qualquer interesse, nas cuecas que me entregou e guardei na carteira e continuei a olhar o meu livro.

- Vais fingir ignorar-me por mais quanto tempo? – Perguntou-me.

- 1 semana, pode ser? Depois pode ser que repare… - Disse e continuei a olhar o meu livro.

- É muito tempo…preciso que repares agora. Aliás preciso que venhas comigo à casa de banho. – Disse com o ar mais banal e confiante do mundo.

Olhei para ele e estava à espera de lhe mostrar o desprezo que não sentia, mas que queria que ele sentisse, mas naquele momento…ver a expressão perversa que ele manteve no rosto, fez-me fazer algo que nem eu contava. Dei-lhe um valente estalo e disse-lhe baixo:

- Nunca se deve fazer esperar uma senhora…. – Disse e olhei pela janela.

Sei que ficou agarrado ao rosto, sem reação, mas o que me disse…repôs o equilíbrio que eu não imaginava ser capaz de existir.

- És uma puta…como eu gosto, e eu um cabrão, um grande filho da puta…e adoramos fazer este tipo de jogos….

- Pára lá com esse discurso ensaiado…não tenho tempo, nem paciência. – Disse a verdade e nesse momento só me apeteceu sair do comboio.

- Abre os botões desse vestido e deixa-me ver essas mamas, esses bicos já duros pelo que te estou a provocar…

- Vai-te foder….- E levantei-me e fiquei de pé perto da porta, mas ele seguiu-me.

- Quero foder-te…aqui.

- Vá…vamos à casa de banho, fodemos e depois eu mudo de carruagem e desapareces, temos acordo? – Perguntei com a maior frieza.

- Peço desculpa…devo-me ter enganado na mulher. – Disse e afastou-se de mim, deixando-me a sentir a pior pessoa à face da terra.

Desta vez ocupou o lugar da janela e sentei-me ao lado dele.

- Porquê? Porque é que és tão puta? Tão fria? Tão fingida, quando queres…quando te ligas?

- Por medo. – A resposta saiu derrepente…

- Meto-te medo? Tens medo de mim? – Perguntou-me.

- Não…

- Então que se passa? – Perguntou.

- Saio daqui a três estações e se for para foder…vamos agora ao WC. Vens? – Perguntei-lhe.


E levantei-me e ele seguiu-me pouco depois, fechando a porta do pequeno compartimento depois de entrar. Não fora precisas palavras para os botões do meu vestido se abrirem, deixando-me completamente nua perante o olhar atento dele…e que rapidamente se focou nas minhas mamas e em lamber a minha cona….para rapidamente me virar de costas para ele e me esfregar o caralho duro na cona, até me começar a foder.

E com o tempo fodeu-me…como eu precisava, mas tocou a minha alma…e vim-me quase ao mesmo tempo que ele.

- Visto as cuecas depois de o esperma escorrer por mim…

- Vais sair assim do metro?

- Sim…preciso…quero…gosto… - Admiti.

- Vou contigo. – Disse saindo comigo, já com o seu fato Boss impecavelmente alinhado.

- Qual é a sensação? – Perguntou enquanto caminhávamos lado a lado.

- Liberdade… - Digo e sinto o esperma escorrer à medida que caminho.

- Fazes isto muitas vezes? – Perguntou-me.

- Não, é a primeira vez…

- E tu quantas mulheres engataste com o teu fato Boss no metro? – Perguntou.

- És a primeira que me faz desviar a atenção das estações…do caminho…e quantos houve que te fizeram o mesmo ou algo parecido? – Perguntou.

Parei e olhei para ele. Não respondi….nem podia.

- Vamos sentar-nos naquele banco de jardim…vou abrir o meu livro e tu vais-me masturbar até eu me vir, misturando fluidos…o teu e o meu….

- Fiz uma pergunta…

- E eu quero algo em troca…. – Exigi.

- Apetece-me bater-te, torturar-te…até implorares, contares tudo…- Diz-me.

- Hoje não…amanhã logo se vê. – Disse, sentando-me no banco de jardim e deitando-me com a cabeça no banco e as pernas sobre as dele….

- Puta…

- Sou tão puta como tu cabrão… - Digo e já sinto as mãos dele em mim, e a paisagem distorce-se quando o prazer toma conta lentamente do meu corpo…enquanto ele me vai tocando e lendo…sim, pegara no meu livro, e começara a ler onde tinha parado…. – A combinação perfeita…a mistura dos sentidos todos…

E sinto a ereção dele por baixo das minhas pernas e toco no caralho dele, ao de leve, ouvindo os suspiros dele pelo meu toque inesperado.

- Se continuares vou-me vir aqui e sujar-me todo. – Confessa-me.

- Posso parar…mas tu não paras…afinal eu tenho ainda umas cuecas para vestir…e tenho um vestido….

- Não pares…


E nunca mais parei…nem de andar de metro, nem de me encontrar com ele…e foi assim durante um ou dois anos, até seguirmos os dois de carro na mesma direção…e eu já grávida…


FIM

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