ENVELOPE PRETO - PARTE IV
- Eva Ribeiro
- 10 de jun. de 2020
- 4 min de leitura

E derrepente escolheste uma das mulheres e puxaste-a para nós. Era loira, com cabelos compridos...lábios carnudos e tinha um olhar penetrante.
- Porquê ela? - Perguntei antes de ela se aproximar de nós.
- Porque posso escolher. - Dizes e isso deixa-me insegura. - Gostas dela? - Perguntas sem me dar tempo de uma resposta.
- Sim... - Respondo-te. - Mas preciso de mais...
- Eu sei... - Dizes conhecendo-me e eu ouço-te ciente de que me me sabes bem demais.
Sem serem necessárias quaisquer formalidades, aproximo-me dela e beijo os lábios dela...carnudos...sedentos de mais...e tu, ao mesmo tempo, puxas o corpo dela para ti e apoderas-te de cada uma das mamas dela...redondas, bem definidas e os com mamilos claros. Chamas por mim. Percebo que queres explorá-la ao mesmo tempo que eu e enquanto te delicias com um dos mamilos dela, eu delicio-me em lamber o outro, desenhando com a língua o outro...mordiscando sem causar dor...molhando...chupando...sugando....até a ver arquear de prazer com o nosso toque, quase sincronizado.
Atrás de nós, todos ganham vida...uma mistura de corpos...sons...prazeres...
Desço sobre ela enquanto te vejo deliciado em lamber as duas mamas, alternadamente...enquanto a minha língua se apodera da cona dela...percorrendo lentamente os lábios...um e depois outro e depois sugando o clitóris....até a sentir bem molhada...pronta para ti. Liberto-me dela e procuro o teu caralho...duro...molhado...e nesse momento preciso de algo mais:
- Eu quero ver.... - Digo e tu sabes o que eu preciso...preciso que a fodas à minha frente...preciso daquele prazer...preciso de te ver com outra...daquele prazer misturado com alguma dor...porque é amor e tu sabes e eu também.
- Tens a certeza? - Perguntas ainda com um laivo de razão a pairar no ar.
- Por favorrrr. - Peço-te. - Quero ver...sentir...cheirar...quero tudo....
E sem esperar por mais puxas as ancas dela para ti e o teu caralho começa a roçar os lábios dela, já bem salientes...o clitóris...e só depois começas a fodê-la, para eu ver.
E atrás de mim, surge inesperadamente um dos homens que tinhas escolhido e que começa a tocar-me, quase sem eu dar conta, à medida que te vejo foder a outra mulher, quase como se fosse um prolongamento do meu prazer...e eu deixo...eu quero...eu preciso...e olho em volta e vejo um pouco de tudo...mulheres com outras mulheres, mulheres com um homem e depois um homem com outro homem...algo que poderia ser estranho à primeira vista, mas acaba por não ser, pois é o mesmo prazer. E enquanto olho em volta...deparo-me com aquilo que sempre idealizaste, sexo em grupo...uma orgia...onde ninguém sabe onde se começa e termina o prazer...apenas que ele existe...é instintivo.
Ignoro o homem que me toca e coloco-me de frente para ti, sentada sobre o rosto da mulher que tu escolheste e obrigo-a a lamber-me a minha cona...enquanto vês...mas o mesmo homem volta a vir ao meu encontro e recomeça a tocar-me. Tu vês...e a intensidade com que começas a fodê-la aumenta....e isso excita-me mais...porque te toca veres outro a apoderar-se de mim e eu a deixar....porque vale tudo quando confiamos.
Afasto-me dela, beijando os lábios que sabem a mim e deixo o meu corpo à mercê daquele homem. Olho para ti e olhas para mim...e nesse momento ele começa a lamber-me a cona por trás, comigo já de quatro...e já com outra mulher por perto de nós os dois. Ela beija-me e começa a tocar-se para mim...enquanto o outro homem já exibe o caralho bem perto da minha cona, roça-o em mim...nas minhas nádegas, nos meus lábios e eu despespero pela demora.
- Fodasssss...fode-me... - Peço já no limiar das minhas forças e ele cede...e leva-me com ele. Quase ao mesmo tempo a mulher desliza para baixo de mim e percorre o meu corpo, incendiando cada centímetro por onde passa até chegar à minha cona, que lambe simultaneamente às investidas daquele caralho. E atrás dela, inesperadamente não aparece um homem qualquer, surges tu...que deixaste a mulher loira e começaste a foder aquela morena que me lambe divinamente a cona...enquanto o outro homem me fode.
Já não consigo pensar...só consigo sentir: prazer.
Estás ali...estás comigo em algo que nunca pensei partilhar com mais ninguém...
A noite termina já quase de manhã. Saímos como entramos, discretamente.
- Preciso de saber o que continha o envelope vermelho.
- Precisas? - Pergunto eu já sonolenta.
- Quero saber o que me reservavas se não tivesse escolhido o envelope preto.
- Queres mesmo? - Perguntei com um sorriso no rosto.
- Espera....eu guardei-o. Podes descobrir por ti.... - Disse entregando-to para a mão.
Pegas no envelope e abres. Descobres que está vazio...não contém nada, nenhum cartão...nenhuma pista...nada....está vazio.
- Podes explicar? - Pedes.
- Sim...posso. Sabia que ias escolher o lado mais negro...e nem me dei ao trabalho de pensar num plano B. Escolheste o que eu teria escolhido...
- Puta......
- Vamos para casa cabrão....
- Obrigado.
- Porque me agradeces? - Pergunto, apesar de saber a resposta.
- Sabes(me)...bem demais....e eu dou-me sem "ses"...sem "porquês"....sabes(me) e isso é a melhor prenda de aniversário que me podias dar.
E os meus olhos fecham-se quase instantaneamente...e só me lembro de acordar no dia seguinte na nossa cama...e com o teu olhar em mim...
- Isso é amor... - Digo languidamente...enquanto vou acordando.
- É muito mais que isso. - Respondes.
- Eu sou a tua pior escolha e tu sabes... - Digo-te com sinceridade.
- Sei...mas, mesmo assim prefiro correr o risco de ser feliz.
- Benvindo ao meu inferno. - Digo e agarro-me a ti.
- Bom dia....
E tudo volta ao normal...como que se de um sonho se tivesse tratado, mas ambos sabemos que foi muito mais que isso.
FIM
Obrigada pelas suas palavras. É um prazer escrever...e o reconhecimento de quem lê é o que mais me move a continuar a fazê-lo.
Adorei o conto. Parabéns!