ELENA - PARTE I
- Eva Ribeiro
- 31 de mai. de 2023
- 7 min de leitura

- Onde vamos? – Pergunto eu com a minha curiosidade inata e aquele brilho lascivo no olhar.
- Pensei que poderia ser interessante irmos a um bar de putas, que te parece? – Perguntas sabendo de antemão a minha resposta.
- Parece-me que tenho que escolher um vestido diferente. – Digo e aproximo-me de ti, beijo os teus lábios e trinco o teu lábio inferior com suavidade, afastando-me pouco depois, mas sem tirar os olhos de ti e à ereção que o teu caralho já evidencia por detrás das calças. – Não me demoro. – Digo enquanto me afasto, deixando cair o outro vestido que tinha vestido, propositadamente para que visses a roupa interior que tinha por baixo. Vês-me desaparecer e não tardou muito que escolhesse outro vestido, mais curto, com um decote pronunciado e te dissesse com o ar mais sereno do mundo.
- Vamos? – Pergunto-te, reparando na calça de ganga escura e na camisa de um azul-clara que tens vestida.
- Vamos, mas contigo assim vestida, o meu caralho não desce. – Dizes-me e puxas-me para ti.
- De noite ninguém nota. – Respondo-te, tentando resfriar a excitação que eu sinto.
E saímos de casa rumo ao bar. A música que passava no carro preenchia o nosso silêncio, um silêncio cúmplice, consentido e com cheiro a pecado.
- Já alguma vez vieste aqui? – Perguntei ao ver alguns carros estacionados à porta do bar.
- Não, apenas ouvi falar. – Respondeste-me serenamente.
- Tens a certeza que queres entrar comigo? Poderei ser a única mulher ali…
- Sim, tenho a certeza. E sim, sei disso e isso excita-me. – Dizes-me e vejo de novo o teu corpo a dar-me sinal do teu sentir.
E caminhamos lado a lado, até eu sentir a tua mão procurar a minha e os teus dedos entrelaçarem os meus.
Entramos no bar, luzes vermelhas e arroxeadas ornamentavam o espaço e as mesas, salpicadas aqui e ali com um grande espaco no meio. Não tardou muito a termos quase todos os olhos fixos em nós, em mim sobretudo. Apontaste para uma das mesas ao fundo do bar, aquela que estrategicamente tudo permite ver e eu segui-te, sem hesitar, sentando-me num dos bancos e de frente para o palco.
Pedimos um gin cada um, o meu de frutos vermelhos, o teu simples com tónica. Fizemos um brinde a nós e depois trocamos um beijo.
- Não sou a única mulher aqui, há mais duas para além de mim. A que está no palco e a que está numa mesa do outro lado. Reparaste nisso? – Digo enquanto saboreio o meu gin.
- Sim. – Dizes e imitas o meu gesto, voltando o olhar para a mulher que desliza no meio da sala e vai dançando sensualmente para si e para quem a observa.
Olho-a com mais atenção. Morena, olhar intenso, mas distante e o corpo esse era bem definido. Um bom rabo e umas mamas que me pareciam um pouco pequenas, mas atendendo que ainda estava vestida, não podia dizer muito mais. Olhei para ti e o teu olhar estava fixo nela, nos movimentos dela e sem desviares o olhar, perguntas-me.
- O que queres saber?
- Em que pensas? – Pergunto-te.
- Em ti, em nós, no que nos liga e nos permite estar aqui hoje e partilhar aquilo que quase ninguém consegue. – Dizes-me.
Fico a olhar para ti e vejo que o teu olhar, só nesse momento, se desvia da mulher que está a dançar no meio da sala e fixa a outra mesa, onde está a outra mulher.
- Não sei se já reparaste bem na mulher que está na outra mesa… - Dizes parando o pensamento propositadamente.
- Sei que está acompanhada com um homem, mas ainda não lhe dediquei a atenção que queria. Mas porquê? Algo que eu deva saber? – Pergunto, sorrindo.
E nesse momento pegas na minha mão e olhas nos meus olhos.
- Achei que ias gostar de saber que não estão juntos. – Dizes e não entendo bem o que dizes.
- Não entendo o que queres dizer. – Digo e espero que me expliques.
- Não são um casal como nós, até diria que se conheceram há pouco tempo. – Dizes e desvias o olhar para a mulher que tirou agora o vestido, ficando apenas em lingerie.
Antes de prosseguir fico a observar-te olhar para a mulher que dança diante dos nossos olhos. E deixo-te perdido na dança dela, embora querendo saber mais.
- Não há intimidade, não se demonstram cumplicidade como nós. Arrisco-me a dizer que se conheceram hoje e vieram aqui com o pretexto de ter um preliminar antes de irem para o motel. – Dizes.
E as alças do soutien rendado da puta deslizam, em sentido descendente, e antecipo o mesmo que tu. Suspiro e vejo-a libertar-se lentamente do soutien, exibindo o seu corpo, exatamente como o tinha idealizado.
- E digo-te mais. – Continuas por me dizer. - Ela não está muito contente com este encontro. Observa-a agora, pois ele deve ter ido ao WC. – Dizes e o teu olhar continua fixo na puta e o meu fixa-se agora na mulher.
- Como consegues estar a olhar para uma e a perceberes isso tudo? – Perguntei, mas continuei a questionar-te. – E da puta gostas? – Pergunto-te.
- Sim, aquelas maminhas são boas e aquele rabo, promete. – Dizes e percebes que me levanto do banco.
- Já volto. – Digo-te sem qualquer outra explicação.
