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BY THE RIVER - PARTE III


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- Nem tu imaginas… - Digo e baixo a minha cabeça sobre a toalha e deixo-me ficar, a deixar a pele aquecer com aqueles raios de sol de fim de tarde que ainda são quentes.

E não tardou muito a sairmos dali, mas antes fizemos uma paragem estratégica no supermercado local e só depois regressamos a casa. Subi, sem grande alarido até ao meu quarto. Precisava de um banho e de vestir algo diferente, nada elaborado, mas fresco…e sim um vestido era exactamente o que eu tinha em mente, uns chinelos e ainda com o cabelo molhado, fiz uma trança que prendi de lado.

- Estou cheia de fome…e de sede. – Digo quando me aproximo da cozinha e onde vejo todos de volta do que levar para o exterior.

E rapidamente nos juntamos no exterior e começamos a tratar do jantar…uns em volta da mesa, outros do barbecue e eu fui até à cozinha ver se era preciso fazer mais alguma coisa e deparo-me com a Jessica e o João aos beijos, junto a uma das bancadas. Preparava-me para recuar e me deliciar em vê-los, mas sabia que não tardaria a ser interrompida e quando me preparava para dar um passo em frente, sinto uma mão puxar-me pela cintura e outra tapar-me a boca. E, não bastando isso encostou-me

contra um móvel da cozinha e deixou-me ficar assim. Tentei libertar-me, mas a força do corpo dele era superior à minha, e por outro lado fui mais comedida porque não queria despertar as atenções da Jessica e do João.

E do nada, sinto-me livre…livre para me virar e ver finalmente quem estava nas minhas costas e me tinha maniatado daquela forma, deixando-me submeter àquele poder. Sabia que seria o Rui, mas quando me virei, vi com espanto que se tratava do Marco e que me olhava esfomeado…faminto, de mim, de sexo…e enfrento o olhar dele, mesmo vendo que as mãos dele me impedem os movimentos, pois estão colocadas estrategicamente de um lado e de outro, cercando-me…e a voz, contida para não ser descoberta. O olhar dele desafia-me, como se me perguntasse, sem efectivamente o fazer: não contavas comigo, pois não? E de facto não contava, embora, pensando mais friamente, este não era um gesto que o Rui teria…e o João, apesar de ser capaz de o fazer, estava ocupado com a Jessica.

No entanto algo os dispersou e ele aproveitou esse reboliço e puxa-me para o interior da casa e fecha-nos na primeira divisão que encontra.

- Mas que merda é esta e que pensas que estás a fazer? – Pergunto-lhe, afastando-o de mim.

- A dar-te o que tu queres, ou estou enganado? – Pergunta-me desafiando-me, mas a ponto de me deixar quase a trepar paredes.

- Deves estar a confundir-me com alguma amiga tua. Eu quero…aliás quero sempre, mas lamento desiludir-te, não fazes, de todo o meu género. Entendes isso ou tenho de fazer-te um desenho? – Pergunto, enfrentando-o e vejo-o ficar atrapalhado com a inversão da atitude de submissão, a de uma clara dominação.

E depois desta pergunta ele dá-me passagem e acabo por entrar na cozinha e fingir surpresa quando vejo a mão do João já a subir pelas pernas da Jessica.

- Eu só venho ver como estão os preparativos para o nosso jantar, por isso façam de conta que eu não estão aqui…como aconteceu na água… - E vou em direção ao fogão e percebo que o arroz está quase pronto. Abro um dos armários e tiro uma taça para colocar umas batatas fritas que se tinham comprado e começo a ouvir os gemidos da Jessica atrás de mim. Olho ligeiramente de lado, quando me baixo para ir a uma das gavetas buscar os talheres e percebo que ele está a masturbá-la e dou por mim a pensar o porquê de ser sempre eu que acabo por ver, ouvir e sentir estas coisas todas. A lei da atração universal? Talvez…

Entretanto percebo que o Marco sai da cozinha e antes disso percebe tudo o que se passa, mas prossegue em direção ao exterior, como se nada se tivesse passado.

- Vou fazer a salada. – Aviso, apesar de saber que irei ser ignorada por eles, eu faria exactamente o mesmo se estivesse no lugar deles, ou pior. E mesmo depois de me verem andar de um lado para o outro, vejo-o virá-la ao contrário e incliná-la sobre a bancada, abrir-lhe ligeiramente as pernas, baixando-lhe as cuecas até meio das pernas e antevejo o que vai suceder. Tento concentrar-me na salada que ia começar a preparar, mas os gemidos dela nada contidos e os dele, misturam-se e eu saio por momentos em direção ao jardim e chamo pelo Rui. Vejo-o caminhar lentamente na minha direção, não sabendo o que o espera. E antes de o deixar entrar, coloco o meu braço na porta e impeço que prossiga. Ele ouve os gemidos antes de ver o que quer que seja. Deixo que sinta…antes de lhe permitir a entrada, mas aviso.

