ORIGINAL SIN - PARTE IV
- Eva Ribeiro

- 9 de ago. de 2020
- 6 min de leitura

Dois dias depois e, felizmente tendo apenas tomado um café rápido com a Paula, que estava prestes a ir de férias, chegou o dia de ter nova aula. Contrariamente aos outros dias, escolhi um colorido vestido de verão...e que me dispensou de levar roupa interior, até às sandálias eram rasas. Peguei na pasta com o caderno de notas e na carteira e saí de casa, um pouco apressada, pois perdera algum tempo com estes pequenos detalhes.
Entrei no edifício e quase adivinhava que me ia cruzar de novo com ele, mas isso desta vez não sucedeu. Subi até ao 8º andar e dirigi-me à sala, onde pela voz percebi que ele já se encontrava, mas a falar com outra aluna, que debruçada sobre a bancada dele, a mostrar-lhe algo, era impossível que ele não visse as mamas dela. Cumprimentei todos e dirigi-me ao meu lugar, ignorando aquela visão e tirando o meu bloco de notas e a caneta...e aguardei pacificamente que a aula começasse.
Mas, entretanto sou surpreendida pelo toque do meu telefone e que rapidamente pego para atender pois a aula ainda não tinha começado.
- Olá Francisco. - E a conversa apesar de breve deu para se entender que tínhamos combinado encontrar-nos nessa mesma noite. - Até logo...beijo. - Despeço-me e pouco depois coloco o telefone em silêncio e não tardou muito a que a aula começasse.
- Muito bom dia a todos. Espero que estejam a gostar daquilo que temos aqui aprendido juntos. - Disse e nesse momento o olhar dele foi para mim e eu baixei o olhar e fingi anotar algo no meu caderno. - Hoje vamos aprender um pouco sobre o prelúdio de uma refeição: as entradas, ou como muitos de vocês também devem ter ouvido falar o couvert, o antepasto ou aperitivo. A gastronomia tem como principal função saciar a nossa fome, porém ela também pode ser vista como uma expressão cultural e até mesmo histórica, que revela muito sobre os costumes e o modo de viver dos diversos povos. Por isso, as suas criações e especificidades, com as entradas, ensinam-nos um pouco mais sobre outras culturas. Apesar de não ser consensual… - E continuou. – Diz-se que as entradas tiveram a sua origem na Itália medieval, e tinham como principal objetivo atrair o paladar das pessoas e acender a vontade de saborear o prato principal. As entradas, tal como antigamente, são, tendencialmente muito coloridas, bem apresentadas e servem para abrir o apetite dos que estão à mesa. – E continuou, passando alguns slides na tela atrás dele. – Costumam ser leves, saborosas e ideais para abrir o apetite e estender o tempo das refeições, pois como vocês sabem e é algo que acontece na nossa cultura, temos especial prazer em permanecer em redor de uma mesa durante algum tempo…a conversar, a saborear e o tempo vai passando.
E depois foi-nos mostrando aquilo que tradicionalmente se apresenta para entradas…desde as mais simples ás mais elaboradas…e disse o mais importante.
- Nenhuma entrada deve anular o prato principal…por isso devem ter em consideração que é no prato principal que se vão focar e tudo surgirá em volta disso. Terá de ser a combinação certa para haver uma harmonia à mesa. E tal como na aula anterior…vou deixar em cada bancada a receita de uma entrada simples, para que elaborem. Estarei por perto para vos ir apoiando. – Disse e começou a distribuir, de bancada em bancada em bancada as receitas. E o resto da aula foi a elaborar a entrada que me tinha calhado, até o ver aproximar-se de uns e de outros e acabar por também o fazer comigo.
- Como está a correr Eva? – Perguntou-me quando me viu de volta dos últimos retoques.
- Bem, obrigada. – Respondi, friamente.
- Falta-me provar…chefe - Digo falando mais baixo um pouco. E, nesse momento, ele aproximou-se mais de mim e quase num sussurro, perguntou-me:
- Hoje faremos a prova à hora do almoço, aceitas? – Perguntou-me e olhei para ele…lambendo um dedo, sem qualquer preocupação de o poder excitar.
- Hoje? – Sorri, tentando que ele pensasse que estava a hesitar por poder ter planos. – Vim sem roupa interior, não sei se será adequado aceitar o convite.
- É perfeito… - Disse e colocando-se ao meu lado, ergueu ligeiramente o meu vestido e levou a mão às minhas pernas, subindo e comprovando que estava realmente sem cuecas. Tocou-me nos lábios e os meus olhos fecharam-se quase instintivamente. – E pouco depois, deixou-me e continuou a circular pela sala, mas eu ia sentindo, ocasionalmente, o olhar dele em mim e umas vezes devolvia-lhe o meu, outras ignorava, só porque sim.
A aula não tardou a acabar e cada um foi saindo. Arrumei as minhas coisas e caminhei na direção dele quando já a sala estava vazia.
- Onde vamos almoçar? – Perguntei.
- É surpresa, mas o almoço está em cada uma das bancadas. Recolhes por favor? – Pediu-me…- Pois vou buscar guardanapos, dois copos e uma garrafa de vinho para levarmos nesta cesta.
E não demorou muito e saímos dali os dois em direção ao carro dele que se encontrava no parque, tal como o meu. Estava curiosa para saber onde me levaria…e não muito longe dali, num parque da cidade, que eu não conhecia, rodeado de frondosas árvores, esticou uma manta, perto de uma delas, e depois uma toalha branca e foi dispondo cada uma das entradas que tinham sido preparadas. Fiquei extasiada só de o ver detalhadamente dispor tudo e sentei-me de um dos lados da manta e fui descendo uma das alças do vestido…
Ele não reparou logo nisso, pois estava demasiado concentrado em dispor tudo de forma perfeita…abrindo em último a garrafa de vinho e foi quando me entregou o copo que percebeu a minha provocação. Percebi que as calças dele rapidamente ganharam um volume diferente, a ereção destacava-se e eu não consegui conter-me. Dei um gole no copo de vinho e aproximei-me dele.
- Seria muito estranho antes de começar por estas entradas que se prepararam na aula, eu começar por te lamber o caralho aqui? – Pergunto já nem querendo saber da resposta, porque o encosto à árvore perto de nós e começo a abrir-lhe o fecho das calças.
- Que pretendes Eva? – Perguntou ele depois de eu ter o caralho na mão…já bem duro.
- Saborear…desfrutar…sentir…não é esse o lema das aulas?

