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RED LIPS


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Já um pouco cansada daquela corrida matinal, pois simplesmente ignoro o toque do despertador pelo menos umas três vezes, levanto-me da cama, ainda sonolenta, a praguejar com a gata que está de olhar fixo a olhar para mim.

- Já sei, estou atrasada. – Falo com ela como se me entendesse e saio da cama, dirigindo-me em modo quase sonâmbulo à casa de banho.

Nisto, inesperadamente para a hora que é, o telefone toca. Praguejo, não sei quantas vezes e coloco, em alta voz o pequeno aparelho, só me dando conta que é a minha amiga Vanessa que está do outro lado da linha.

- Bom diaaaaaaaaaa. – Ouço a voz entusiasmada do outro lado da linha e que quase me fura os tímpanos.

- Só se for para ti. Estou a acabar de me levantar e estou atrasada. – Digo sem grande animosidade.

- Certamente estás esquecida que o nosso amigo Pablo chega hoje de Barcelona. – Diz ela esperando que eu reagisse.

- Vanessa, deve vir com a namorada e não tenho paciência para aqueles melodramas dele. – Digo com sinceridade quando entro no duche. – Agora vou tomar banho. Falamos mais logo, pode ser? – Digo, mas ela insiste.

- Vais dizer-me que não estás sequer um pouco excitada com a situação? – Pergunta ela como se fosse uma adolescente. – Saber que ele vem…que te deseja…isso não mexe contigo? – Pergunta ela diretamente.

- Honestamente, neste momento não penso nada e isso não vai mudar muito. Vai ser um fim de tarde divertido e ainda bem que estás por perto. – Digo e desta vez, o meu discurso aproxima-se mais da realidade.

- Estás apreensiva. Pois bem, isso quer dizer muita coisa….e eu vou-me. Besitos. – Diz e desliga a chamada sem eu sequer me despedir dela.

Tomo um banho mais prolongado e escolho um vestido diferente para aquele dia. Estava indecisa, mas o preto continuava a ser a minha escolha de eleição…solto na parte de baixo e bem justo na zona do peito. Escolhi meticulosamente a lingerie, desta vez a condizer com a carteira vermelha e com os sapatos de salto alto. Prendi o cabelo num rabo de cavalo e coloquei, contrariamente aos outros dias um laço vermelho para contrastar com o negro do meu cabelo. E aprimorei na maquilhagem, não me esquecendo do baton vermelho que sobressaía os meus lábios carnudos e o rimel, que ainda tornava o meu olhar mais profundo. Olhei para a cama, revolta, e prossegui, hoje sem paciência para fazer a cama e saí de casa. Passei no café por baixo do prédio onde morava e entrei. Não me sentei como habitualmente na mesa, esperando pelo café e pela torrada, dirigindo-me diretamente ao balcão. A dona Albertina, a dona do café e que me conhecia há anos veio logo ao meu encontro.

- Não se senta hoje menina Sara? – Perguntou com a sua voz delicada, como que esperando que lhe dissesse mais qualquer coisa do que eu lhe iria dizer.

- Estou com alguma pressa e tenho uma importante reunião. E a verdade é que voltei a adormecer e estou atrasada de novo. – Digo tentando parecer tudo o mais normal possível.

- Está muito bonita. – Elogia ela.

- Obrigada. Será que me pode trazer o habitual? – Pedi eu tentando cortar a conversa que sabia que ela queria ter e eu não.

- Já lhe trago menina. – E afastou-se lentamente, não demorando muito a que o meu pedido viesse ao meu encontro.

Andou ali de volta de mim, mas não voltou a tentar interpelar-me mais. Sei que era essa a sua vontade, mas naquele momento não o iria fazer.

- Bem até amanhã. – Digo eu depois de pagar e já a preparar-me para dar meia volta para sair.

- Até amanhã. – Diz ela, mas com um sorriso algo perverso desenhado no rosto e que não era nada habitual.

Não demorei muito a chegar ao escritório e a reconhecer o habitual alvoroço que acompanhava aqueles inícios de manhã. E à medida que fui passando pelos gabinetes dos meus colegas, a maioria homens, acenei como faço todos os dias até chegar ao meu gabinete. Passei pela minha assistente e, apesar de apenas abrandar o passo, perguntei se havia algo urgente para tratar.

- Uh la la….onde vais assim toda giraça? – Perguntou ela sem se inibir de elogiar e reparar que estava diferente do habitual.

- Um amigo vem de longe e vamos estar juntos, mais a Vanessa, nada de mais. – Digo, fingindo desprendimento.

- Nada de mais? Adoro quando me mentem com qualidade.

Não respondi, pois sabia que tudo o que dissesse iria ser usado contra mim. Já trabalhávamos juntas há alguns anos e ela conhecia bem a minha vida.

- Por aqui sem novidades de maior, tens uma entrevista perto da hora do almoço de um editor novo e o Paulo Alves, quer voltar a falar contigo por causa do lançamento do livro e da campanha em vigor. A Pamela, do marketing também precisa de se sentar contigo uns minutos por causa das propostas que tem pendentes para tu aprovares e…

- Vou pousar as minhas coisas e tomar um café. Daqui a pouco digo para me ligares ao Paulo, para saber o que ele quer exactamente. – Digo eu e entro no meu gabinete e que mais parece uma biblioteca, com um montão de livros nas prateleiras e na secretária.

