DANIELLE - PARTE I
- Eva Ribeiro
- 13 de set. de 2022
- 3 min de leitura

Chove…chove mesmo muito…e o vento, esse uiva ao percorrer as janelas aqui em casa. Estou sozinha, apenas com uma música de fundo e deitada no sofá da sala, apenas vestida com um top de alças e umas cuecas. Apesar de ainda ser verão e não estar propriamente um dia frio, todo aquele cenário dantesco no exterior faz-me querer cobrir o corpo com uma manta que habitualmente tenho próxima do sofá. Reclinei-me e desliguei a música, porque a natureza brindava-me com a melhor banda sonora que havia. E entre a chuva e o vento, misturado com a fantasia que atravessava a história do livro que lia, os meus olhos fecharam-se e, contrariamente ao que costumo fazer, não ofereci resistência e deixei-me ir.
Acordo com um violento trovão, mas que não me assusta, apenas me faz ir até perto da janela…abri-la ligeiramente e ficar a contemplar o melhor espetáculo de luz e som do mundo. Sinto-me invadida por uma paz tão grande que quase me passa despercebido o toque do telefone.
- Demoraste… - Ouço-te do outro lado dizer. Não era uma reclamação, senti que era mais uma preocupação do que outra coisa.
- Sim… - Digo evasivamente ainda presa à janela, mas agora com ela fechada.
- Está tudo bem? – Perguntas-me, aquilo que habitualmente sou eu a perguntar, mas estranhaste certamente a minha ausência de reação a ti…a minha inércia.
- Sim, está. – E volto a deitar-me.
- Que fazes? – Perguntas.
- Estou deitada no sofá a ouvir a tempestade que está lá fora. – E deixo-me ficar embalada por aquele som.
E de repente um silêncio instala-se e deixo-me ficar a ouvir o vento, a chuva embater nos vidros e sinto uma vontade imensa de me tocar, mesmo sabendo que estás do outro lado da linha e honestamente, sem saber muito bem onde estás ou se estás ocupado.
- Este tempo…….hmmm… - E afasto a manta que entretanto tinha por cima das minhas pernas e toco-me por cima das cuecas. – Hmmm. – Não consigo travar o impulso. – Talvez seja melhor desligar, nem sei se estás ocupado e eu preciso de me masturbar…agora. – Digo, ignorando por completo o efeito que as minhas palavras possam ter.
- E se te disser que daqui a meia hora vou ter contigo, esperas por mim? – Perguntas-me e a minha mão deixou as cuecas e já toca no mamilo que se destaca no top claro.
- Não sei se consigo… - Digo com sinceridade. – Mas podemos sempre negociar…
- Eu gosto de negociar contigo. Estou a fechar o PC, a pegar numa garrafa de vinho. Aliás, pensando melhor, acho que vou levar duas. A pegar no casaco, chaves, só falta calçar-me e acho que talvez em 15 minutos esteja aí. – Dizes e ouço-te fechar a porta de casa e caminhar.
- Não desligas? – Pergunto eu desejando que isso aconteça.
- Não.
- Porquê? – Pergunto como se não gostasse de ser contrariada.
- Porque se eu fizer isso, tu vais tocar-te e quero ser eu a dar-te o primeiro orgasmo. – Dizes e aquele controlo que tentas exercer sobre mim ainda me deixa mais excitada do que estou.
- Não estás a ajudar…deixa-me… - Peço.
- Não, shhh… - E ouço o motor do carro e percebo que me começas a ouvir em alta-voz. – Fala comigo.
- Vem devagar…está muito mau tempo. Ai….fodasss…. – Digo quando sinto o meu corpo implorar pelo toque que tarda em chegar.
- Pára…10 minutos… - Exiges e eu tento controlar-me. – Temos algo para jantar? – Perguntas, tentando desviar o alvo do meu desejo.
- Sim, antes de vir para casa passei no supermercado…e….vou tirar as cuecas, não são as mais bonitas…brancas com uns desenhos e um pouco maiores do que costumas ver.
- Não o faças. Quero-te assim…5 minutos e estou a chegar. – Informas-me.
- Tanto tempo? – Pergunto. – Só um…vá lá…
- Não…ah…e fico aí, se quiseres e desejares, claro. – Dizes o que eu costumo ouvir.
- Está bem, tens é de te despachar. – Digo. – Estou naquele ponto que se penso em algo sexual, venho-me sem me tocar…
- 2 minutos e estou quase a estacionar. – E o tempo demorou a passar, mas rapidamente ouço a campainha e pouco depois estás à porta. – Puta…
- Cabrão, tiveste sorte, muita sorte.
E a porta fecha-se e puxas-me para ti.
- Vamos ver se dizes isso agora.
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