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ROSSO - PARTE IV


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- E eu nem sei como vim parar à minha cama, honestamente nem sei o que é pior. A Carol ainda dorme e a Mónica e a Vanessa nem sei onde estão. – Disse-lhe e ele acabou por me contar o que eu já adivinhava.

- As tuas amigas ficaram a dormir na nossa villa, podes ficar descansada, pois estão em boas mãos, literalmente falando. Quanto a vocês as duas, fui eu que vos trouxe, depois de terem estado a beber no bar. Isto depois de tu teres tentado subir para uma das mesas e te preparavas para descer o vestido. Mal isso aconteceu, peguei em ti e nela e trouxe-vos até aqui. – Confessou, fixando o meu olhar.

- E a Andressa também te ajudou nessa difícil tarefa? – Perguntei curiosa, mas já antevendo a resposta dele.

- A Andressa, quando vos trouxe, desapareceu. Nunca mais a vi. Estava convencido que ao chegar à nossa villa ela estaria lá à minha espera, mas só estavam eles e elas. – Acabou por me revelar, mas não me parecia muito afectado com a questão.

- Bem, eu acabei de acordar e só preciso de tomar um banho rápido. Se esperares podemos sair para tomar o pequeno almoço juntos. – Digo, tentando normalizar uma amizade que começou nuns moldes diferentes do habitual. E dito isto, começo a tirar a roupa até à casa de banho e enfio-me na banheira. Honestamente depois de tudo o que se tinha passado na noite anterior, não estava propriamente preocupada com a minha nudez e avancei nua pela casa de banho, deixando a água quente correr pelo meu corpo.

- Posso? – Perguntou ele, já nu e prestes a entrar na banheira, que dava para mais uns três ou quatro para além de nós.

- Diego…

- É só um banho, juro… - Diz ele mas ao percorrer o corpo com o olhar e ver aquele caralho já duro só de olhar para o meu corpo, deixou-me logo num estado de tensão incrível. Tentei abstrair-me, virar-me ao contrário, de forma a que ele não percebesse. - …apesar de saberes o efeito que tens em mim. – Diz e faço um esforço para me conter, mas não consigo. Comecei a tocar-me, o mais discretamente que consegui e de costas para ele era difícil ele perceber. - Vira-te para mim enquanto te tocas…pelo menos. – Ele tinha percebido, mas nesse momento, ignoro-o completamente. Tomo o banho, ligo propositadamente a água fria, para eu própria conseguir controlar os meus ímpetos e saio depois da banheira, deixando-o ainda com o caralho duro, mas a olhar para mim. – Fodasss…. – Diz e vejo-o colocar-se debaixo da água fria enquanto me observa vestir o biquíni e a seguir, olhar-me ao espelho, colocar um creme no rosto, para só depois vestir uma túnica semi-transparente a condizer com o biquíni florido e finalmente calçar as sandálias.

- Estou pronta, vamos? – Pergunto eu olhando na direção do chuveiro.

E naquele momento vejo-o a olhar para mim, num estado de tesão tal, a tocar-se e perto do orgasmo. Não consegui travá-lo, reprimi-lo, porque adorava ver um homem assim, descontrolado. E para culminar, vejo-o esporrar-se todo, pintando parte da parede negra da banheira de branco…de esperma, que eu lamberia, mas aquele não era o momento, nem o homem e eu estava cheia de fome...e agora a precisar de me tocar.

- O estado em que me deixas….. - Vociferou ele furioso pela falta de controlo.

- Diego…eu só tomei banho…

Mas o rosto dele a olhar para mim por baixo da água fria que ainda corria era de quem praguejava com todos os sentidos que tinha, como se eu fosse ao mesmo tempo o inferno e o paraíso numa só pessoa.

Não tardamos a sair da Villa e a Carol continuava a dormir tranquilamente.

- Conheço aqui perto uma praia fantástica. Vamos até lá até o pessoal acordar todo? – Perguntou-me ele.

- Mas vamos como? A nado? – Perguntei pois não percebia como ele queria sair dali.

- Vamos? – Perguntou ele de novo, numa pressão que quase não me dava espaço de manobra.

