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ROSSO - PARTE II

Atualizado: 29 de ago. de 2021


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E nem 30 minutos tinham passado e estávamos a sair da villa em direção ao bar. A ideia de um cocktail e um mergulho tinha agradado a todas.

A última a sair fui eu, indecisa se devia levar o cabelo apanhado ou solto com uma fita, acabando por preferir apanhá-lo, sobretudo por causa do calor.


Não tardou muito e aproximamo-nos do bar perto da piscina. Era impossível não sermos notadas, senti isso ao virar-me com uma pina colada numa das mãos e já com a palhinha na boca.

- Boa vida. - Digo enquanto saboreio aquele néctar fresco, uma mistura explosiva de rum e ananás, enquanto vou olhando em redor. Vejo um pouco de tudo...casais hetero, gay, grupos de amigos, amigas...mas tinham todos algo em comum, espalhavam sorrisos e sim, o ar tinha um perfume que eu reconhecia à distância…feromonas…aquele aroma que quando aparece vem para fazer estragos sérios, mas aqueles que eu gosto e preciso.

E voltei-me depois para a Vanessa, que estava ao meu lado, apreciando o Martini que ela bebia delicadamente…lambendo a azeitona que estava no palito espetada, para depois a enfiar dentro da boca, sem se aperceber do olhar atento do barman nela. A Mónica tinha optado por um mojito e a Carol, a habitual Cuba Livre.

Não tardou muito e já com as bebidas no fim, sugiro ir até à praia, mas só a Vanessa manifesta vontade de me acompanhar, ficando a Mónica e a Carol na piscina.

Caminhamos por um pequeno carreiro em madeira que desembocou na areia da praia e pouco depois acabamos por ser brindadas por um areal não muito extenso, mas por um mar de um azul turquesa que nos deixou às duas, literalmente boquiabertas….


Estendemos as toalhas na areia e pouco depois, uma e outra tirou a parte de cima do biquíni e prosseguiu na direção da água, sem qualquer reserva, mesmo percebendo que havia algumas pessoas na praia, muito provavelmente hóspedes como nós, pois a praia não tinha acesso a não ser pelo hotel ou pelo mar, dado ser cercada de ambos os lados por arribas, não muito altas, mas que não permitia o acesso.

A Vanessa continuava com o mesmo corpo delgado que eu sempre conhecera. Alta, delgada, arruivada, pele e olhos claros. Era uma mulher muito bonita, impossível de não reparar por onde passasse. Discreta, mas magnética. O peito pequeno, era bem redondo, mas chamava a atenção pelos mamilos bem delineados e rosados. O ballet que tinha feito parte da vida dela durante anos tinha esculpido o corpo dela. O oposto de mim que era apenas um pouco mais baixa, morena e com as formas mais proeminentes, apesar de a elegância continuar a ser uma característica comum.

- Já temos a praia toda a olhar-nos. - Diz ela sem qualquer pudor.

- Gosto tanto... - Confesso enquanto desfilamos até à água.

Depois de vários mergulhos, sentamo-nos numa das rochas perto da água e ficamos a conversar, sentindo uma e outra vez a água refrescar-nos.

- Não olhes para trás de ti…vamos ter companhia. – Diz-me ela olhando discretamente para o lado, mas fingindo ignorar quem se aproximava de nós.

- Homem ou mulher? – Pergunto-lhe mudando o registo e o timbre. Acho que até o meu corpo se moldava à informação que estava a processar. Mesmo às cegas, era como se a predadora sentisse que a presa se aproximava.

- São dois homens, ou melhor… - Diz ela e hesita.

- São homens ou não? – Perguntei falando baixo, mas ela já não me ia responder, porque eu já ouvia as passadas na areia de alguém a aproximar-se.

- Ciao ragazee. – Ouço quando finalmente vejo dois homens, que pouco mais de 20 anos deviam ter.

- Olá… - Disse e apesar de terem ambos um corpo escultural, eram demasiado novos e deixei que os raios de sol continuassem a dourar o meu corpo. – Vanessa diz para darem um mergulho, pode ser que esfriem os ânimos, não estou com paciência para aturar putos com esta idade. – Digo, sabendo que ela era bem mais delicada que eu.

- Hi. Where are you from? – Ouço-a perguntar e nem quero acreditar que está a dar conversa.

- Spain and you? – Pergunta um deles.

- Diz que somos do Dubai, só que nos esquecemos de trazer a burca e os maridos estão em negócios durante uns dias. – Digo e comecei a rir da palermice e um deles aproxima-se da rocha onde eu estava e tapa o sol e obriga-me a olhá-lo.

