MY LORD - PARTE V
- Eva Ribeiro

- 26 de jan. de 2021
- 5 min de leitura

Desta vez não fui a cavalo ter com ele, pois iria atrair demasiada atenção sobre mim. Optei por vestir algo mais formal, mais adequado e saí assim que escureceu e quando vi que a mãe estava entretida com os seus bordados, no entanto antes tive o cuidado de dizer que já me sentia bem melhor e que me ia deitar. Desta forma, tinha a certeza que só de manhã a Maria iria ao meu quarto.
Saí silenciosa e rapidamente, percorrendo o caminho que no dia anterior fizera na companhia do Lord, o meu cavalo negro. Estava escuro e eu, estupidamente, nem sequer tinha levado comigo uma lanterna para iluminar o meu caminho, o que tinha sido, no mínimo imprudente dada a hora tardia. A minha sorte foi estar uma noite estrelada e a lua ser o meu farol, de outra forma tinha-me perdido ou mesmo magoado, mas sei que o que pesara para me ter esquecido desse detalhe fora a minha necessidade de passar despercebida quando saí de casa. O desejo de sair de casa e ver o David de novo ultrapassara o meu habitual bom senso. Ainda pensei voltar atrás algumas vezes e até teria sido mais fácil, mas já era tarde demais para isso e eu nunca fui de recuar, em nenhuma circunstância na minha vida, por isso não seria agora que iria suceder.
Cerca de 10 minutos depois de caminhar praticamente, guiada pelo instinto e pelas estrelas, vejo as primeiras luzes das casas e percorro, o mais silenciosamente que consigo o caminho, que no dia anterior também percorri, com a diferença de ter o Lord ao meu lado.
Bati à porta e algum tempo depois apareceu uma mulher, que deveria ter sensivelmente a mesma idade que eu, e que me disse que o David tinha saído para ajudar um amigo. Agradeci e saí dali, com vontade de fazer o percurso inverso, com receio que ele se pudesse ter esquecido do que tínhamos combinado, mas algo me dizia que ele estaria à minha espera. Sentia-me perdida e ao mesmo tempo com o sangue a ferver….de desejo, de medo, tudo misturado. Dei alguns passos na direção do celeiro onde tinha estado com ele na noite anterior e entrei a medo, quase tacteando a minha entrada.
- David… - Chamei e não demorou muito e senti alguém atrás de mim, a cobrir os meus olhos com um lenço, mas sem se fazer anunciar. Reconhecia o perfume dele…mas fizera questão de se manter em silêncio e foi assim, em silêncio, que me guiou pela escadaria que no dia anterior tínhamos subido. Quando chegamos ao topo, obrigou-me a sentar e a aguardar…
Aquela espera desesperava-me, mas ao mesmo tempo obrigou-me a apurar os meus sentidos.
E não tardou muito que se sentasse atrás de mim, aquecendo o meu corpo com o dele, obrigando-me a deitar a cabeça no ombro dele e retirando-me a venda apenas nesse instante. Mantive-me exactamente no mesmo local, deixando-o guiar-me, por caminhos que eu ainda não conhecia.
- Tu sabes que eu adoro ver as estrelas contigo. – Digo e quase simultaneamente sinto os lábios dele percorrem o meu pescoço. – Hmmmm. – E nesse instante sinto-o aproximar-se mais ainda de mim, juntando o corpo dele ao meu corpo, roçando-se em mim, e dando-me a sentir o volume da ereção que as calças que trazia escondiam.
- Como tu me deixas. – As primeiras palavras que o ouço dizer-me, enquanto se vai roçando mais em mim.
E nesse momento, desço as alças do meu vestido e deixo-o perceber que estou sem soutien.
- Vieste assim ter comigo? – Perguntou num misto de choque e excitação.
- Apeteceu-me, fiz mal? – Perguntei-lhe, numa clara provocação, quando já tinha o vestido descido até à cintura.
- Ana…eu não sou de ferro….e... – Diz enquanto sinto uma das mãos dele percorrer-me, numa leve carícia pelo meu corpo enquanto a outra acariciava uma das minhas mamas.
