WINE BAR
- Eva Ribeiro
- 11 de jul. de 2023
- 7 min de leitura

Nunca tinha entrado neste hotel, mas desta vez, ia encontrar-me com uma amiga que, apesar de já a conhecer há longos anos, via-a com pouca ou quase nenhuma frequência, no entanto fora a insistência dela em me ver que me fizera sair ao fim do dia de casa para ir ao seu encontro.
Telefonei um pouco antes de chegar e ela pediu-me para entrar pois estava no bar à minha espera. Já fazia frio nesta altura do ano e apenas tivera tempo de tomar um banho rápido, colocar um vestido preto e o meu casaco vermelho predileto por cima, a condizer com a pequena carteira que levava.
- Olá Xana, desculpa apenas ter chegado a hora, mas entre chegar a casa e arranjar-me para vir ter contigo, juntamente com o trânsito que apanhei até aqui chegar, não me permitiu chegar mais cedo. Estás bem? – Pergunto quando olho para ela e vejo-a, com uns jeans, salto alto e uma blusa em tons de azul matizado, ornamentada por um colar que lhe pendia justamente pelo meio da mesma, salientando as suas formas.
- Olá Lena. Continuas sempre uma elegância… - Elogiou ela quando me cumprimentou.
- Tu estás fantástica também, embora não tivesse ficado com essa impressão ao telefone quando conversamos. – Confessei e aproximamo-nos da mesa onde ela estava sentada lentamente.
- E na verdade não estava, mas já te vou explicar tudo. Aqui no hotel há uma pequena vinoteca, apetece-te algo para beber? – Perguntou ela, apesar de nos termos acabado de sentar.
- Sim, claro. Já que aqui estou, até conheço um espaço diferente. – Digo e sigo-a depois de a ver dar indicação ao barman para onde íamos. – Estás cá hospedada? – Perguntei-lhe já no elevador quando ela olhava para o espelho e ajeitava a blusa sobre os jeans.
- Não propriamente. – Diz ela muito evasivamente e fico um pouco desconfiada quando me diz isto, mas vou esperar pela conversa que virá, pois pressinto que tem algo complexo para me dizer.
E entramos num espaço amplo, rodeado de prateleiras e decorado com garrafas em toda a sua extensão. As mesas perto da janela eram em formato de pipa e os bancos igualmente a condizer, muito embora, com um traçado moderno e que não destoava da restante decoração do espaço. Luz ténue acompanhava todo o espaço vinda detrás das prateleiras e cada mesa tinha uma pequena lamparina. Ficamos na última mesa, mas não tardou ao empregado vir na nossa direção com o menu, dando um a cada uma.
- Alguma sugestão que nos queira fazer? – Perguntou ela muito apressadamente, antes de ele nos deixar a escolher.
- Depende das preferências das senhoras. – Disse ele.
- Bebes um copo de vinho tinto ou preferes outra bebida? – Pergunta-me ela.
- Um copo de vinho tinto ia cair bem. – Confessei eu.
E a sugestão dele acabou por recair numa reserva de tinto da zona do Douro, com três anos. Foi depois de nos servir que a senti descontrair e elevar o copo na minha direção.
- Um brinde a nós… - E acompanhei o brinde, repetindo as palavras dela e aguardando que surgisse a dita conversa.
Esperei pacientemente pelo motivo pelo qual ela manifestara tanta urgência em ver-me e acabei mesmo por, depois de ter provado o vinho, lhe perguntar, antecipando-me a ela:
- Então a que devo eu este teu convite? – Perguntei e fiquei à espera da resposta dela.
- Preciso da tua ajuda para um negócio que tenho em mãos. – Diz ela e não continua. Quase fervo de ansiedade, mas disfarço com novo gole de vinho.
- A sugestão do empregado foi fantástica. O vinho é mesmo bom. – Ela anuiu em sinal de concordância, mas desta vez quem retomou a conversa fui eu. – Fala-me desse negócio. – Pedi eu, não esperando pelas palavras dela.
- Tenho um cliente que me fez uma proposta há uns dias…bastante aliciante…mas apenas consigo falar disto contigo, pedir-te apenas a ti. – E ao ouvi-la, soube exactamente ao que se estaria a referir. A proposta envolveria sexo…e eu estava no meio dela…raios.
- Adivinha o que me propôs? – Perguntou ela. Eu já agarrava o copo de vinho com uma espécie de formigueiro a subir pelo meu corpo. Ela sabia o efeito que algumas coisas tinham em mim e sabia exactamente como provocar-me, deixar-me em suspenso…com vontade de saber mais, mas desta vez fiz um esforço para aguardar pelos detalhes dela. Bebi mais um gole de vinho e peguei no menu, fingindo desinteresse.
- Acho que vou pedir algo para petiscarmos. – Disse, tentando ganhar algum tempo.
- Quer estar com duas mulheres. Jantará comigo antes e depois tu irás ter connosco ao bar e subiremos para o quarto dele. – Revela finalmente e fica expectante.
- Sabes bem que mudei… - Digo, tentando resfriar os ânimos.
- Não totalmente, manténs os mesmos gostos…a mesma linhagem de luxúria…continuas a inspirar pecado e isso não preciso que me confirmes, basta olhar para ti e sei. E para além de ser um tipo bastante interessante, paga bem… - Diz-me e aguarda o meu feedback.
- Vou chamar de novo o empregado…preciso de algo …diferente. – E peço pequenas porções de tapas para acompanhar o vinho.
- Lena… - Sinto-a nervosa.
- Xana…espera… - Digo vagarosamente, enquanto dou mais um gole no vinho e olho para ela. – Estás a deixar-me excitada.
- Isso quer dizer que aceitas? – Perguntou ela muito depressa.
