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ROSSO - PARTE I


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Finalmente tinha iniciado férias e estas seriam certamente diferentes de todas as que até hoje tinha tido até ao momento. Não que as férias até ao momento não tivessem sido fantásticas, mas quando se juntam 4 amigas de longa data, pesando naturalmente todas as cumplicidades inerentes e onde eu me incluía, era algo que prometia ser inesquecível. Tínhamos finalmente conseguido alinhar uns dias e decidido ir passar uma semana de férias a Itália, tendo escolhido a Sardenha, mais precisamente San Teodoro para retemperar as energias e sobretudo desfrutar do calor e das praias.

Tínhamos já todas pouco mais de 40 anos, excepto a mais nova, a Carol, que ainda tinha a jovialidade e a irreverência dos seus 27 anos. Todas divorciadas e com um ou outro amigo colorido sempre no horizonte, somente a Carol, tinha uma relação relativamente recente e que até fora a dada altura, motivo para repensarmos se deveria vir connosco ou não. Mas quis o destino e a própria, contrariar que a relação recente fosse impeditiva de vir connosco.

A primeira luta foi decidir quem se sentaria ao lado de quem, mas rapidamente peguei nos papeis e os baralhei de tal forma que nenhuma contestou. E acabamos todas a rir com a palermice e a sentar-nos duas de um lado de uma janela e as outras duas do mesmo lado, mas nos bancos da frente. A viagem demorava cerca de 2h30 minutos e ainda iríamos chegar a tempo de nos instalarmos e mergulhar naquelas águas azuis de San Teodoro.

A Carol ficou ao meu lado e rapidamente adormeceu, depois de me confessar que o namorado tinha lá ficado em casa e praticamente tinham passado a noite a foder.

- Foi simpático, uma forma inteligente de te colocar um cinto de castidade. – Digo eu quando a vejo fechar os olhos e depois a abri-los muito depressa.

- Mas ele sabe que eu venho bem equipada com os meus vibradores e um deles até está aqui. – Diz e volta a fechar os olhos.

- Trouxeste o vibrador na carteira? Que tola! São pouco mais de duas horas de viagem…mas, tu lá sabes. – Digo prontamente, olhando para a janela à minha direita.

- Carteira? Nah…o vibrador está neste momento desligado, mas dentro da minha cona e se eu precisar…carrego no botão do comando e rapidamente….me deixo ir. – Confessa, mas já com os olhos fechados.

- Vanessa… - Digo chamando pela amiga que estava junto à janela na fila da frente. Apesar de gostar muito da Mónica, a amiga que estava ao lado dela, eu e a Vanessa tínhamos tinhamos uma cumplicidade diferente e ela era só a minha amiga mais antiga.


Ela olhou para trás e eu peguei no comando que a Carol tinha na mão e mostrei-lhe, o que era diferente do que qualquer uma de nós tinha levado para se entreter. Eu tinha levado um livro, a Vanessa tinha o tablet ligado e estava a ver certamente alguma série e a Mónica estava ainda a desfolhar uma revista.

- Tu trouxeste um vibrador na carteira Carol? – Perguntou-lhe a Vanessa.

- Não estás a perceber… - Digo eu com aquele meu sorriso de menina perversa.

- Joana, diz às nossas amigas que já tenho o vibrador na cona, mas deixem-me dormir…pode ser? O Francisco não me deixou dormir a noite toda…. – Disse ela, não se queixando, mas querendo dormir e assim deixando todas informadas da razão de estar mais apática.

- E não achas que devias dormir, só um pouquinho e deixar esses jogos para quando aterrarmos, estivermos na praia…sei lá? – Perguntou a Mónica, olhando para ela, com ar sério mas gozão.

- Eu estou a tentar, mas vocês não me deixam… - Disse e abriu os olhos mirando as três num misto de riso e fúria… - Permitem-me?

- Dormir ou clicar no botão? – Perguntou a Vanessa, olhando para mim e piscando o olho.

E ela, sem reservas, pega no comando e liga-o, deixando-nos às três estupefactas a ver o que se segue.

- Dão-me licença e voltam aos vossos passatempos de viagem? – Perguntou e fechou os olhos, começando a aumentar a potência do vibrador.

- Vaginal e clitoriano ou só vaginal? – Pergunto ao ouvido, sem nenhuma delas se aperceber.

- Ambos……… - Diz e arrasta ligeiramente a voz e virando-se ligeiramente para mim.

- Eu ia ler…- Digo ainda falando baixo, como que fingindo lamentar-me de ter que presenciar na primeira fila ao desenrolar deste filme.

- E vais, mas agora ficas com o comando…usa-o… - Diz e entrega-mo.

A Vanessa olha para trás e acabou por perceber tudo. Não me importei, ela sabia tudo de mim…todas os desejos e vontades…e um em particular, era bissexual. Dizem que está na moda, mas eu faço questão de guardar essa opção para mim.

E ligeiramente virada para mim, Carol estava de olhos fechados, como se estivesse a dormir e com o vestido ligeiramente subido, propositadamente para eu ver. As pequenas cuecas rendadas deixavam ver apenas a parte preta do vibrador, a que tocava o clitóris…olhei em frente e discretamente para os lados e ninguém parecia ter reparado em nós. Cliquei no botão para aumentar a intensidade e ela começou a trincar o lábio inferior e a respiração começou a ser mais ofegante.

