LA PIZZERIA - PARTE I
- Eva Ribeiro
- 12 de fev. de 2021
- 7 min de leitura

- Aqui tem o seu pedido. Para quem é a lasanha? – Perguntou a empregada do restaurante antes de pousar um dos pratos que trazia na nossa mesa.
O restaurante italiano que escolhemos para almoçar ainda estava um pouco vazio àquela hora, mas sempre preferimos fugir das horas de maior movimento.
- Para mim. – Respondeste e rapidamente ela colocou o prato à tua frente.
A etiqueta exigia que também me perguntasse a mim o mesmo e por isso aguardei que o fizesse, tranquilamente.
- Pediu Fusilli com frutos do mar, certo? – Perguntou-me olhando e acenei afirmativamente.
- Sim, pedi. Obrigada. – Digo e ao olhar para ti percebo que estás a reparar no decote que a blusa da empregada exibe. E ao perceberes-te observado, tocas-me com um dos pés por baixo da mesa e sinto o teu sapato tocar ao de leve na minha perna. – Eu vi… - Digo fingindo ciúme.
- O que viste tu? – Perguntas depois de meteres uma garfada de um dos teus pratos preferidos à boca. E a pergunta quase me deixa furiosa, mas tem o efeito de também me excitar.
- O teu olhar. – Digo rodopiando o meu garfo em redor da massa, levando depois o garfo à boca e só depois fixando o meu olhar no teu.
- Estás a excitar-me…a forma como enrolas a massa no garfo, como o levas à boca. És capaz de parar? – Dizes num tom que já adivinho ser promissor de algo, no entanto, sei bem o gesto que fiz e claramente o efeito que provoquei. E não, definitivamente não serão as tuas palavras que me vão parar.
- E tu ainda não me respondeste. – Digo, continuando a comer com a mesma sensualidade…repetindo o gesto e voltando a perguntar: - O que viste tu?
- Vi um par de mamas que me excitou…até me admira não teres reparado! – Dizes e desta vez e tocas ao de leve na minha mão…
- Eu reparei, mas tu estavas tão compenetrado no decote que nem te apercebeste. – Digo, ignorando-o.
- Afinal reparaste… - Dizes com um sorriso perverso que eu tanto gosto de ver desenhado no teu rosto.
- E já agora que falamos da empregada, por acaso reparaste na cor do soutien dela? – Perguntei, continuando a saborear a massa e deliciando-me com mais um gole chianti…só voltando a olhar para ti depois de pegar no guardanapo e o levar aos lábios.
- Não, mas tu reparaste. Queres-me dizer? Pelos vistos não fui o único que vi. – Dizes tu por fim, provocando-me.
- Nunca és o único… - Digo deixando a questão no ar.
- Agora deixaste-me curioso. – Dizes-me e continuas, sabendo que vou tardar a responder se não fizeres a pergunta que eu quero ouvir. – Diz-me a cor do soutien dela. – Pedes-me, sem hesitar.
E surpreendo-te quando deixo cair propositadamente o meu garfo no chão e volto a chamar a empregada que não tarda em se aproximar da nossa mesa.
- Peço imensa desculpa por estar a incomodá-la, mas será que me pode trocar o meu garfo, pois caiu no chão? – E ao fazer este pedido, reparo no teu olhar, no decote da blusa branca que ela traz…na saia justa que lhe molda as formas e no avental a condizer que traz preso à cintura com um bolso, certamente para guardar alguns objectos de utilidade que precisa para anotar os pedidos dos clientes.
- Claro que sim. Trago-lhe já. – Diz ela, pegando no garfo que deixei cair e levando-o. Olho para ti de seguida e ouço o que já me habituaste a ouvir.
- És tão puta. – Dizes aquilo exactamente no tom que eu gosto de ouvir…com o timbre certo…e fico imediatamente excitada.
- Qual era a cor, meu amor? – Pergunto-te provocadoramente, enquanto dou um trago no meu vinho.
- Diria entre o beje e cor de rosa, uma cor clara, mas definitivamente não era branco. – Dizes-me.
- É rendado ou liso? – Pergunto-te, deixando-te quase a salivar.
- Tu reparaste nisso? – Perguntas-me intrigado.
- Sim…tive tempo para isso, enquanto fizemos o pedido, enquanto ela te perguntou se a lasanha era para ti…tive tempo para apreciar-te e a ela. – Digo e finalmente a empregada aproxima-se da nossa mesa e que agora já se encontra com mais clientes em volta.
- Aqui está senhora. Estão a gostar? – Pergunta ela e reparo nos lábios carnudos, no olhar de cor clara, nos cabelos castanhos soltos e apenas presos com um gancho atrás.
- Muito…estou deliciada. E tu amor? – Perguntei, trincando o lábio e tu ficas a olhar para mim. E naquele momento, mesmo sem confirmar, sei claramente a ereção com que deves estar.
- A lasanha está divinal…das melhores que já comi. – Dizes e percebo a dificuldade em manter alguma serenidade nas palavras que proferes.
- Vou deixá-los desfrutar o resto do almoço. A casa está a começar a ficar completa e tenho ainda muitos clientes para atender. Se precisarem de mim, estarei por perto. – Diz ela simpaticamente e quando nos deixa, sou eu que te digo.
- Cabrão…porque estás com o caralho duro? – Pergunto eu e nesse momento é no meu decote que te fixas, pois percebes que os meus mamilos sobressaem no tecido.
- E tu, minha puta, sabendo disso porque estás igualmente excitada com o facto de saberes isso, sem sequer confirmares? - Perguntas-me, mas sem me desarmar. A cumplicidade que temos já nos permite afirmar algumas coisas com tanta certeza. Sentir sem ver....a intimidade era isso mesmo.
