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FOTÓGRAFA AMADORA - PARTE I


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A quarentena estava na iminência de começar, de novo, e aproveitei aquele dia de sol, em que apesar de não estar muito quente, convidava a um passeio com um livro na carteira e com a máquina fotográfica, um dos últimos investimentos e que me deu enorme gozo em comprar para substituir a minha antiga, que apesar de tirar excelentes fotografias, precisava de um pequeno upgrade para me acompanhar. O recente curso de fotografia que tinha feito, durante alguns fins de semana, tinha-me permitido afinar uma ou outra técnica e a mudança de equipamento fotográfico, acabou por ser a mudança inerente a este processo.

Não me apetecia conduzir, por isso decidi sair para dar um pequeno passeio a pé e parar algures para um café, sentar para ler o meu livro e nos intervalos, quiçá, fotografar. O sol depois de almoço era quente e tirei a minha camisola, que apesar de fina, estava a mais por cima do top de alças que vesti por cima dos jeans. A rua estava praticamente deserta, passando ocasionalmente um ou outro carro e foi nesse momento que decidi sentar-me num café, daqueles que convidariam a um chá, em pleno inverno, mas que tinha uma esplanada lindíssima e à qual não resisti. Sou particularmente difícil na escolha do local certo para me desligar da realidade, mas aquele local, convidava a sentar e a perder-me nas páginas do livro que trouxera. Pedi um café e um copo de água, deixando-me ficar recostada a ler, enquanto bebia o café…e foi das raras vezes em que podia quase cair uma bomba ao lado, que eu jamais daria por isso, tal era o meu foco no que ia lendo. Os livros, os bons livros e também aqueles que eu sei garantidamente que se enquadram nos meus gostos, tem a particularidade de me fazerem sair do local onde me encontro e me levar para onde decorre a história…e lá ficar, até algo me distrair e voltar de novo para o meu mundo. Terminado o café, concentrei-me nas páginas daquele livro e que me tinha sido recentemente oferecido por uma amiga, e que me estava a prender e o sol a dar-me a restante energia que eu precisava.

Entretanto, senti que algo roçava uma das minhas pernas e assustei-me. Era apenas um gato, que fiquei a perceber ser do dono do café, porque pouco depois chamou por ele, depois de o ver perto de mim. E sem pedir licença, mas sem fazer movimentos muito bruscos, retiro da bolsa a minha máquina fotográfica e aponto na direção do gato, aguardando nova pose deste. É preto e tem os olhos amarelos, um daqueles gatos que daria um excelente figurino numa noite de Halloween. Era lindo e movia-se majestosamente e eu estava deliciada em captar aquela elegância felina, até ele me deixar e eu olhar em volta para perceber se fora apenas eu que o vira. E foi nesse momento que reparei que, atrás de mim, estava sentada uma mulher, formalmente vestida. Salto alto, vestido justo em diferentes tons de castanho, uma mala onde certamente guardaria o seu portátil e uma singela carteira. Tal como eu, também me parecia concentrada no manuscrito que tinha em mãos e que eu imaginei tratar-se de algo um pouco mais enfadonho que o que eu estava a ler, porque de longe a longe, via-a tomar notas. A máquina quase se ergueu por ela própria e captei-lhe expressões, o olhar concentrado e que por vezes se elevava no horizonte, como que a processar o que tinha lido, e depois voltava à linha onde tinha ficado. Era uma mulher bonita, daquelas que deixa rasto por onde passa e tirei fotografias fabulosas, ao olhar, à expressão, aos lábios, à forma como estava sentada na cadeira…e nisto chamei o empregado e pedi um pastel de nata…e canela, disse-lhe quando o vi afastar.

Foi nesse momento que a minha voz a despertou e me olhou, como se a tivesse acordado.

- Acho que vou pedir uma para mim também. – Disse, olhando para mim.

Não sabia o que lhe dizer, porque na verdade ela não estava a falar para mim, mas olhei em volta e na esplanada estávamos apenas as duas, sem ninguém em volta, por isso tudo me levava a crer que estava a tentar conversar comigo.

- E com canela ficam deliciosas. – Disse, quase me sentindo ridícula por ter falado na canela. Quase me senti num diálogo vazio em que uma das pessoas começa a falar do tempo.

- Também gosto....muito. – Disse ela a seguir.

- Não sei se reparou, provavelmente não, mas enquanto estava a ler concentrada nesses papéis que tem nas mãos, tirei-lhe algumas fotos e gostava que visse. – Disse-lhe sem saber como ela iria reagir a uma invasão de privacidade daquelas. – Habitualmente tiro as fotos e não tenho por hábito partilhar, mas algo me diz que vai gostar de ver.

E nesse momento vejo-a levantar-se. Era uma mulher alta, com uma elegância felina e por momentos, fiz o comparativo com o gato que se exibiu há momentos à minha frente. Cabelo solto, prendendo atrás as duas mechas de cabelo castanhas que lhe cairiam para o rosto se estivesse solto.

- Fiquei curiosa. – Disse, aproximando-se da minha cadeira e colocando-se atrás de mim.

