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CARNAVAL - PARTE III


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Mas a verdade é que não me apetecia estar ali, sob as luzes da ribalta…a minha vontade sempre fora fazer as coisas clandestinamente. Pensei que a máscara me daria o alibi perfeito para me esconder, mas sentia que não o estava a conseguir fazer.

- Vamos para outro local. – Pedi ao homem que me encontrara no meio de tantas caras desconhecidas.

- Tens a certeza? Não é todos os dias que somos estrelas das nossas fantasias. – Acaba por dizer.

- Eu sei. – E nada mais disse. – Mas a verdade é que as minhas expectativas eram outras.

E foi então que ele pegou na minha mão e afastou-me gradualmente dali. Acabei por perceber que a minha presença era mais do que secundária, pois o casal continuava envolvido, ávido pelo toque, pelo prazer.

Não tardamos a sair da sala principal e de seguida, passamos por um longo corredor, sendo o prolongamento da sala anterior, mas onde víamos homens e mulheres a desfilarem de um lado para o outro, embora a maioria estivesse a deslocar-se para o salão de onde tínhamos vindo.

- Vai ser uma orgia e tanto, estou mesmo a ver. – Digo eu enquanto nos afastamos gradualmente.

- Vai…

- Não é a minha praia. Gosto de selecionar mais quem se aproxima, quem me toca…e ali, acho que não ia conseguir ter esse poder. – Confesso. – Mas onde me levas? – Pergunto quando nos vejo aproximar de uma porta que se abre e que ele fecha pouco depois de entrarmos. Cadeiras dispersas e encostadas à parede, que me parecia forrada em papel de parede a imitar veludo. No meio da sala um enorme castiçal, que emanava a luz ambiente que nos acolhia e que estava rodeado de sofás que o circundavam, apenas com uma abertura para podermos entrar e usufruir daquele espaço.

- Já vais ver, não queiras estragar a minha surpresa. – Disse certo de que iria gostar do que ele tinha pensado para mim, para nós….sim porque a verdade é que ele continuava por perto.

- Surpresa?! – E tenho sentimentos ambíguos quando ele me fala em surpresas…o poder de tudo querer controlar e ao mesmo tempo necessidade de me perder…o meu impulso de tudo querer controlar e o saber que isso me retira o prazer. Estou longe de casa, longe de olhares conhecidos e tenho uma máscara que me permite esconder completamente a identidade. Que mais precisava eu para baixar a guarda e me deixar ir? Confiar…eu sei, mas ele era um estranho e eu já tinha demasiadas marcas, de todo o tipo, umas mais previsíveis do que outras, mas estavam cravadas na pele e em momentos destes senti-as, quase como aquelas dores que se é comum sentir-se quando o tempo vai mudar…no meu caso, era uma dor invisível e que eu fazia por ignorar, mas estava lá. – Acho que preciso de uma bebida. – Digo tentando um motivo para sair dali, sem saber o que me espera, quase como se tivesse sido invadida por uma súbita claustrofobia.

- Vou buscar um gin para os dois. Parece-te bem? – Perguntou já perto da porta, depois de me ver sentar naquele sofá e que efectivamente convidava a ali ficar.

- Sim, muito bem. – Digo e a porta abre-se e ele sai, fechando-a atrás dele e deixando-me ali.

A porta não tarda a abrir-se de novo e a fechar-se. Espero que se sente ao meu lado, mas quando olho de novo para ele, percebo tratar-se da mulher loira que vi no salão…apenas com a uma capa dourada sobre o corpo nu e no rosto uma máscara em tons castanhos e dourados e que combina na perfeição com os seus cabelos loiros. Não diz nada, apenas circula…exibindo o seu corpo escultural e que vi bem de perto. Não estava a entender nada, mas nisto a porta voltou a abrir-se e agora era ele que entrava, com os dois copos de gin.

- Temos companhia. – Digo eu, referindo-me à mulher loira.

- Eu sei. Pedi para vir até aqui por causa de uma prima dona… - Diz ele e entrega-me o gin, brindando comigo de seguida.

- E o que tinhas em mente para a convidar a vir até aqui? – Perguntei-lhe quase num sussurro depois de dar um gole na bebida que ele tinha trazido. – É ela a surpresa? – Pergunto tentando perceber.

- Tantas perguntas e eu sem saber as respostas. Porque não te deixas simplesmente ir? Sem pensar? – Perguntou adivinhando a minha necessidade de saber o que ia suceder. E pousou as bebidas num apoio entre o sofá onde estávamos sentados.

