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12 HORAS DEPOIS - PARTE I


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Acordei com a sensação de que a noite anterior tinha sido uma loucura e ainda me custava acreditar o que tinha efectivamente acontecido, mas ao olhar para o lado e ver a minha amiga nua, com o lençol apenas a cobrir parte do ventre, fez-me perceber que não fora um sonho…fora a minha/nossa realidade.

E com o sol a começar a entrar pelas frinchas da janela, era impossível não reparar no corpo dela…nas formas, no cabelo desalinhado…e depois desta visão do outro mundo, senti uma dor de cabeça daquelas que indica que houve excessos, de toda a espécie. Levantei-me, lentamente e retirei um analgésico da minha mesinha de cabeceira e fui apenas em cuecas até à casa de banho e engoli o medicamento, sem pensar duas vezes. Agora precisava era de um café bem forte. Mas entretanto, ela acabou por sentir os meus movimentos e foi abrindo os olhos.

- Ó beleza, arranja algo para esta dor de cabeça… - Pediu reparando no meu corpo, como nunca a vira olhar antes. E dei-lhe o mesmo que tomara e ela tomou com um pouco de água que lhe restava no copo que tinha na mesinha de cabeceira do lado dela.

- Que noite! – Digo na esperança que ela me diga algo, me sossegue…que me diga que foi tranquilo…

- Noite? Mas eu apenas dormi aqui contigo depois de uma noite a ver filmes e a comer pipocas…não foi isso que aconteceu? – Perguntou ela e desatamos as duas a rir.

- Pipocas? – E desatamos a rir de novo. - Foi mesmo isso. E se lhes ligássemos e perguntássemos como passaram a noite, se dormiram bem. Seria um gesto tão simpático, não achas? – Perguntei, mas naturalmente não tendo essa pretensão.

- Não, depois da noite de ontem, acredita que são eles que vão ligar. - Depois do que aconteceu, até te garanto que vão aparecer aí. – Disse-me.

E levantamo-nos, tomamos um duche rápido e vestimos ambas apenas uma simples t-shirt, talvez a primeira que descobrimos no meu armário e umas cuecas.

Ainda demoramos algum tempo a reagir àquele início de dia, mas quando fomos até à sala…e vimos espalhados por todo o lado, baralhos de cartas, dados, jogos e outros adereços sexuais, lingerie, entreolhamo-nos…

- Estamos tão fodidas… - Digo perversamente e olho para a minha amiga.

- Não sei porquê. – Disse-me ela, encostada à porta.

- Porque… - Ia começar a justificar, mas ela interrompe-me.

- Por não termos qualquer sentimento de culpa em termos estado a noite quase toda a foder? Por ter prazer em foder….com um, com outro, com os dois, uma com a outra, consoante as regras dos jogos? Não estou a ver problema algum e tu? – Perguntou-me, pondo as coisas demasiado claras e eu ainda demasiado apagada para processar tudo.

- Lembro-me de tudo… - Digo por fim, pegando nos dados e rodando-os na minha mão, sentindo o movimento de sorte ou azar, verdade ou consequência…e depois passei aos copos de shot em cima da mesa…e toquei em cada um, como se estivesse a reviver o que tinha acontecido na noite anterior.

- Rita. – Diz o meu nome…e sei o que quer… - Vamos dar um passeio. Quero que me contes tudo, porque eu lembro-me apenas de algumas coisas, não de tudo. – Diz-me ela muito depressa, puxando por mim até ao quarto. Vi-a vestir-se, com uma energia excessiva para mim…e, quando me viu deitada na cama, veio ao meu encontro. – Que se passa? – Perguntou-me com aqueles olhos castanhos mel fixos no azul dos meus.

- Fechei os olhos perante a excessiva luz que entrava pelo quarto dentro e que feria os meus olhos claros, mas de certa forma também para evitar o olhar dela. Tira-me o vestido azul, de alças, que tenho no armário e pega nas minhas sandálias. – Digo e dispo-me, mas deixo-me estar, continuando deitada. – E quero outras cuecas…mais reduzidas…acho que tenho aí umas transparentes, em renda. – E ela mostra-me umas. – Sim, podem ser essas. – Digo e ela traz-me tudo o que lhe peço.

