ENVELOPE PRETO - PARTE III
- Eva Ribeiro
- 9 de jun. de 2020
- 6 min de leitura

- O que me espera? - Perguntas como se de uma criança te tratasses.
- Tudo...
- E tudo é o quê? - Perguntas querendo respostas concretas e que sabes que não darei.
- Até onde quiseres ir comigo...sem limites...
- Mas isso é de loucos...tu sabes onde te/nos estamos a meter? - Perguntas-me
- Sei...sabes...sabemos...mas confiamos um no outro. E agora vamos conhecer o clube? - Perguntei-te.
Saímos os dois do quarto depois de uma ida estratégica à casa de banho, somente para retocar a maquilhagem e fechamos a porta do quarto. E tinha chegado o momento de te fazer a primeira pergunta:
- Como deixo o cartão..."disponíveis" ou "não disponíveis"? – Pergunto, sem medo da resposta.
Estás um pouco perdido, mas excitado com isso. Pensas, mas não durante muito tempo.
- Disponíveis.... – Respondes com um sorriso perverso a desenhar-se no teu rosto.
E deixamos o quarto e fomos percorrendo um longo corredor, iluminado por uma mescla de cores vermelhas e roxas, sem grandes adereços nas paredes, e com música de elevador como banda sonora. Fomos passando por vários quartos, e os mesmos dísticos do lado de fora: uns que diziam disponíveis outros não. Tive vontade de abrir uma das portas e ficar simplesmente a ver…mas estava certa de que havia ainda tanto para explorar contigo.
Desembocamos numa ampla sala e com uma enorme cama redonda, ladeada por enormes almofadas vermelhas e com o teto era completamente espelhado. Nenhum dos dois fez qualquer comentário, mas ambos sabíamos exatamente a função daquela divisão coletiva e ao mesmo tempo de tão fácil acesso. E prosseguimos, mas desta vez, sinto a tua mão agarrar a minha, os teus dedos entrelaçarem-se nos meus. A música mistura-se, embora tenuemente, com gemidos aqui e acolá, dispersos num espaço desconhecido. Olhei para ti…e percebi que também me olhavas com atenção. Querias ver, perceber, sentir, querias tudo…
- Prosseguimos? – Perguntei tentando disfarçar alguma timidez, alguma vontade de naquele momento ter uma máscara no rosto para ocultar mais facilmente as emoções.
- Não, sem antes me dizeres… - Dizes-me.
- Estou bem…e quero continuar. E tu? – Perguntei-te.
- Sabes a resposta sem eu precisar de te responder. – Perguntei e baixei o meu olhar na direção das calças e o volume provocado pela ereção não mentia.
E continuamos a nossa descoberta e paramos quando nos encontramos numa encruzilhada…com um algumas indicações na parede. Para um dos lados tínhamos o bar e os quartos partilhados e para o outro a sauna, a piscina e o jacuzzi mistos.
E naquele momento, foste tu a tomar a iniciativa.
- Vamos beber um copo…e depois…depois deixamos acontecer, que me dizes? – Perguntas e sinto que sai um peso de cima de mim, por não ter que escolher…
- O aniversariante és tu, por isso, parece-me uma excelente ideia. - Respondi-te.
E desembocamos no bar que já estava relativamente preenchido. Não era muito grande, mas tinha espaço suficiente para um balcão corrido e sofás espalhados aqui e ali. Chamei a tua atenção para uma jaula de tamanho intermédio suspensa no teto, ainda vazia, mas certamente por pouco tempo para algumas exibições programadas, ou não necessariamente.
Gin e Martini…as habituais bebidas e sentamos num dos muitos sofás do bar. Percebemos alguns olhares em nós, curiosos, certamente com vontade de ver mais.
- Que vais fazer? – Perguntaste, vendo-me levantar-me e ir até ao bar.
- A minha bebida acabou… - Disse e levantei-me decididamente.
Ficaste de olho em mim, mas percebi que também ias vendo o ambiente em volta. A dada altura, para teu espanto vês-me tirar discretamente as cuecas e entregar a um homem que se aproximou de mim no bar. E pouco depois, venho ao teu encontro, e sento-me ao teu lado, com o copo na mão.
- És capaz de me explicar o que aconteceu? – Perguntaste e percebi-te tenso, excitado, mas algo furioso…
- Estás a falar de quê? – Pergunto fingindo desinteresse, o que te deixa ainda pior.
- Do que aconteceu agora mesmo ali no bar…
- Ah….isso. – Eu não tinha emenda possível e tu amavas isso em mim. - Percebi que não tinha dinheiro e um cavalheiro aproximou-se de mim e em troca das minhas cuecas ofereceu-me a bebida que eu quisesse. Acho que foi uma troca justa, não te parece? – Perguntei, sabendo perfeitamente o que tinha provocado.
- Portanto ele ficou com as tuas cuecas, é isso? – Perguntaste com os dentes cerrados.