E saio da tua beira, percorrendo o bar e aproximando-me da mesa dela, pois percebo que o acesso ao WC é por aquele lado. Paro para lhe perguntar onde é o WC e toco-lhe no braço, uma carícia leve, mas propositada. Ela indica-me o mesmo caminho que ele seguiu e eu agradeço e prossigo em direção ao WC, mas antes disso não me inibo de lhe dizer o raro que é encontrar outra mulher num bar destes. E pergunto-lhe se está a gostar. Confessa-me que nunca veio a um bar destes e digo-lhe o mesmo, mas diz que até está a gostar, do bar, mas não da companhia. E naquele momento não perco a oportunidade de lhe dizer que se quiser vir até à nossa mesa e despachá-lo, poderá ser divertido. E nisto o suposto amigo chega e ouço-a dizer que vai ao WC e eu afasto-me lentamente e percebo que ela me segue até ao WC.
- O tipo é uma seca, socorro. – Diz-me enquanto me vê entrar numa das divisórias interiores.
- Porque não lhe dizes que não estás a gostar e lhe dizes que queres ir embora? – Perguntei, abrindo a porta pouco depois.
E nesse momento reparei na beleza dela. Olhos cor de amêndoa e que contrastavam com o preto dos seus cabelos lisos e que lhe pendiam até meio das costas, mas era a franja que tinha na testa que lhe dava um ar mais coquete. O vestido florido que vestia era em cetim e apesar de não ter qualquer decote, pois apertava em volta do pescoço, salientava as formas dela. Adivinhava o tecido acetinado também da roupa interior e que fora propositadamente escolhido para não se notar através do vestido, que lhe dava pelo meio das pernas.
- Gostas do meu vestido? – Perguntou ela, percebendo que eu estava a observá.la.
- Sim, apesar de largo, salienta-te as formas. – Digo eu dirigindo-me ao lavatório mais próximo para lavar as mãos. – E…gosto. E vou ter com o meu namorado. Vens? – Pergunto.
- Contigo? Ia já. – Respondeu-me.
- Espero-te. O convite está feito. – E saio, deixando-a para trás propositadamente.
Alcanço pouco depois a nossa mesa e vejo-te perdido entre mim, a mulher atrás de mim e a mulher que já está nua e que se move sensualmente apoiando-se numa cadeira, estrategicamente colocada no meio da sala.
Nada te digo e tu ficas a olhar para mim, como que a tentar perceber o que se passa, o que se passou e eu bebo um pouco mais de gin.
- O gin está divinal. – Digo e olho para ti, tentando a custo manter um semblante cerrado pois não quero que percebas o que aconteceu.
- Não tens nada para me contar? – Perguntas-me.
- Isso pergunto eu…ela já está nua e eu perdi este momento. E tu estás excitado? – Pergunto-te.
Dizes o meu nome…e aguardas. Digo o teu nome e sorrio para ti.
- Primeiro tenho de te dizer que tens razão, de facto não estão juntos e a noite não está a correr muito bem. Segundo, ela está ansiosa por ver-se livre dele e terceiro, se o fizer, vem ter connosco. – Digo e dou mais um gole no meu copo.
- Como é que tu sabes isso tudo, apenas com uma ida ao WC? – Perguntaste-me.
E contei-te tudo o que tinha acontecido.
- Contente? – Perguntei-te.
- Mais excitado, até porque estou a adorar a forma como ela nos olha. – E aproximaste-te de mim para me dar um beijo e sinto a tua mão no meio das minhas pernas.
- E a puta? Conta-me porque eu quero saber. - Peço.
- Veio aqui quando foste ao WC. Tem umas mamas boas. E roçou-se em mim, ias gostar de ver. – Dizes e sinto os teus dedos tocarem-me nos lábios através do tecido das cuecas.
- Hmmm. – Gemo e não te impeço o toque.
- Não te incomoda que alguém possa perceber que te estou a tocar? – Perguntas-me.
- Não. – Digo e emito novo gemido.
- Não? – Perguntas e sinto os teus dedos afastarem o tecido das cuecas.
- Quero que vejam. – Digo, sem reservas.
- Porquê? – Perguntas-me, enquanto uma das alças do vestido cai ligeiramente, deixando uma parte do soutien à vista.
- Porque isso me excita. – Respondo-te e começo a tocar-te por cima das calças.
Sinto o teu caralho duro e ouço-te dizer o que já adivinhava.
- A tua amiga aceitou o teu convite. – Dizes-me.
E olho-te nos olhos e sinto o teu olhar em mim.
- E tu aceitas o meu convite? – Pergunto-te.
- Há dúvidas? – Perguntas-me.
- Nenhuma.
E nisto ela aparece na nossa mesa.
- Olá, eu sou a Elena. Posso juntar-me a vocês? – Pergunta ela timidamente.
- Agora ou também depois? – Brinco e devolvo a pergunta.
- Agora e depois? – Responde ela e sorri.
- Olá. Eu sou o Alexandre e a Luisa julgo já teres conhecido no WC. Queres beber alguma coisa? – Perguntaste simpaticamente.
- Acho que vou beber o mesmo que vocês.
E ela escolheu um gin igual ao que eu tinha pedido para mim e eu aproveitei para pedir outro, desta vez simples.
- Um brinde a nós...os três. – Digo e ergo o copo na tua direção e dela. E aproximo-me de ti e beijo-te como habitualmente e beijo-a também a ela, demorando-me mais nos lábios dela. Instintivamente levo a mão às tuas calças e sinto o teu caralho latejar.
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