- Despe-me. – Pedi-lhe. – Quero apenas ficar com a lingerie, a capa vermelha e a máscara – Digo e ele aproxima-se mais de mim e começa a descer as alças do meu vestido, retirando-o de seguida e deixando que a lingerie cinzenta rendada decorasse o meu corpo nu, revelando-o de forma provocadora. – Agora chama-a…

- Que pretendes? – Perguntou ele sem saber o que esperar.

- Tantas perguntas… - Digo imitando o comentário dele de há pouco.

Ele levanta-se e aproxima-se dela, trazendo-a consigo e convidando-a a sentar-se no nosso meio. E de um lado e de outro, ambos começamos a tocá-la, imitando lentamente o gesto um do outro…sob o corpo nu por baixa da capa que ela trazia. E nisto aproximo-me do rosto dela e procuro os lábios dela, beijando-a enquanto uma das minhas mãos toca suavemente num dos mamilos dela, já duro pelo meu toque, numa alternância que vai desde o apertar e ao acariciar…até ser esse dedo que levo até à boca dela e o obrigo a lamber para prolongar a carícia anterior. Desço sobre ela e vejo que também ele lambe a mama dela. Lambo, trinco, molho, mordisco de novo e desço sobre o ventre dela, olhando para cima e vendo o olhar dela num e noutro, sedenta de mais…mais prazer. Continuo a descer, passando pelo umbigo e chegando ao ventre, coloco-me estrategicamente entre as pernas dela, de quatro e começo a lamber as virilhas dela, tardando o toque que ela espera…e olho de novo para ela e deixa descair a cabeça no sofá quando a minha língua começa a lamber os lábios da cona dela…molhados, com vontade de que aprofunde o toque…o clitóris que sobressaí e me deixa tocá-lo, fazendo-a gemer de prazer. Volto a olhar para ela e percebo que ele se erga e baixa as calças, de forma a deixar o caralho livre para que ela o possa tocar. Ela não hesita, deixa-se levar pelo prazer que lhe dou e que inflige nele. O caralho duro sai da boca dela bem molhado, tal como o meu dedo cada vez que sai da cona dela, justamente ao mesmo ritmo que ela imprime naquele gesto…

- Estou quase a esporrar-me nela… - Diz ele em jeito de aviso.

- Ela não tarda a vir-se na minha boca. – Digo eu também. – E isso acaba por acontecer quando a minha língua sobre o clitóris, obriga a que o sugue, chupe…e o meu dedo dentro da cona dela acaba por sentir as contrações do orgasmo ao qual ela se rende, justamente quando o vejo esporrar-se na boca dela. O esperma escorre pelos lábios dela e pinga sobre as suas mamas, fazendo-me subir sobre ela e lamber aquele fio esbranquiçado que escorreu e percebendo que fazes o mesmo, até não sobrar nenhum vestígio.

Ela saiu da sala pouco depois, deixando-nos aos dois já enrolados um no outro. Imitas o meu de há pouco, mas comigo de quatro, apoiada no sofá, depois de me teres retirado a capa vermelha que me cobria e teres desapertado o fio de cetim de um dos lados das cuecas, mas não as retirando. Sinto a tua língua quente no meu cu, na minha cona, até ser o teu caralho que sinto roçar-me as nádegas, dando-me uma palmada de seguida…e mais outra, marcando os dedos para depois me começares a foder…sem pressa, mas sofregamente, como se tivesses uma necessidade de me consumires por inteiro. E quando as tuas mãos apertam as minhas mamas, descobre-as, baixando o tecido do soutien rendado, endurecendo-me, sem dificuldade, os mamilos…que deslizam por entre os teus dedos. O meu orgasmo não tarda e precipita o teu. Vens-te nas minhas nádegas, no meu cu e continuo a sentir-te duro, começando a roçar o meu cu cheio de esperma nele, convidando-te a foderes o meu cu. Cedes…cedo…e com o lubrificante certo…e volto a vir-me, molhando o teu caralho ainda mais e fazendo-te esporrar de novo, mas desta vez dentro de mim.

Não tardo a vestir-me e retocar o semblante junto a um espelho que descubro numa das paredes da sala. Mas antes de sair aproximo-me dele e pergunto o que já há muito tive vontade de saber.

- Quero saber o teu nome. – Digo.

- Carlo. – Responde-me. – E, não precisas de me dizer o teu…já sei como te chamas...

Fico em silêncio. Claro que sabe. Mas digo-o num sussurro.

- Ana. – E saio sem olhar para trás, ciente de que nunca mais nos voltaríamos a ver.


FIM

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