- Eu sei o que ele quer, mas o que tu vais discutir com ele é apenas sobre o lançamento do livro… - E depois de a ouvir dizer isto, voltei à porta do gabinete e olhei ameaçadoramente para ela. - Que foi? – Perguntou-me ela quando me viu olhar para ela daquela forma.

- Precisamente e é apenas isso que tu tens de reter, mas para ele pelos vistos isso ainda não ficou claro. – Digo eu num misto de irritação e alguma ansiedade.

- E se ele te vir assim hoje é que vai ser bonito. Aconselho uma chamada normal, nada de vídeo chamadas. – Disse-me ela e voltei à porta, desta vez com o café na mão e a olhar para ela, com um olhar fulminante. - Eu sei, eu detesto ter razão, mas é porque te conheço bem demais e sei bem como é o Paulo Alves. – Disse-me com convicção.

- Pede para ele cá estar daqui a uma hora, de outra forma, só o posso receber para a semana. – Digo e fecho a porta do meu gabinete, chateada com ela e com o facto de em alguns momentos ser tão estupidamente previsível.

Pouco depois ouço um leve bater na porta e respondo com arrogância.

- Sim? É bom que seja importante, porque estou sem paciência. – Digo e ela entra de mansinho no meu gabinete.

- Desculpa. – Pediu ela olhando para mim, mas depois desata a rir. – O Paulo Alves está a caminho.

- Puta que pariu. – Digo eu furiosa por ter sugerido sequer aquela possibilidade.

- Bem podes dizer isso, quando ele te vir assim, eu nem quero estar presente. – Diz ela.

- Olha que bela ideia, mas vais estar mesmo, como minha assistente, vais tomar as notas todas daquilo que se pretende fazer, das ideias e eu apenas fico a ouvir a descontraidamente a opinar. Contigo aqui a reunião será breve e objectiva. – Digo a sorrir perversamente.

- Eu sabia que ia sobrar para mim. – Diz ela.

- E olha que ainda pode…com um bom cruzar de pernas ainda te convida para ir jantar com ele. – Digo, sendo mais puta do que ela tinha sido.

- Sara, lamento, mas o Paulo Alves tem exclusividade connosco porque é contigo que trabalha. Só te vê a ti, primeiro porque és talentosa e segundo porque está perdidamente…. – e não terminou porque o telefone tocou e ficamos a saber que ele tinha chegado.

- Aproveita…verás que não te arrependes. Manda o nosso D. Juan entrar para acabarmos de uma vez com isto. – Digo e pouco depois ela vem com ele e fecha a porta após entrar com ele.

- Sara…é sempre um prazer reunir pessoalmente e hoje estás…acompanhada. – Diz dando-me dois beijos na face, bem perto dos lábios como é seu costume.

- Sim, pedi à minha assistente para estar presente. Assim também me ajudará e no final tenho a certeza que o resultado irá agradar a todos. – Digo e convido-o a sentar-se ao lado dela.

A Joana é uma mulher muito bonita, tez clara, com sardas salpicadas sobretudo por baixo dos olhos claros e um cabelo arruivado, cor de fogo. Cruzou as pernas, deixando que a saia travada que tinha trazido evidenciasse a racha até meio da coxa e blusa em tons de azul, evidenciavam um decote, ao qual dificilmente ele ficaria indiferente. Ligou o tablet e começou a tomar notas sobre o que íamos falando, fazendo uma ou outra pergunta que encaixava no que íamos debatendo.

Percebi claramente que ele tinha gostado dela e ela, por alguma razão deixou-se levar pelas palavras daquele escritor que, até ao momento, só tinha tido olhos para mim. Aproveitei que estavam a tomar as últimas notas e ausentei-me do gabinete.

- Volto já. – E fechei a porta, atrás de mim. Precisava de apanhar ar e o meu telefone tinha pelo menos umas cinco chamadas do Pablo. Devolvi a chamada e percebo que ele está à porta do edifício e se prepara para vir ao meu encontro. Aceitei e esperei-o no hall, perto do elevador antes de entrar no escritório. Quando a porta do elevador se abre, aparece o moreno que já não via há um tempo e com um ramo de rosas vermelhas.

- Que guapa… - Diz quando me vê e em vês de me dar um beijo no rosto, vai direto aos meus lábios.

- Que estás a fazer? Ainda estou a trabalhar, a meio de uma reunião de trabalho, com mil e uma coisas para fazer antes de sair daqui. – Digo e ele tapa de novo os meus lábios com os dele.

- Los baneros? – Perguntou querendo saber onde seriam as casas de banho.

- Estás louco. Não…tenho de voltar. – Digo e preparava-me para lhe voltar as costas, mas ele puxa-me e encosta-me contra a parede e abre a porta de incêndio mais perto.