- Isso quer dizer que enquanto não vierem as tapas que pedi para nós…preciso que… - E parei propositadamente.
Ela entendeu-me perfeitamente. Sabia que eu adorava um bom desafio, sobretudo num local público, onde olhares alheios poderiam perceber. Eu tinha mudado, mas não tanto assim. E o entendimento deu lugar a que aproximasse mais a cadeira, onde estava sentada, da minha e lentamente percorresse a minha meia de liga até sentir o tecido das cuecas.
- Rendado…fino…falta-me a cor. – Disse enquanto deslizava os dedos nos meus lábios ainda com o tecido a impedir o toque na pele. Não lhe respondi e nesse momento o empregado chegou com o pedido e ela não recuou.
- Obrigada. Posso pedir-lhe mais uma coisa? – Perguntei ao empregado que percebeu perfeitamente o que ela estava a fazer, mas tentou manter a postura profissional a que estava obrigado. - Pode trazer-nos a garrafa deste vinho. Adoramos a sua sugestão.
- Claro que sim. – E afastou-se, não tardando com o meu pedido.
E quando se aproximou, sinto o tecido das cuecas ser afastado pelos dedos hábeis da Xana e suspiro. O empregado encheu um pouco cada um dos copos e depois ficou algum tempo de volta da garrafa, propositadamente para ver mais.
- Fique. Não há aqui mais clientes…e eu adoro que alguém veja. – Pedi.
Olhei para a Xana e sinto-a retirar o dedo molhado da minha cona, para de seguida o levar à boca, lambê-lo gulosamente e dar um gole no vinho. E nesse momento os meus olhos fixam a ereção que o empregado já não conseguia disfarçar.
- Não me vais deixar assim… - Queixo-me, porque quero que ela termine e me faça vir.
- A senhora importa-se de vir comigo? Tenho ali no armazém um vinho fabuloso e que vai gostar. – Não demorei a segui-lo, deixando a Xana pra trás.
- Não me demoro… - Digo e ela vai saboreando o que entretanto o empregado tinha trazido para tapearmos.
E quando a porta do armazém se fecha, ele aproxima-se de mim, baixa-se ligeiramente, erguendo uma das minhas pernas sobre um dos ombros e começa a lamber-me a cona através do tecido, que habilmente afasta…até me fazer vir na boca dele. Em apenas uns minutos a língua dele, juntamente com a fricção de um dos dedos no meu clitóris, fizeram-me vir…
- Hmmm….delicioso. – Ouço-o dizer.
- Acho que já posso ir. – Digo preparando-me para abrir a porta.
- Sim, pode. Eu saio à meia noite. – Informa-me.
- Nós talvez sairemos mais cedo que essa hora, mas obrigada pela informação e já agora, pelo prazer.
E regresso à mesa, deixando-o no local onde habitualmente se encontrava e vou ao encontro da minha amiga.
- Espero que não tenhas comido tudo. – Digo eu, percebendo que isso não sucedera quando ela chegou.
- Foi bom? – Perguntou-me.
- Onde e quando? – Pergunto, falando da proposta anterior.
- Daqui a dois dias…aqui…a esta hora. – Diz ela e olha para mim, aguardando o sim final.
- Há uma condição: fico aqui a dormir no hotel depois.
- Parece-me bem. Aqui está o primeiro adiantamento, para o caso de quereres comprar algo diferente para vestir. – Diz e entrega-me um envelope fino.
- Não vou contar aqui… - Digo.
- 1000€ agora e os restantes 2000€ após. – Diz ela.
Fico a olhar para ela boquiaberta por ser uma quantia considerável.
Não demorou muito a que estivéssemos de saída, mas antes passei no balcão e perguntei ao empregado.
- Está ao serviço daqui a dois dias? – Perguntei.
- Sim, estarei. – Disse ele e ficou meio atordoado quando lhe entreguei um cartão pessoal e ficou a olhar para o que eu escrevera. “Daqui a dois dias voltarei. Espero-te à meia noite, num quarto ainda a combinar, neste hotel.”
- Então, até daqui a dois dias. – Digo e imagino o sorriso dele quando nos vê sair…
Ainda antes de me despedir da minha amiga o meu telefone dá sinal de mensagem. Não conhecia o número, mas o conteúdo da mensagem revelou tratar-se do empregado da vinoteca.
“Escolha um quarto com varanda…assim conseguiremos assim ver o que se passa nos outros”
Sorrio por perceber que partilha a mesma fantasia e percebo que a Xana fica curiosa por não entender o que se passa.
- Estarei nas imediações do hotel pelas 21h30 daqui a dois dias. Liga-me quando quiseres que venha ao teu encontro. – Digo despedindo-me dela.
- Combinado. – Digo e pouco depois já a caminho do carro respondo à mensagem do empregado.
“Faltam 15 minutos para a meia noite…”
A mensagem dele não tarda em pedir-me indicações do local onde estou para depois vir ter comigo.
E pouco passava da meia noite quando o vejo aparecer na rua já pouco movimentada. Encosto-o ao carro e abro-lhe o ziper dos jeans que tem por baixo do casaco e rapidamente começo a lamber gulosamente o caralho dele, duro e bem molhado, até se esporrar na minha boca.
- Aprovado. – Digo quando lambo da ponta do caralho dele e que ia deixar cair uma última gota de esperma. E vejo-o recompor-se e despeço-me com um beijo no rosto. – Até daqui a dois dias.
- Nem sequer sei o teu nome. – Diz ele.
- Helena, mas podes tratar-me por Lena. E tu como te chamas? – Perguntei-lhe.
- Jorge.
- Foi um prazer. – Digo e pouco depois já faço o caminho de regresso a casa com um sorriso parvo no rosto, mas com a certeza que vou ter de me masturbar quando chegar a casa.
FIM
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