- Não trouxe toalha, só tenho protetor solar…

- E tens-me a mim… - Disse ele muito depressa.

- Não me parece boa ideia. Acho que devíamos ir todos. – Digo eu tentando resistir.

- Mas eu quero ir só contigo. – Diz-me ele muito depressa, aproximando-se mais de mim. E quando dá um passo na minha direção eu afasto-me outro.

- E como vamos? A nado? – Digo eu a sorrir perante a dificuldade que prevejo antecipar aquela súbita vontade.

- Não. Vamos de barco. – Responde-me.

- Vais-me dizer que tens um barco...e que até sabes conduzir. Isso ia ser giro. – Digo eu mas já a pensar em como vou regressar à villa e acordar Carol. Não se pode dormir tanto, com tanto para explorar.

E nisto aparecem na praia, vindos do nada, os outros dois casais.

- Afinal vamos acompanhados… - Digo eu para ele, numa atitude mais provocatória e que o deixa completamente fora de si.

E não tardou muito depois de um contacto telefónico de um barco atracar um pouco antes da praia do hotel e de um pequeno semi-rigido vir até nós.

- Quem vem? – Perguntou ele, mas de uma forma nada convidativa.

- Mónica e Vanessa, vamos? – Perguntei eu, quase como que suplicando que viessem comigo e o que acabou por se concretizar e fomos os 6.

Fiquei a pensar na Carol e o quão só se sentiria na nossa ausência, mas o prazer de ir explorar outra praia perto pareceu-me divino. E no meio daquela divisão de sentimentos e sensações…aparece Andressa no meio da praia, com a mesma roupa do dia anterior.

- Também vou. – E de repente o ambiente ficou um pouco mais pesado, mas no meio de toda aquela alucinação talvez fosse a forma mais inteligente de me livrar do Diego.

- Tenho pena que a Carol esteja ainda a dormir. Tenho a certeza que ia gostar muito de ir connosco. – Digo, deixando todos sem saber o que dizer, pois eu estava a dar-lhe passagem para entrar em algo que sempre lhe pertencera, mas por alguma razão lhe escapara.

- Se calhar deviam ir vocês. Eu fico. – Disse eu, querendo apenas testar reações perante o meu falso gesto de altruísmo, mas que na verdade também refletia alguma a verdade.

- Tolice. Isso não faz sentido nenhum. – Diz a Vanessa completamente furiosa comigo. – Ninguém tem culpa de ela gostar de dormir até tarde e não vais ficar pendurada e sozinha por causa disso.

- E se fosses tu, Vanessa? – Pergunto-lhe e olho-a nos olhos…e quero que ela leia mais do que lhe digo. Ela estremece com a pergunta…e diz a verdade.

- Sentia que se tinham esquecido de mim…. – Confessou a verdade, mas entrou no mesmo jogo.

- Vão…eu e ela…temos tanto para explorar…e vocês…3 casais…o que querem mais? É perfeito. Aproveitem. – E vi Diego tão furioso com a felicidade que Andressa transbordava e as minhas amigas estavam bem…isso bastava-me. E com uma simples frase acabara por repor o equilíbrio naquele jovem casal e que percebia muito do pouco do que era ser, ter e dar.

Mas antes de entrar no semi-rigido, a Vanessa vem ao meu encontro e diz-me o que sabe.

- Podes fugir, podes tentar tudo, até arranjar as desculpas mais incríveis, mas eu conheço-te e ele quer-te ali e não a ela. Espero que saibas o que estás a fazer….a ti…sobretudo a ti. – E dá meia volta e entra no barco.

Vejo a Mónica com o mesmo ar…e Diego com o ar mais perdido, mas Andressa finalmente reconquistou o seu terreno e é assim mesmo que tem de ser e a tempestade sempre me deu alguma paz.

- Se não souberem de mim onde me podem encontrar? Digam a resposta certa…vá… - Digo para suavizar aquele clima.

- Red zone…my friend…. – Diz a Vanessa.

E viro costas e mostro o dedo do meio para eles.

- Uma puta será sempre uma puta… - E deixo-os ir, ciente de que preciso de mais, muito mais para abalar o meu mundo…e vou, ciente de que vou tropeçar no próximo pecado.

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