E ignoro o que me diz, pois é a voz da razão e do bom senso a tentar imperar sobre a minha sensibilidade e desejo....e não é de todo a voz dele que quero ouvir.
Liberto-me do vestido e fico nua, percebendo que ele ainda continua completamente vestido, mas nisto, liberto-me das mãos dele e ergo-me, virando-me de frente para ele, mas permanecendo de pé, nua, iluminada pela lua e pelas estrelas, aguardando pelo próximo passo: o dele. E num ápice, vejo-o despir-se e ainda sentado, puxa-me para ele, abrindo-me ligeiramente as minhas pernas, para, sem aviso prévio, começar a lamber-me os lábios da cona, pela primeira vez, enquanto um dos dedos acompanha os movimentos da língua em mim, numa dança que eu já reconheço, que gosto...e que me dá tanto prazer.
E não tarda muito e deita-me sobre a manta que eu lhe tinha dado, ainda nesse dia, e continua a tocar-me, fazendo-me contorcer de prazer pouco depois, num orgasmo tão intenso, que faz estremecer todo o meu corpo, quase perder os sentidos, tal foi a intensidade. E após recuperar ligeiramente o fôlego, vejo-o cobrir o meu corpo com o dele, fixar o meu olhar, começando a roçar o caralho nos lábios da minha cona, lentamente...lentamente, mas numa cadência que me faz gemer de prazer, ainda antes de o sentir em mim.
- My lady… - E a respiração ofegante dele, misturada com o perfume, com o som de uma ou outra ave noctívaga, misturam-se com a minha…
- Por favor. – Peço, imploro-lhe por mais...
- Tu não sabes o que estás a pedir-me. – Diz ele, tentando ainda racionalizar o que já não tinha retorno.
- David…eu quero o mesmo que tu…
- Ana… - E nesse momento, ao dizer o nome dele, o meu corpo cede-lhe a passagem…e lenta, mas vigorosamente sinto o caralho dele entrar na minha cona, deslizar por ela dentro, rasgando-me delicadamente e fazendo-me gemer…num misto de dor e de prazer… - Queres que pare? – Pergunta-me ele cautelosamente quando percebe que é a primeira vez.
- Se o fizeres, não voltas a ver-me. – Digo, convicta do que quero. – Quero…que continues... - Digo, sem medo...
E começamos a fazer amor iluminados pela lua, rodeados pelas estrelas e com a noite como pano da fundo. E repetimos…uma e outra vez…até eu perder a conta ao prazer e ao tempo.
No fim, lembro-me de ficarmos enrolados naquela manta, nus e de novo fundidos um no outro e minha vontade era ficar ali o resto da noite com ele, mas ambos sabíamos ser impossível.
- Tenho de regressar a casa. – Digo e ele prontamente se oferece para me acompanhar, depois de cobrir o meu corpo com beijos e uma carícia de cima abaixo.
- Estás bem? Sentes-te bem? – Pergunta-me, quando finalmente chegamos ao portão de casa, depois de percorrermos o caminho que eu anteriormente fizera sozinha.
- Sim. Sinto-me… - E não digo “tua”…não termino, propositadamente a frase, porque não é preciso, porque ele sabe-me de cor, conhece-me bem demais para saber a ligação que temos e sabe, com toda a certeza o que sinto...o quanto significou...o quanto nos ligou...
E o silêncio tomou conta do espaço entre nós, até ele me puxar para ele.
- Sinto-me tão teu…e sinto-te tão minha - E beija-me quando se despede, vendo-me caminhar na direção oposta à dele, mas em silêncio.
- Ana?! – Chama por mim. – Não me dizes nada?
Volto-me e mando-lhe um beijo, quase uma provocação para a intensidade do que se viveu....do que se sentiu...do que ficou.
- Tu sabes tudo…sabes tudo o que eu poderia dizer-te David.
- Sei? – Perguntou, parecendo-me inseguro, mas era algo mais...ele queria ouvir-me...
- Sabes tudo e amanhã... - E continuei. - Amanhã convido-te para tomares o pequeno almoço comigo e depois um banho, bem quente… - Digo afastando-me dele.
- Vou-te…vou-te... - Diz e fica em suspenso o que ele ia dizer, mas que eu concluo, com prazer.
- Eu sei, vais-me foder de novo…e é isso que eu quero e preciso…
FIM





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