- Para tua informação o soutien é rosa claro e rendado...e.... - E parei propositadamente para continuar a saborear aquela massa deliciosa.
- És capaz de continuar?! - Pedes-me, dando nova garfada na lasanha.
- Que tal a lasanha? É mesmo boa? - Pergunto, deixando-te naquele limbo...de querer mais e de tortuosamente te fazer esperar, como tu adoras fazer quando me obrigas a esperar para receber uma prenda que me aguarda.
- Está divinal, queres um pouco e depois continuas? - Perguntas, tentando negociar.
- Sim, quero provar... - Digo e dás-me no teu garfo e enfias na minha boca. Fecho os olhos e saboreio...adoro....
- Continua...
- O soutien não é acolchoado, a renda está directamente sobre a pele e rapidamente se percebe a forma das mamas dela...a marca que o tecido deixa na camisa...e acredito que as cuecas sejam da mesma cor. Vamos perguntar-lhe... - Digo, mantendo-me fiel a uma curiosidade que te excita.
- Tenho o caralho duro Catarina. Por favor...vamos terminar o almoço e...
- Mas eu quero saber. Queres ouvir dela ou de mim depois de lhe perguntar quando me levantar para ir ao WC? - Perguntei-te e deixo-te algum tempo a pensar. - O que mais te excita...diz cabrão... - Peço e sei o quanto começo a mexer contigo.
- Pergunta-lhe aqui. Quero ouvir...a pergunta...a forma como a fazes e a resposta. - Dizes continuando a comer gulosamente a lasanha.
E chamo-a de novo e ela não tarda em se aproximar de nós.
- Está tudo bem? - Perguntou ela quando se aproximou.
- Não...fizemos uma aposta e eu não quero perder. - Digo erguendo os olhos para ela. - Pense que estamos de passagem e não voltaremos a ver-nos. - Percebi que ficou intrigada e ergueu os olhos para as restantes mesas para ver se estava a ser chamada para alguma delas, mas percebendo que estava tudo tranquilo, voltou a encarar-me e depois olhou para ti.
- Que aposta fizeram? - Perguntou por fim.
- Eu aposto que as suas cuecas são fio dental e em rosa claro rendadas...ou seja, escolheu as cuecas a combinar com o soutien. O Daniel acha que não é necessariamente verdade. Eu gostava de saber se acertei pois terei uma recompensa e ele um castigo. - Ela ouviu-me e percebi que a forma como lhe disse aquilo a deixou curiosa...tive a sensação de que queria ouvir mais, saber mais, mas o trabalho estava a obrigá-la a um duplo esforço de concentração.
- Saio às 17h00...mas não revelo...terão de ser vocês a descobrir. - Diz e abandona a nossa mesa deixando-nos aos dois com a mesma sensação.
- É de mim ou ela convidou-nos para...? - E não terminas e eu levanto-me e vou ao WC como tinha pensado à pouco.
Sei que te deixei em suspenso e de pau feito...a latejar...
Passo por ela e ignoro-a, mas desfilo em direção ao WC e já em frente ao espelho, vejo-a entrar e encostar-se à porta para que ninguém entrasse.
- Isso era um convite? - Perguntei eu nem olhando para ela, mas retocando a maquilhagem diante do espelho da casa de banho.
- Podia ser...afinal não vos voltaria a ver...e... - Parou propositadamente.
- Apetece-me fazer algo diferente... - Confessa.
- Vou voltar à mesa, mas diz-me uma coisa...já alguma vez estiveste com um casal? Com uma mulher? - Perguntei já próximo dela, a um palmo do rosto dela.
- Nunca....
E beijo-lhe os lábios.
- Vais gostar...e eu vou terminar o almoço que está delicioso....e a sobremesa...acho que vai ter cobertura extra...
E saio da casa de banho, voltando à mesa e sentando-me, ignorando por completo a curiosidade que vejo espelhada no teu rosto.
- Fodasss...és capaz de me dizer o que se passou? - Perguntaste-me.
- Fui ao WC... - E não tardou muito tempo em me pegares na mão e apertares com força.
- Conheço-te bem demais....fala... - Exiges-me.
- Quero uma sobremesa com cobertura extra....a tua... - Digo, levando a última garfada à boca.
- Isso merece um limoncello a acompanhar. - Dizes-me.
- Sim. Pedes tu ou eu? - Pergunto-te.
- Desta vez vou pedir eu. - Dizes e ela aproxima-se, mas desta vez um pouco mais intimidada com a nossa presença. - Queremos uma sobremesa, daquelas irresistíveis...que nos façam querer mais...
- Mas essa não era para mais tarde? - Perguntou-nos ela perversamente aos dois.
- Sim, mas agora vamos confiar no seu gosto e queremos limoncello para os dois. - Digo eu e ela sorri.
- Acho que vão gostar... - Diz ela e sorri enquanto se afasta.
- És tão puta...
- É uma estreia para ela...por isso temos uma missão...
- E qual é Catarina? - Perguntas-me desafiadoramente.
- Ensiná-la...mostrar-lhe que vale a pena render-se por prazer...
- Catarina...render-se? Tu alguma vez farias isso?
- Sabes bem que não, só a ti. - E paro por um momento fixando o teu olhar e continuo: - Mas mais logo, vais ter de chamar pelo dela...e eu vou gostar de ouvir. - Digo e calo-me pois vejo-a aproximar-se de nós com as sobremesas e os pequenos copos com a nossa bebida.
Reparamos que vinha mais um copo e percebemos ambos a que se destinava...e terminamos o almoço a brindar com ela...e deixamo-nos ficar...ocupando a mesa até perto da hora de saída dela.
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