- Italia, Portugal? – Pergunta ele fixando o olhar no meu.

E atrás de mim, a Vanessa responde por mim.

- Portugal. A minha amiga é um pouco tímida… - Ela era tão querida, mas mentia tão mal e em inglês ainda era pior.

- Não sou nada tímida Vanessa, sou uma puta…e vocês são demasiado novos. Vão nadar e depois façam uns castelos na areia. - Digo e olho para ele e ele sorri, mas sem se deixar intimidar.

- Se és uma puta…eu sou um cabrão, aquele que tu não vais esquecer. – E ergo-me ligeiramente, tentando que o meu corpo semi-nu o intimidasse, mas isso não parece ter o efeito desejado.

- Por favor. – Digo ainda em inglês. – Nós viemos acompanhadas com amigas. Vão nadar e …– E percebo que a Carol e a Mónica acabaram de chegar à praia também. – E por falar nelas, as nossas amigas chegaram, porque não vão ter com elas? Tenho a certeza que vos vão adorar. – Digo e começo a rir e levanto-me, passando por ele, como se fosse apenas mais uma rocha no mar e aceno a Carol e a Mónica, que retribuem o gesto e depois de se despirem começam a caminhar até perto de nós.

- Venham. – Digo para elas. – A água está óptima…. – E mergulho naquele imenso azul e nado um pouco, deixando aquilo tudo para trás. Já mais afastada, fico a boiar, embalada pelo mar, mas percebo que tenho companhia. Algo me diz que não é nenhuma das minhas amigas, mas aquele tipo chato que se acha a última bolacha do pacote. Se ao menos fosse mais velho e menos parvalhão. E olhei para o lado e dou de caras com ele…um olhar negro e que me mirava com curiosidade.

- Paciência. – Digo praguejando.

- Adoro as tuas mamas. – Diz e rapidamente mergulho e me afasto dele.

Paro de nadar um pouco mais à frente e ele, que me tinha seguido, apenas me diz.

- Deixei os calções na areia. Toca-me. – Diz-me e naquele momento, aquelas palavras atingem-me como um raio…

Fujo, é mais fácil…e nado até à rocha mais próxima, mas rodeada de água e encosto-me a ela, olhando para a praia e para as minhas amigas que conversavam tranquilamente com o outro homem. E entretanto já havia mais outro homem e uma mulher. Quem seriam?

- São teus amigos? – Perguntei.

- Sim, são e ela é a minha namorada. – Diz e aquele olhar de cabrão enfrenta o meu. – Algum problema com isso? – Pergunta enquanto a mão dele toca ao de leve uma das minhas mamas.

- Ela sabe que és assim? – Pergunto.

- Assim como? – Pergunta, agora sim num jogo em que procuramos o mesmo. - Suspeita, mas temos uma relação aberta. – Diz e depois passa para a outra mama e os meus olhos fecham com o toque dele.

- Tu és um miúdo…nem deves saber foder…….. – E sorrio e liberto-me do toque dele e rapidamente começo a nadar para outra rocha, mas longe do olhar de terceiros.

E já com pé, ergo-me e deixo-me ficar de costas para ele e escorro a água do cabelo e ele aproxima-se de mim. Está mesmo sem calções, pois sinto o caralho a roçar nas minhas nádegas e viro-me para o encarar. Dou-lhe um estalo e depois fico a olhar para o caralho dele…duro…a apontar para mim…a implorar o toque, não o de outra qualquer, o meu….

- Fodasss…que se lixe. – E baixo-me e começo a lambê-lo, a chupá-lo. Mas pouco depois ouço chamarem o meu nome. Sorrio, porque vou interromper justamente quando os gemidos dele pediam que continuasse.

- Puta…continua…nem te atrevas a parar. - Diz, mas era tarde de mais e naquele momento eu já começava a afastar-me dele, mas antes digo-lhe com satisfação.

- Não, a puta vai ali conhecer a tua namorada…e se calhar interessa-me mais que tu. – Digo e nado, mas rápido, de forma a que ele não consiga alcançar-me.

E já perto deles, percebo que já conversam fluidamente.

- Olá, eu Joana. – Digo e afasto-me, seguindo na direção da toalha. Preciso de sol…preciso que o sol seque todas as pequenas gotículas de água do mar que tenho no meu corpo...mas sinto-me quente, excitada e não demora muito e levanto-me e vou até perto deles, aproximando-me lentamente.

- Joana jantamos no red logo? – Pergunta a Vanessa e quando o meu olhar encontra o dela, ela fica a saber o mesmo que eu. Fico um tempo a pensar e depois digo.