- Não te preocupes, as cuecas não me vão fazer falta e tenho a certeza que, na primeira oportunidade e com o desafio certo, ele mas devolve….basta eu querer. – Disse e nesse momento uma das tuas mãos sobe pelas minhas pernas, abrindo-as, sem pudor…enquanto os teus lábios beijam os meus, com intensidade…trincando propositadamente o meu lábio inferior, antes de me beijares.
- Cabrão estou a sangrar. – Digo, levando a mão ao lábio e sentindo a tua mão tocar a minha cona…sentir-me molhada…perceber o quanto estar ali me estava a excitar. Ficaste a saber com um simples toque.
- Isto é por teres dado as tuas cuecas àquele desconhecido. – Dizes enciumado. – Afinal o aniversariante sou eu…
- Acho que chegou o momento de irmos conhecer a sauna, o jacuzzi, a piscina…apetece-me ver gente com menos roupa no corpo. Vamos? – Pergunto mudando de tema.
Quando te levantas tenho a resposta que preciso. E saímos do bar e prosseguimos pelo caminho oposto ao que tínhamos feito até ali…seguimos a outra seta e fomos dar a um espaço que se assemelhava a uns balneários coletivos, onde deixamos a nossa roupa, para vestir apenas um robe sob o corpo, calçar uns chinelos e pegar numa toalha.
Passamos a porta dos balneários e deparamo-nos com um espaço iluminado com enormes candelabros, conferindo ao espaço um glamour extraordinário, à média luz. Havia uma pequena piscina, onde algumas pessoas se encontravam, mas continuamos e fomos percebendo que mais à frente havia uma sauna, onde naquele momento estava um grupo de mulheres a conversar…a rir…sem roupa. Olhei para ti e o volume por baixo do robe voltou a denunciar-te.
Prosseguimos e na divisão seguinte um jacuzzi maior que o habitual ocupava quase toda a divisão. Naquele momento estava apenas lá um casal a foder…alheado de quem pudesse passar. Ficamos algum tempo a observar e eu abri o teu robe ligeiramente e comecei a masturbar-te. A mulher olhou para ti, nesse momento, e depois para mim, enquanto montava o homem que com ela estava.
- Prosseguimos? – Perguntei-te…tentando desviar a tua atenção para o que se seguia.
Outra piscina um pouco maior, com uma particularidade, de no centro haver umas escadas que davam para um colchão, onde estavam duas mulheres nuas, uma das quais a lamber a cona da outra, que gemia sem estar preocupada com o que se passava à volta dela. Olhaste para mim e sorriste. Devolvi-te o sorriso e quando olho para dentro de água, vejo de tudo um pouco. Mulheres, homens, vários homens e uma mulher…e o inverso…e na parte dianteira da piscina um enorme colchão onde uns e outros se iam juntando…
- Quero ficar aqui…contigo…
E sem esperar mais penduramos os nossos robes e as toalhas no mesmo espaço e entramos dentro da piscina. A temperatura da água era exatamente a que ambos gostávamos…e sem esperar por qualquer incentivo comecei a tocar-te…a sentir o caralho duro deslizar pela minha mão…e quase simultaneamente puxas-me para ti e começas a tocar-me, começando primeiro por cada um dos meus mamilos, que chupas, lambes…mordiscas…para depois ser um dos teus dedos que me acaricia o clitóris…os lábios.
E nisto dois casais aproximam-se de nós…
- Bem-vindos. – Disse um deles.
- Obrigado. – Agradeceste.
- Entraram na zona do sexo livre…em grupo…das orgias…onde vale tudo. – Explicou uma das mulheres.
- É a primeira vez...a nossa primeira vez aqui e por isso entramos onde nos apeteceu. – Disse eu, dando a voz por ambos. - Fizemos mal? – Perguntei, tentando de alguma forma ganhar tempo, mas mostrar a verdade.
- Claro que não…aliás temos ali um quarto, o quarto vermelho que é o ideal para estarmos. – Disse a outra mulher.
- Quantos podem ir connosco? – Perguntei-te…
Ficaste em silêncio a olhar para mim, sabendo que nos esperava uma bela sessão de sexo em grupo com estranhos.
- Posso escolher? – Perguntaste-me.
- Claro que podes, aqui todos podem escolher e serem escolhidos.
Escolheste 5 mulheres e 5 homens…perfazendo um total de 12, comigo e contigo.
Entramos todos no quarto vermelho que, tal como os outros não tinha qualquer chave…mas neste caso e contrariando a política dos outros quartos a porta foi fechada à chave.
Fomos os últimos a entrar no quarto e ocupamos os dois lugares que nos tinham reservado na enorme cama redonda.
- Agora é altura de escolhermos…
- Primeiro ele, pois é o aniversário dele. – Digo sem receio.
- Parabéns…então tens direito a escolher primeiro. Tens direito a escolher 5….homens ou mulheres. – E assim fizeste…eu fui a primeira a ser escolhida por ti e depois escolheste mais duas mulheres e mais dois homens.
- E agora que fazemos? – Perguntei eu expectante.
- Temos prazer juntos…
E a nossa aventura começou assim.
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