- Eles estão a foder…e eu não consigo continuar a preparar sozinha o que falta para o jantar. Preciso de ajuda, da tua ajuda. – Digo e ele, com uma calma aparente, pega no meu braço e deliberadamente faz com que o meu toque desça pelo tronco dele, repousando na ereção que os calções não escondem. Mas depois elevo a outra mão ao pescoço dele e aperto-o. – Vieste para me ajudar ou vais fazer o que o teu amigo Marco tentou: foder-me à força? – Digo e sinto-o tenso e vejo-o olhar para mim, meio atordoado com a informação e ao mesmo tempo a tentar assimilar o que lhe tinha dito, mas nem sequer duvidando do que lhe digo.

- Repete o que disseste… - Pede-me ele.

- Ouviste bem. – E olhei-o nos olhos… - Preciso da tua ajuda, para ficares calado e para me ajudares, porque estes dois estão a distrair-me…

- Há uma condição para te ajudar… - Diz ele e um sorriso renasce no rosto dele.

- Isso é um pedido, uma promessa ou uma ameaça? – Perguntei, quase fazendo um comparativo com o que tinha acontecido antes com o Marco.

- Eu não sou o Marco. – Disse-me, não desviando o olhar do meu. - Só quero estar, dormir contigo, pode ser? – Perguntou ele com uma voz tão melosa que, naquele momento tive de me segurar com força para não seguir o meu instinto e atirar-me para os braços dele.

- Então podes entrar… - Digo como se estivesse a entrar em solo sagrado e ele entra na cozinha, com a mesma calma com que tinha percorrido o caminho até ali.

E entrou, percebendo claramente a tensão em que eu me encontrava, mas não me fez perguntas, tentou como eu abstrair-se de ver os dois amigos a foderem como se estivessem sozinhos na cozinha. Mas, no meio de toda aquela ajuda e enquanto me chegava uma ou outra peça, aproximou-se um pouco mais de mim e senti o caralho duro dele roçar no meu vestido. Respirei fundo…pois estava a ser a salada mais difícil de preparar. Passei para a cebola e comecei a cortá-la, tentando desafiar a minha concentração para algo que exigia maior rigor e acabei por me cortar, sem querer.

Ele sem dizer uma palavra acabou por pegar no meu dedo e levou-o à boca, lambendo o sangue que, apesar de não ser muito, saía do pequeno golpe que eu tinha feito, mas a forma como o fazia estava a excitar-me de tal forma que já não conseguia pensar direito.

- Vamos colocar um penso nesse corte. – E pegou-me pelo braço e puxou-me. Conhecia a casa, por isso saberia onde me levava.

Entramos numa das primeiras divisões, que era a casa de banho de serviço, e fiquei a olhar para ele, que desembaraçadamente abria um dos armários e se preparava para cuidar de mim. Deixei…algo pouco habitual.

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- Não…não preciso disso…preciso disto. – E baixei-me, descendo-lhe os calções e descendo pelo tronco dele, enfiando lenta, mas decididamente o caralho dele na minha boca. Saía um pouco de sangue do meu dedo, mas acabei por lambê-lo juntamente com a minha saliva, molhando-o…deixando-o ainda mais duro…com os movimentos dos meus lábios, da minha língua, do meu toque… - Podemos ir agora? – Perguntei, deixando-o a meio…propositadamente.

- Não, não podemos…senão vou ter de te violar… - Diz-me.

- Ouvi dizer que querias dormir comigo…certo? – Pergunto provocadoramente.

- Fodasss….e deixas-me assim até lá? – Pergunta ele desesperado de novo, exactamente como tinha acontecido no rio.

- Temos a noite toda e agora um jantar para terminar. – E não tardou a sairmos dali e a regressarmos à cozinha onde já todos se encontravam e a normalidade parecia ter regressado.

Olhamos um para o outro e ficaram todos com a mesma ideia de nós e nem podia alegar que tinha ido tratar do golpe porque nada lhe tinha feito, nem um penso colocara. E ele, percebendo a minha atrapalhação, diz-me ao ouvido.

- Apeteces-me… - Diz ele.

Eu desato a rir e ficam todos a olhar para nós, certamente tendo perdido o que momentos antes havia sucedido naquela cozinha.

- Parece que só falta cortar a cebola… - Digo eu e o Marco interrompe-me.

- Eu terminei aquilo que vocês deixaram a meio... – Disse mas o tom era de uma altivez e segurei a mão do Rui, pois percebi a tensão ao olhar o rosto dele de soslaio.

- Então vamos jantar? – Pergunto eu e olho, agora sim, para o Rui e ele para mim.

E todos foram saindo da cozinha e eu e o Rui ficamos para trás para levar as últimas coisas. Mas quando me preparava para sair, ele trava-me e pergunta-me.

- Ana, ele magoou-te? – Perguntou-me. – Responde-me apenas a isso…. – Pediu.

- Como amigo, sim…como homem, fez-me cócegas… - Digo e tento relativizar aquilo que poderia correr mal se o Rui perdesse a calma.

- Sabes uma coisa? – Pergunta.

- Queres foder-me…já sei. – Digo antes de dar um passo na direção do jardim.

- Toda……estás tão fodida……..

- Não espero menos…..senão vais dormir para o teu quarto e eu vou ter com a Jessica e com o João. – Aviso, informando-o que claramente para todos os caminhos há um atalho.

- Um plano b? – Diz ele quando já estávamos perto da mesa.

- Sempre….


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