O SAL NA MINHA PELE - PARTE I
- Eva Ribeiro
- 21 de jul. de 2020
- 5 min de leitura

Num banal sábado fui fazer as habituais compras ao supermercado e raramente encontro alguém, primeiro porque vou relativamente cedo fazer compras e segundo porque a minha concentração naquilo que estou a fazer impede-me de reparar, mas ouço alguém chamar por mim.
- Xana – E olho em volta e não vejo ninguém que reconheça e continuo concentrada naquilo que estou a fazer. – Alexandra Isabel. – E desta vez sei que é para mim, pois ninguém tem a ousadia de me chamar pelos meus dois nomes. E pouco depois de me virar vejo uma amiga que já não via há algum tempo aproximar-se de mim. – Olá, desaparecida. – E abraçou-se a mim, quase me deixando sem ar.
- Patrícia. Que bom ver-te. - Digo, depois de ver que tinha mudado ligeiramente de visual. Estava habituada a vê-la com o cabelo arruivado e comprido, exibindo alguns caracóis aqui e ali, mas desta vez, o castanho predominava, mas os olhos claros continuavam a ser a imagem de marca e que juntamente com todas as sardas que eu conhecia lhe davam aquele toque. – Bem me parecia que me chamavam, mas não te via, pois estás com um visual diferente. Gosto. – Elogiei.
- Tu continuas… - E olhou-me de alto a baixo.
- Patrícia…não vais começar… - Disse tentando travar os ímpetos que já conhecia. – Mas porque é que eu só atraio amigas assim? – Pergunto-lhe mas falando para mim.
- Por falar nisso tenho um convite para te fazer. – Disse-me.
- Convite? Ui… - E nesse momento encosto o carrinho das compras e espero que me revele.
- Tu sabes que eu e o Bruno mudámos de casa há pouco tempo e tu ainda não conheces a minha casa. – Disse e parou, durante algum tempo propositadamente.
- Patrícia…estás a convidar-me para ir conhecer a tua nova casa, é isso? – Perguntei um pouco desconfiada.
- Também. – E não adiantou mais.
- Patrícia… - Disse, dando-lhe claramente a entender que tinha percebido a mensagem.
- Apareces ao fim da tarde, bebemos algo e jantas connosco. – Disse com uma simplicidade que, se não fosse dito por ela, facilmente acreditaria…mas aquela proposta era indecente e tanto uma como a outra sabia.
- Liga-me para combinarmos e aproveitas para me dar a tua morada. – Pedi.
- Não te vou ligar…estou a fazer o convite para vires hoje, mas mando-te por mensagem a morada, que me dizes? – Perguntou-me, apanhando-me de surpresa.
- Não resisto aos cocktails dele e a verdade é que estou cheia de saudades tuas. – Digo, tentando dar um ar normal à conversa. - Manda a morada… - E dei-lhe um beijo na cara e quando preparava para lhe dar um beijo na outra face, beijou-me os lábios. – Caramba, tu sabes onde estamos? – Perguntei olhando em volta para ver se alguém tinha reparado.
- Vá, relaxa que ninguém viu. Mando-te a morada daqui a pouco e espero por ti ao fim da tarde.
- Está bem, manda. Vou terminar as compras, pois a seguir quero ver se ainda vou até à praia apanhar sol. – Disse, enquanto me afastava dela.
E deixei de a ver, tentando manter a concentração necessária para acabar as compras. Pouco depois já estava estendida na minha toalha de praia, grande o suficiente, mas não o bastante pois adorava sentir a areia fina nos meus pés, como uma eterna carícia, enquanto o sol aquecia o meu corpo e os meus olhos iam lendo de página em página o livro que tinha trazido comigo. Escolhera aquele pequeno espaço, atrás de uma rocha e onde podia, sem dificuldade apenas permanecer com a parte de baixo do biquíni, sem ter olhares indiscretos sobre mim.
E com o meu chapéu e óculos de sol, entrei naquele mundo só meu…e que o livro abriu caminho. Mas a dada altura, embalada pelo sol e pela sombra que a rocha me proporcionava, o sono levou a melhor mim, só despertando quando ouço o telefone tocar. Praguejo sozinha e quando olho o visor do telefone, sorrio quando vejo o nome da Patrícia.
- E eu a achar que só ias mandar uma mensagem. – Disse rindo.
- Nah…tinha de ter a certeza que podia contar contigo. Onde estás? – Perguntou-me.
- Na praia.
- Com o livro perto e deixa-me ver se acerto… - Diz ela conhecendo bem os meus hábitos. - E apenas com a parte de baixo do biquíni…
- Já me conheces. – Disse eu, ciente de que era provavelmente uma das amigas que melhor me conhecia.
- Vou-te mandar a nossa morada espero-te às 18h… - Diz-me e pouco depois de desligar, volto ao livro, mas preciso de me refrescar no mar. E aproximo-me da água, sentando-me numa pequena rocha e deixando que a água me vá gradualmente molhando. E nesse momento nem apercebo que alguém se aproxima de mim e fica também a molhar-se perto de mim. Olho para o lado de soslaio, pois nunca me senti muito confortável com estas aproximações e dou por mim a reparar que não tinha colocado a parte de cima do biquíni. A maré estava baixa e optei por me afastar um pouco dele, entrando mais um pouco dentro de água, até ter a água pela cintura. Esperei por uma pequena onda e mergulhei, sentindo a frescura que estava a precisar. E volto-me para regressar e vejo-o mergulhar na minha direcção, vindo à superfície bem perto de mim.
- Fica mais um pouco. – Pediu-me aquele estranho.
E por momentos, dou por mim a olhar em volta e a perceber que a praia está deserta. Mas não é medo que sinto, bem pelo contrário, é atracção pelo desconhecido que, reparo nesse momento ser um homem bem mais alto que eu e que me faz olhá-lo até ao limite onde a água lhe dá, um pouco abaixo dos calções de banho.
- Sim, estamos sós. – E dizendo isto dá um passo em direcção a mim. – Queres voltar àquela rocha onde te molhavas há pouco? – Pergunta-me simplesmente.
- Desculpa, mas tenho de ir embora. Uns amigos aguardam-me. – Disse-lhe a verdade e ao passar por ele, percebo a erecção que os calções não disfarçam e dou por mim a fechar os olhos e praguejar comigo própria, por hesitar, por querer mais…e acabo por, ao invés de ir para a toalha secar-me, sentar-me na pequena rocha e deixar que a água me continuasse a molhar e a vê-lo percorrer o mesmo caminho que eu tinha feito e ficar simplesmente a olhar-me, a observar as minhas mamas e a ver o meu olhar percorrê-lo e fixar-se na linha dos calções, para depois o observar deleitada tocar-se por cima dos calções, percorrendo com o olhar a linha que o caralho dele duro desenha nos calções molhados e a estender instintivamente a mão e a tocar-lhe primeiro no peito, descendo, passando o ventre bem definido e parando propositadamente na linha dos calções.
- E agora? – Pergunto, olhando-o fixamente, desafiando-o.
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