E nesse momento, o comandante tinha colocado o dístico no visor a pedir para os cintos serem colocados.

- Faz de conta que estás a dormir. Eu vou apertar o teu cinto… - Disse, mas diz mais que isso…a minha mão subiu pela perna dela e tocou ao de leve no tecido rendado, deixando-o pouco depois. Olhei para o decote do vestido e percebi que ela não trazia soutien porque os mamilos notavam-se através do tecido.

- Mais… - Pediu-me ela um pouco ofegante.

A Vanessa voltou a olhar para trás e deixou-se ficar a ver. Era hétero assumida, no entanto, qualquer manifestação libidinosa a excitava.

- Estou quase…diz a Carol.

- Mais? – Pergunto…sabendo que já íamos na terceira velocidade.

- Sim…a última. – Diz ela a custo e pouco tempo depois as pernas dela fecham-se e o corpo cede à descarga que ela aguardava.

- Posso agora ler? – Pergunto eu quando ela olha para mim depois de se ter vindo.

- Não…preciso de mais um…não faças nada…estou quase de novo. – Diz ela e vejo-a contorcer-se de novo em mais um orgasmo.

E sabendo que tinha sido o último, desligo o comando e coloco-o na mão dela, deixando-a recompor-se. Não demorou muito a estar a dormir profundamente e eu sorria, só de pensar o que tinha acabado de acontecer.


Aterramos no Aeroporto di Cagliari Elmas e mal começamos a sair do avião, o calor que se sentia era inacreditável, comparativamente com os 20 graus que tínhamos deixado no Porto.

- Bem-vindas ao paraíso meninas. – E pouco depois desta explosão de alegria das quatro, não tardamos a ser encaminhadas para uma sala que nos conduziu a outro espaço no aeroporto, esse de acesso a aviões mais pequenos. Seria o que nos iria levar a San Teodoro. Iam mais alguns turistas connosco e a viagem que demoraria o mesmo tempo de carro que demorámos a ir de avião do Porto até ali, acabou por ser bem mais rápida.

Aterramos pouco depois em San Teodoro e não tardou muito a sermos encaminhadas para o nosso hotel. Tinha sido eu a organizar a viagem toda e quando pedi para nos levar ao hotel que escolhi…um sorriso apareceu no rosto do motorista. Certamente conhecia o hotel, mas nós não.

- Uau. - Diz a Mónica quando pega na mala dela…

Eu ia revelar-lhes o tipo de hotel que escolhera, mas preferi que fosse uma surpresa.

Quando chegamos à recepção do hotel, foi-nos mostrado um pequeno mapa do hotel e resumidamente explicado como tudo funcionava, apesar de sabermos que tínhamos todas as despesas incluídas.

- Esta zona vermelha o que é? – Perguntou a Vanessa pois tinha sido a única que ele não explicara.

Olhei para o jovem italiano e depois de um leve piscar de olhos, incentivei-o a dar a explicação.

- Esta é a zona naturista. A parte do hotel onde tem os mesmos serviços…mas existe uma regra.

- Elas sabem o que é. Obrigada pela sua explicação. – E saímos da receção e paramos um pouco mais à frente, dando as malas a um dos empregados para nos levar até à nossa villa.

- Não é justo… - Diz a Carol muito depressa.

- O que não é justo? – Pergunto eu, sabendo perfeitamente o que ela quer dizer.

- Viemos para um antro de pecado…onde se pode foder, ver foder, andar nu…eu não venho equipada….. – Diz ela e desatamos a rir todas.

- Nós também não. – Digo eu muito calmamente.

- Não precisam…podem foder sem ter que recorrer, como eu, ao meu arsenal. – Diz ela muito depressa.

- Lembra-te que tens o Francisco, tens algo muito valioso…sabes bem o que isso significa. – Diz a Vanessa com ar muito sério e que me leva quase a rir descaradamente.

- Serve-me de muito neste momento. – Disse ela a resmungar e prosseguindo pelo hall até sair para o caminho que nos levaria aos nossos aposentos. Mas ao pegar no mapa, de tão atrapalhada estar, esbarrou num homem e quando levantou o olhar:

- Peço desculpa…estou um pouco perdida… - Disse, desculpando-se em inglês. E vimos que ele pegou no mapa para a ajudar a saber o caminho a seguir e depois prosseguiu o caminho, mas sem antes lhe fazer uma caricia no braço e dizer algo quase num sussurro que nenhuma de nós conseguiu ouvir.

- Estás perdida? – Perguntou a Vanessa.

- Agora não. – Diz ela muito atrapalhada.

- O que te disse ele ao ir embora? – Perguntei eu muito depressa e cheia de curiosidade.

- Red. – Disse e corou.

- Bem, e tu vais continuar a queixar-te? – Perguntou a Vanessa.

- Não, mas parece-me que temos uma semana pela frente e que vai começar pelo reconhecimento de todos os recantos deste sítio…

- Sobretudo pela zona vermelha…não é D. Carol? – Perguntei eu metendo-me com ela.

- Puta…se o Francisco sonha, mata-me. – Diz ela muito depressa.

- Mas tu vais contar-lhe? – Perguntou a Vanessa.

- Achas? Só se fosse maluca. – Diz a Carol e desatamos de novo a rir…

- Afinal vens tão munida como nós… - Digo eu quando lhe dou o braço.

- Putas, putas, putas….eu só me meto com putas……………. – Diz ela e acaba a rir-se do que vai dizendo.



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