- Si estoy…um poquito… - E nesse momento encosta-me ao corrimão da escada e levanta-me o vestido preto. Roça-se nas minhas nádegas e depois desce as calças de ganga escuras que trazia e deixa-me sentir a ereção que já adivinho.

- Porquê? – Pergunto eu sem conseguir travá-lo.

- Porque es mia… - E fechei os olhos quando o senti começar a foder-me…com paixão, desejo e amor…havia amor ali… - Mi amor, que ganas…te quiero… - Ouço as palavras familiares que tantas vezes reproduziu.

Venho-me pouco depois e o orgasmo dele acaba por suceder ao meu, misturando gemidos e fluidos…

Deixei o esperma cair no chão e com as rosas na mão voltei a entrar no escritório. Nem me apercebi do tempo que tinha passado, mas quando olhei o relógio percebi que 15 minutos seguramente tinha estado ausente. Nisto aproximei-me da porta do meu gabinete e ouço gemidos contidos provenientes do interior. Entreabro ligeiramente a porta e vejo a mão dele no meio das pernas dela, tocando-a, enquanto a outra tocava ao de leve em cada um dos bicos das mamas dela que sobressaíam através da blusa de cetim.

Fechei a porta devagar e depois apenas fiz mais barulho a caminhar com os saltos altos para dar a entender que estaria a chegar perto do gabinete, sendo um sinal para ambos voltarem a uma aparente normalidade.

- Desculpem a demora, mas de repente vieram entregar-me flores e perdi-me na conversa. – Digo e pergunto com naturalidade. – Terminamos ou ficou algo pendente? – Digo olhando para as faces ruborizadas dela e para o ar comprometido dele.

- Quanto ao livro terminámos. – Diz ele. – Obrigada por esta reunião. – E vi-o escrever num cartão algo e entregar à minha assistente. – Se tiver dúvidas, ligue-me por favor. – Diz e levanta-se, dirigindo-se a mim e despedindo-se de mim da mesma forma.

- Gostei de te ver. Tenho a certeza que vai ser um sucesso. – Digo quando o vejo cruzar a porta e vejo-a a seguir acompanhá-lo à saída, gesto que tem com todos os clientes que recebo.

Pouco depois volta a entrar e fica a olhar para mim.

- Quem te deu as flores? – Pergunta curiosa.

- O que escreveu ele no cartão que te deu? – Devolvi com uma pergunta.

- Ainda nem vi. – Mentiu e depois olhou para o cartão e disse em voz alta o que ele tinha escrito “quero-te”. – E essas flores? – Perguntou com a mesma curiosidade.

- Foi o Pablo que as veio trazer. – Disse-lhe e a cor da minha pele mudou.

- Vocês estiveram a foder….não foi? – Perguntou-me sem reservas.

- Na escada de incêndio…sim…

- Eu sabia. – Diz ela com ar de triunfo.

- Olha, mas para quem esteve com as mãos dele na tua cona, também não disfarças nada bem…e esses mamilos estavam bem espetados quando ele te tocou.

- Tu viste? – Perguntou-me.

- Ia entrar, mas ouvi uns gemidos e quis ver…apenas um pouco. – Confessei.

- E excitou-te? – Perguntou-me.

- Tanto que se não fosses hétero e não trabalhasses comigo te obrigava a fechares a porta e a lamberes a minha cona ainda com o esperma dele.

E o que eu não esperava aconteceu. Ela afastou-se de mim e dirigiu-se à porta, rodando a chave e voltando até mim.

- Tens a certeza? – Pergunto-lhe.

- Não, mas quero…. – Disse mergulhando no meio das minhas pernas e tirando-me as cuecas molhadas e começando a lamber os restos de esperma do Pablo, mas ao mesmo tempo a tocar-me, a lamber-me o clitóris, os lábios, sem pressa, saboreando…cada gota que ele tinha deixado em mim até me ver estremecer de prazer com um orgasmo. E não tardo a sentá-la na cadeira onde anteriormente tinha estado, mas voltando-a de costas para mim. Abri-lhe a saia e baixei-a, percebendo que já não tinha cuecas.

- As tuas cuecas? – Perguntei, sabendo de antemão onde poderiam estar.

- Ele levou-as. – Admitiu o que eu já sabia.

E quando diz as últimas palavras começo a mordiscar as nádegas dela, a lamber o cu demoradamente até chegar aos lábios, já molhados.

- Continuo? – Pergunto, para ter a certeza que ela quer mesmo.

- Por favor…

E assim foi…de rabo virado para mim e com a blusa subida até lhe ver os bicos roçarem no topo da cadeira, lambo os lábios dela e deixo que um dos dedos entre na cona dela, bem molhada e apertada, para depois começar a masturbá-la.

- Afinal tu gostas…….. – Disse eu.

- Sim, gosto de ti….. – Confessa quando se vem na minha boca.

5 minutos depois, ela volta ao lugar dela e eu retomo o meu trabalho. Vários emails para ler e o telefone começa a tocar.

- Pronta para a próxima? – Pergunta ela referindo-se à reunião seguinte.

- Sempre.


FIM

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