O SAL NA MINHA PELE - PARTE III
- Eva Ribeiro
- 24 de jul. de 2020
- 3 min de leitura

E lentamente o terraço ganhou vida e a mesa baixa que existia começou a ficar salpicada de algumas tapas que ele ia trazendo e que fomos acompanhando com um vinho tinto que ele só de descrever os sabores, me deixou excitada…e quando o provei pude confirmar cada um deles, um toque de madeira e caramelo que permanecia e se envolvia com o que eu ia comendo.
A Patrícia foi acendendo as lamparinas lentamente e eu fui-me perdendo entre aquelas iguarias e o vinho que rapidamente, com o fluir da conversa desapareceu num ápice.
Noite estrelada, salpicada pelas velas naquele terraço e com a companhia certa, dificilmente podia desejar mais. Eram provavelmente os meus amigos mais antigos, mas com os quais nem sempre estava, pois tinham sempre imensos programas, no entanto a sensação era sempre a mesma, parecia que apenas tinha passado um dia desde a última vez e isto só acontece com os mais especiais.
Um brinde e mais outro, risos, conversas trocadas e pouco depois peço:
- Preciso de um baralho de cartas…
Reparo no olhar deles um no outro, claramente cientes que o nosso jogo ia começar e foi ela quem se levantou para ir buscar o que eu tinha pedido. Não tardou a aparecer o que eu tinha pedido e que ela me deu, ciente de que seria eu a ditar as regras.
- Cada um tira uma carta e o que retirar a carta mais baixa, tem de tirar uma peça de roupa e fazer uma confissão…de cariz sexual…aceitam? E se a que tirou a carta mais alta precisar de esclarecimentos, o que tirou a mais baixa deve prestá-los. Entende-se que esclarecimentos possam ser de qualquer teor…verbal ou não verbal…aqui a imaginação dita as regras e cada um joga como gosta.
Entreolharam-se, com perversidade não dissimulada.
E logo na primeira rodada, foi a vez do Bruno retirar uma peça de roupa e se confessar. Tirou sem dificuldade os ténis que tinha calçados e olhou para ambas, antecipando alguma expectativa, para o que se preparava para dizer.
- Isto de ser o primeiro a revelar algo assim…. – Começa por dizer, mas rapidamente deixou essa resistência. – Adoro foder com mais alguém a ver… - E ficou à espera que uma das duas o pudesse interpelar sobre o que ele perguntou e fui eu, pois tinha sido eu a tirar a carta mais alta. Antes disso voltei a beber mais um pouco de vinho e só depois me atrevi:
- Deixa-me ver se eu entendi o que quiseste dizer. – Comecei, criando suspense. – Tu gostas de foder com a Patrícia e ter mais alguém a ver…é isso? – Perguntei e ele confirmou-me de imediato. – E podes especificar, se tens preferência que seja um desconhecido ou um conhecido a assistir? – Perguntei –lhe.
- Gosto de ambas as situações…uma situação parece-me mais mundana e que nos expõe, fruto de uma casualidade e isso excita-me muito. Por outro lado, ver-te a ti, por exemplo a observar-nos, deixa-me igualmente fora de mim, porque me exponho a alguém que nos conhece…e isso é daquelas coisas que….gosto mesmo muito. Mais alguma pergunta Xana? – Pergunta ele quase me desafiando.
- Para já estou satisfeita. Vamos à próxima rodada. Quem tira a primeira carta? – Perguntei estendendo o baralho de cartas e cada um tirando de imediato uma carta.
Ficamos todos a olhar para as cartas e pouco depois colocamos as mesmas em cima da mesa. A minha era a mais baixa e a Patrícia tinha a carta mais alta.

Optei pelas sandálias e retirei-as lentamente de cada um dos pés e preparava-me para confessar, mas estava um pouco intimidada, pois tinha os olhos deles cravados em mim. Sorri antes de prosseguir e finalmente disse-lhes o que me apeteceu:
- Adoro provocar…exibir-me…e dar a entender que foi acidental… - Disse e o meu silêncio foi interrompido pela voz da Patrícia enquanto pegava num pedaço de queijo derretido e lambia a tosta onde o tinha colocado.
- Qual foi a última vez que o fizeste? Conta tudo e com detalhes…. – Pergunta ela sem esperar sequer.
- Deixa ver…foi há uns dias, numa loja de roupa…nos vestiários. Levei algumas peças de roupa para experimentar e, percebendo que o homem do vestiário em frente tinha deixado a cortina quase aberta, deixei a minha da mesma forma e comecei a despir-me….ignorando que me via, mas sabendo que o fazia… - E parei propositadamente neste ponto.
- Isso não acabou aí…. – Diz o meu amigo e sinto-o excitado com a confissão.
- De costas para mim e de frente para o espelho masturbou-se enquanto me observava e esporrou-se todo quando o olhei fixamente, desafiando-o, incitando-o a prosseguir.
- És muito puta. – Diz a minha amiga.
- Mas não é isso que gostas em mim? – Perguntei eu sem medo.
- É por isso que adoro comer-te….
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