Estava à espera que se sentasse ao meu lado, mas quando se colocou atrás de mim, a presença dela intimidou-me, pela postura, e pela proximidade. Senti o perfume dela entranhar-se em mim, toldando-me algum raciocínio, mas apesar disso peguei na máquina que pousei em cima da mesa e, olhei para o lado, para perceber se ela conseguia ver.

- Consegue ver? – Perguntei e senti-a aproximar mais. O toque leve do corpo dela no meu, apesar de termos uma cadeira que nos separava, acabou por passar para mim.

- Sim. – E percebi que se inclinou ligeiramente sobre mim, deixando-me sentir a suavidade do vestido no meu pescoço, e o relevo das suas formas não me passou despercebido. – Mas podes tratar-me por tu…devemos ter aproximadamente a mesma idade, no entanto como vou trabalhar, é-me exigido uma maior formalidade. Podes mostrar-me… - Disse, referindo-se às fotografias que me preparava para lhe mostrar.

E fui passando as imagens do gato que passara por ali momentos antes, para depois passar às fotografias que captara dela. E quando passei uma em que captei a expressão dela a olhar o horizonte, sinto uma das mãos dela passar por baixo de um dos meus braços, na direção da máquina, roçando ao de leve a minha mama, para me dizer:

- Gosto muito dessa. – E entretanto o empregado trouxe o meu pastel de nata e a canela e ela aproveitou, para também pedir o dela, mas que fosse entregue naquela mesa. Ao erguer-se para lhe fazer o pedido, voltou a roçar a mão na minha mama e inevitavelmente, dado que não tinha colocado soutien, o meu corpo reagiu…ao toque, à subtileza…e depois do empregado sair, a mão dela volta a passar por mim e desta vez, sem nenhuma desculpa, parando propositadamente numa das minhas mamas. E continuei para a foto seguinte, em que captei os lábios dela. – Gosto bastante. – E enquanto elogia a fotografia, acaricia-me a mama e eu deixo, eu gosto, eu cedo ao toque e suspiro. – Tu gostas? – Perguntou, mas desta vez, sei que estava a referir-se ao toque dela em mim.

E de novo o empregado aproximou-se da mesa, deixando o pastel de nata para ela.

- Gosto…estou a gostar…e se antes de passar a próxima fotografia, comêssemos o pastel de nata? – Pergunto e ela acaba por se sentar ao meu lado.

Ficamos a olhar-nos, em silêncio durante algum tempo, até ela me pedir algo que eu não estava à espera.

- Gostei imenso das tuas fotos e estava a pensar se tens algum tempo livre para, no fim de semana, fazer uma sessão fotográfica minha. Escolhes o local, dizes-me o que vestir…e, naturalmente, qual o valor que costumas cobrar? – Perguntou-me algo que eu nunca tinha sequer pensado que algum dia teria a oportunidade de realizar, mas não me deixei intimidar e enquanto lambia a colher com que saboreava o pastel de nata, pensei num valor…e disse-lhe.

- Vou-te dar o meu cartão com o meu contacto para me dares esses detalhes todos depois de pensar onde pode ser. – Disse-me e levantou-se para ir à mesa onde tinha deixado as coisas todas e que acabou por trazer com ela, colocando-se de novo atrás de mim. – Estavas a gostar…posso? – E não terminando, já sem ter a máquina fotográfica como pretexto para uma maior proximidade, voltou a colocar a mão entre o meu braço e a mesa e acariciou-me de novo o mamilo já duro e perceptível, por baixo do top, que trazia. Apertou-o ligeiramente e passou à outra mama, repetindo o gesto… - Que me dizes se a sessão fotográfica for em minha casa? Tenho um espaço exterior com um enorme jardim e assim consigo escolher melhor o que vestir e tu até me ajudas. – Perguntou, deixando o convite no ar.

E naquele momento deixei a minha cabeça pender para trás e encosto-me justamente ao peito dela. Sinto a pulsação acelerada e o respiração pesada, o que também a denuncia…

- Pode ser sábado a meio da tarde. Estará sol e é a melhor altura para este tipo de fotografia. Pode ser para ti? – E naquele momento a formalidade deixou de fazer sentido, pois a intimidade já reinava.

- Sim, estou livre. – Disse enquanto uma das mãos continuava a apertar o meu mamilo por cima do tecido do top e a outra desceu lentamente a alça e tocava-me no outro mamilo, pele com pele, sem qualquer tecido no nosso meio.

E nesse momento o telefone dela tocou e afastou-se ligeiramente de mim, atendendo prontamente.

- Sim, fala a Inês. Com certeza, dê-me 30 minutos e estarei aí. – Disse desligando pouco depois o telefone. – Bem, tenho de ir, aguardam-me para uma reunião marcada há minutos e que não tinha agendada. Nem te perguntei como te chamas. – Disse-me pegando nas coisas dela.

- Joana e foi um prazer… - Digo, e vejo-a aproximar-se de mim.

- E vai ser… - Diz e dá-me um beijo na boca, nem se importando que alguém nos visse.

1 comentário


albertobaiapeixoto
11 de nov. de 2020

Promete ser interessante 👿

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