MANAROLA - PARTE III
- Eva Ribeiro
- 18 de mar. de 2021
- 4 min de leitura
Atualizado: 19 de mar. de 2021

Fugira para Manarola para tentar encontrar-me e perdera-me ainda mais.
A calma, a tranquilidade, a paz que esperara encontrar lá desvaneceram-se em segundos com a tua chegada.
Passara a noite em claro, a tentar iludir-me mas, nesse momento, no cais, descobrira a verdade com os nossos corpos apertados um contra o outro, os teus mamilos, provocantemente erectos contra o meu peito, as tuas nádegas a encher-me as mãos, o meu pénis a palpitar contra o teu corpo e os nossos lábios que apesar de estranhos, parecia que já se conheciam.
Estava perdido. A apaixonar-me a uma velocidade estonteante. Irremediavelmente, descobriria mais tarde.
Não lutava contra essa paixão que ardia no meu peito. Pelo contrário.
Poséidon, ciumento, esforçava-se por arrefecer o nosso desejo, com as ondas que rebentavam perigosamente perto, mas os nossos corpos estavam em brasa!
Soltei para o lado as alças do vestido mas este ficou teimosamente colado ao teu corpo.
Puxei -o para baixo, para desnudar o teu tronco, talvez demasiado repentinamente, e acho que o teria rasgado se não tivesse cooperado.
Arranquei o meu pólo do corpo, desajeitadamente tal era a pressa, e virei-te de costas para mim.
Puxei as tuas ancas ao encontro do meu pénis e o contacto fez-nos estremecer...
Percorri as tuas costas com as duas mãos, começando na cintura até ao teu pescoço enquanto tu libertavas o meu pénis das calças.
Céus! As tuas mãos a brincar com o pénis, com os testículos, provocavam em mim sensações celestiais... se era esta a calma de Manarola já deveria ter vindo há muitos anos!
Agarrei-te pelos seios, uma mão em cada e puxei-te novamente contra mim.
Louco de desejo percorria-te sofregamente os seios com as mãos, acariciando-te os escuros mamilos, apertando-os suavemente.
A água salgada permitia-me passar com mais suavidade e eu aproveitava para acariciá-los com as pontas dos dedos.
O teu corpo dizia-me que estavas a gostar.
Numa das vezes em que te puxei ao meu encontro aprisionaste o meu pénis entre as tuas pernas.
O vestido e as cuecas molhadas, completamente colados contra o teu corpo, permitiam-me sentir o calor da tua vagina.
Desci uma mão desde o teu peito, percorrendo a barriga, o teu monte de Vénus até a tua vagina, e comecei a acariciar-te por cima das cuecas.
Apesar da água salgada, estavas completamente encharcada de excitação e era notório, não havia forma de enganar.
O momento, esse, merecia uma foto para um qualquer álbum turístico.
Eu, com uma mão a masturbar-te e com a outra agarrado ao teu seio a puxar-te contra mim. Tu, a entalar-me o pénis entre as pernas, com uma mão agarrada aos meus testículos e com a outra, num exercício de contorcionismo, a puxar-me pelo pescoço contra ti. E o mar a rebentar à nossa volta.
Virei-te para mim e beijei-te novamente nos lábios.
As nossas línguas procuravam-se freneticamente, as nossas mão percorriam o corpo do outro,
Queria fazer amor contigo. Precisava de fazer amor contigo!
A pedra irregular iria magoar-te. se te deitasse, pensei.
Tirei as calças e as cuecas e sentei-me.
Sentaste-te em cima de mim e os nossos corpos fundiram-se um no outro.
O que me estava a acontecer?
Estava a fazer amor com uma perfeita estranha com a qual não tinha trocado uma palavra que fosse. Mas a intimidade que sentia contigo era avassaladora.
Sentia-me como se te conhecesse a vida toda. O desejo físico era descomunal e teria mandado às malvas todas as convenções por este momento
Mas algo na forma como me olhavas, o toque da tua pele, a forma como nos fundíamos um no outro como se já tivéssemos executado este ritual centenas de vezes …algo de profundo estava a acontecer que deixaria marcas para toda a eternidade. Sabia-o. Mesmo nesse momento, sabia-o.
Perco-me em ti. Saboreio o momento e esqueço-me do Mundo.
Ironicamente, o Mundo não se esquece de nós e parece, lentamente, estar a concentrar-se todo à nossa volta.
Primeiro, são dois turistas italianos que desavergonhadamente se vão deixando ficar. Depois 3 pescadores, e mais uns turistas. Ninguém nos incomoda, mas o sentimento é simultaneamente constrangedor e excitante.
Estamos parados, embaraçados, na hesitação do momento. Olhamo-nos nos olhos. Tu, mordes o lábio e eu perco-me…sorrio para ti.
Segurando-te no meu pescoço, arqueias o corpo para trás, oferecendo os teus mamilos à minha gulosa boca e recomeçamos o vaivém dos nossos corpos.
«A mais calma e relaxante aldeia de Cinque Terra» – dizia o folheto turístico… Céus!
As minhas mãos percorrem sofregamente as tuas costas e as tuas nádegas, procurando retribuir as deliciosas carícias que me fazes no pescoço.
Sinto as costas percorridas por arrepios de prazer e intensifico os movimentos da minha língua no teu mamilo. Gemes e eu sinto-me a enlouquecer.
Abraças-me com força e beijas-me tão apaixonadamente que me esqueço do que estamos a fazer.
O toque dos teus lábios nos meus, essa suavidade e, ao mesmo tempo, a intensidade desse beijo deixam-me em delírio.
Apertas os seios contra o meu peito e sinto os teus mamilos comprimidos contra o meu corpo.
Retomamos o doce embalo que tínhamos interrompido, contigo a conduzir o meu pénis para dentro do teu corpo para logo o retirares quase por completo, num alternar que nos leva para perto do êxtase.
O orgasmo está próximo e já não conseguimos controlar-nos. A necessidade de atingir o clímax é demasiado premente e os nossos movimentos aceleram.
Finalmente, atingimos o orgasmo, connosco abraçados com força: tua apertares-me o pescoço, eu afundado no teu cabelo.
Curiosamente, ninguém se manifesta.
Lentamente, como se percebessem que o que era público terminou, os mirones começam a percorrer o caminho que os leva para fora do cais.
Ficamos uns minutos assim, abraçados, eu ainda dentro de ti, sem dizer uma palavras que fosse, apenas a saborear em pleno a total extensão dos acontecimentos.
Completamente ensopados em água salgada permitimo-nos finalmente olhar nos olhos do outro.
Eu, esperando ler nos teus olhos algum desconforto, não estou minimamente preparado para o que encontro no teu olhar … e percebo que me perdi … para lá de qualquer salvação.
Desafiando todo o bom senso, surpreendemo-nos a dizer em simultâneo as primeiras palavras que dirigimos um ao outro:
- Amo-te
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