- Sem soutien Rita? – Perguntou ela e não se inibiu de me lamber o mamilo, que imediatamente endureceu perante aquele gesto.

- Porque não? – Perguntei e ergui-me, perante aquele toque.

E não tardou muito a que as duas saíssemos, na minha recente aquisição...uma vespa GTS 300, azul clara e com banco em pele castanha. Tinha sido amor à primeira vista e como qualquer amor destes, perdura uma vida inteira. Prescindi de um carro utilitário e optei por algo que condizia mais com a minha forma de estar, de ser e de sentir…

Percorremos a costa e paramos perto de um pequeno bar de praia, mesmo em cima da areia, daqueles que tanto gosto de ir, quer em dias de bom ou mau tempo. Sentamos na esplanada e pedimos ambas o mesmo: um café expresso e uma água com gás.

- Com gelo e limão por favor. – Pediu Nicole.

- Afinal não fui a única que não trouxe soutien… - Digo reparando que os mamilos da Nicole se notavam através do tecido do vestido branco que ela tinha escolhido e mais ainda por ser uma cor clara.

- Nem soutien, nem cuecas. – Diz-me e levanta o vestido e percebo que fala verdade.

Entretanto o nosso pedido chegou e ela bebeu o seu café e deixou a água ficar algum tempo no copo, de forma a ficar ainda mais gelada com as pedras de gelo que preenchiam parte do copo e ao mesmo tempo a rodela de limão dar ainda mais sabor à água.

Estávamos as duas em silêncio, mas rapidamente Nicole quebrou-o quando pegou no copo e começou a brincar com uma das pedras de gelo, enrolando-a na língua, fazendo-a derreter. Adorava fazer aquilo desde que a conhecera.

- Conta…porque eu só me lembro do Pedro e do Daniel entrarem lá em casa e depois…lembro-me que arrastei o Daniel até à cozinha, enquanto tu conversavas com o Pedro. Fodemos na bancada onde hoje tomamos o pequeno almoço, sem qualquer problema se vocês nos vissem ou ouvissem…

- És muito puta … - Digo, sem pudor.

- O cabrão esporrou-me as mamas todas e depois ainda me enfiou o caralho na boca para lhe lamber o esperma. - Disse-me, bebendo um pouco mais de água. –

- Eu sei, ou melhor…nós sabemos… - Adiantei-lhe.

- Sabes como?… - Perguntou-me ela intrigada.

- Pouco depois de saírem, o Pedro sugeriu que fossemos ver o que vocês estavam a fazer, mas obrigou-me a tirar a lingerie antes de sair da sala. – E parei propositadamente, pois queria saber até que ponto ela queria que eu continuasse.

- E? – A curiosidade a consumi-la sempre.

- E fiz o que ele me pediu e depois segui-o até à cozinha. Era impossível vocês verem-nos ou perceberem que estávamos ali porque nos colocamos atrás daquele armário com a louça a observar-vos, conseguindo ver tudo sem sermos vistos.

- E depois a puta sou eu Rita! – Exclama ela.

- Eu nunca me destitui desse papel…mas, se não queres que te continue a contar eu não o faço. – Digo eu, mas sabendo perfeitamente que ela queria que eu continuasse.

- Quero saber o que viste, mas mais do que isso, quero saber o que…

- Queres saber o que senti? Queres saber o que senti ao ver-te foder com o teu namorado e com um amigo ao lado? O que fiz/fizemos? – São muitas questões…para quem tem uma noite inteira para contar.

- Fodasss….conta…estou a ficar tão molhada. – Diz ela e eu remexo na minha carteira e tiro um pequeno vibrador.

- Queres que te conte mesmo? – Perguntei com a maior cara de filha da puta e entregando-lhe o vibrador.

- Tu és um anjo… - Diz ela, tirando-me o vibrador na mão.

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