- É, mas a aula já acabou… - Diz-me muito sério e eu começo a lamber o caralho dele, sem esperar pela resposta dele…uma e outra vez, molhando-o todo. – Eva… - Diz o meu nome envolto em pecado…e paro pouco depois, propositadamente a meio.
- Passamos àquelas entradas? – Perguntei eu afastando-me dele.
- Se pensas que vamos sair daqui sem foder…estás muito enganada. – Diz-me ele, fechando as calças, mas eu mantendo o vestido ligeiramente descido e subo-o, provocadoramente…deixando-o ver mais do que só as pernas.
- Partilhamos? – Pergunto-lhe oferecendo-lhe um um canapé com tomate cherry e queijo mozarela. E ele aceita, saboreando uma das entradas…e depois devolve-me uma tosta com cebola caramelizada e creme freche.
- Hmmmm…. – Sim, eu precisava de foder….e não ia aguentar muito tempo.
Bebi mais um gole do vinho branco que ele escolhera para o nosso almoço e peço para se encostar, mas sentado, junto à árvore, levando comigo uma pequena taça com cogumelos salteados e um pequeno garfo.
E depois sentei-me em cima das pernas dele, pedindo-lhe que segurasse na pequena taça de cogumelos, enquanto eu habilmente lhe tirava o caralho para fora.
- Provamos? – Perguntei…deixando o caralho dele deslizar para dentro da minha cona, já bem molhada…
- Contigo eu provo tudo…e de todas as formas. – E fomos comendo os cogumelos, enquanto fodíamos, à medida que íamos saboreando aquela entrada.
- Cuidado com o que desejas… - Digo, pegando noutra entrada: uma tosta com uma fina camada de queijo de cabra, mel e noz.
- Isso é uma ameaça? – Perguntou-me quando a cadência dos movimentos já só me permitia montar o caralho dele…
- Hmmm…Eva…
E nesse momento ele baixa-me completamente as alças do vestido e começa a lamber-me os mamilos, deliciando-se em colocar mel e lambê-los, enquanto eu me venho…deixando-me inclinar para trás e colocando o meu corpo à mercê dele. Agarra-me as ancas e é o nome dele que digo quando estou perto de ter outro orgasmo:
- Daniel… - E o orgasmo dele coincide com o meu.
- A simbiose perfeita…sabor...cheiros…cor…e….
- Não vais dizer amor, pois não? – Pergunto eu, tentando recompor-me…mas ele detém-me.
- Amor sim…porque não? – Pergunta ele, dando-me um beijo e procurando a minha língua, e deixo-me levar, sem querer saber o caminho.
- É cedo para amar… - Digo quando os nossos rostos estão ainda próximos.
- O amor não se mede pelo tempo…mas pela intensidade da entrega, da partilha…do prazer…
- Então eu gosto deste tempo…- Digo enquanto dou novo gole no copo de vinho.
E naquele momento o meu telefone toca e vejo o nome da Paula no visor e atendo.
- Olá Paula. Sim, já acabaram as aulas desta semana. – E ouço-a perguntar como correram e o que estou a fazer. - Depois explico-te…mas neste momento só te consigo dizer que estou a fazer amor…. – E desliguei o telefone e coloquei-o em silêncio porque sabia que ela não se ia contentar apenas com aquela explicação.
- A fazer amor? Agora já é amor? – Perguntou ele olhando-me demoradamente.
- Não era essa a principal lição a reter das aulas de culinária? – Perguntei, mas não propriamente para ele me responder.
- Sim…mas no meio do amor, por vezes tropeçamos no pecado. – Diz-me.
- Eu diria que isso é muito original, mas acho que já o ouvi algures. – Disse…sabendo exatamente onde tudo começou e onde iria acabar.
FIM





Comentários