- Não sei. Querem apresentar-me os vossos amigos primeiro? Recuso-me a jantar com estranhos e nua muito menos. – Pedi, com um sorriso perverso e rapidamente foi a Mónica que o fez.

- O Pablo é amigo do Diego, com quem foste nadar e a Andressa é namorada dele e este é o Xavi. – Diz ela muito sucintamente e olho para todos, com olhar de quem analisa, tentando avaliar o potencial. Sabe-me tão bem fazer aquilo.

- Parece-me bem, mas há uma condição, pelo menos para mim…preciso de foder…antes de me deitar…. – Digo e ficam todos a olhar para mim com um olhar de quem sente o mesmo, mas não ousa dizer, excepto o Diego que me fixa como se me quisesse matar com o olhar.

- Tudo bem amor? – Ouço as palavras de Andressa ao aproximar-se de Diego. – Vamos beber alguma coisa? – Perguntou, tentando que ele a acompanhasse. E eu que até pretendia abandonar aquele meeting, deixei-me ficar…

Ele não respondeu, estava tenso e eu relaxada e divertida com toda a situação.

- Vocês já lá foram? – Perguntei ao Pablo, referindo-me à zona vermelha, pois pareceu-me dos três amigos o mais assertivo.

- Não. Chegamos ontem e ainda não o fizemos... – Disse mas deixou a questão em suspenso.

- Quem já fodeu desde que aqui chegou? – Perguntei eu para os 4 e todos levantaram o braço.

- Todos? – Perguntou a Vanessa. – Vocês foderam os dois, mas e vocês? – Perguntou para o Pablo e para o Xavi.

E ficaram os dois um bocado embaraçados por contar...mas revelaram, que um engatou uma inglesa no bar e outro uma espanhola a caminho do quarto.

Rimos todas e eles também, até o casal Andressa e Diego partilhou a boa disposição.

- Muito bem, temos um pacto…todos devem foder antes de se deitarem… - Digo eu para todos…

- E se isso não acontecer? – Perguntou o Diego ao grupo, mas de olhar fixo em mim…

- Carol não conta sexo virtual com o Francisco. – Digo eu apelando a que também ela pisasse a linha proibida.

- Joana…não posso… - Diz ela e sinto que o compromisso dela é demasiado sério e eu estou a ser parva demais para prosseguir com aquele jogo com ela.

- Tu tens desculpa, ou melhor….e se for mulher? – Pergunto eu, aproximando-me dela…sem problemas de ser bem ou mal interpretada pelos outros.

- Se fores tu… - E as palavras que ficaram no ar ainda deixaram o ambiente mais tenso…carregado…

- E esta é só a primeira noite. – Ouço a Mónica dizer e aproximar-se de Xavi e desviando-se para passar, mas roçando-se nele…o mesmo fez a Vanessa com o Pablo.

Percebi que tinha havido match entre todos…havendo uma ou outra ponta solta…que seria eu a unir, tendo a perfeita convicção que naquela noite iria ter à minha disposição um homem e uma mulher.


As horas iam passando e saímos todas ao mesmo tempo…com vestido, sandálias e maquilhagem…mas dificilmente conseguia saber o que cada um tinha por baixo do que vestia.

- Carol… - Digo quando percorremos juntas o caminho até à zona proibida.

- Já falei com o Francisco…e ele está bem. – Confessou, mas percebi-a inquieta.

- O que te preocupa? – Perguntei falando mais baixo.

- Fazer o que me apetece. – Confessou-me sem pudores.

- Imagina que tudo é possível…e que nenhuma de nós o revela…tu gostavas de algo diferente? – Perguntei, tentando perceber os limites dela.

- Preciso de uma bebida…. – Disse e tivemos de fazer uma paragem no bar antes de chegarmos ao ponto de encontro com os nossos amigos.


Todas bebemos algo e depois fomos tranquilamente para o spot combinado. Eles já nos aguardavam. Nem pareciam os mesmos. Andressa estava com um vestido branco comprido branco e que contrastava com o moreno da pele dela e com os caracóis loiros a penderem sobre os ombros e as mamas, mesmo pequenas, sobressaiam no vestido. Adivinhava que nem cuecas trazia e que tinham fodido antes de estarem ali, pelo ar tranquilo de um e de outro, contrariamente à tensão dos outros dois e das minhas amigas. Eu simplesmente tinha colocado um vestido curto vermelho…sem mais nada por baixo…umas sandálias e apanhado o cabelo. A Mónica estava de preto, um vestido de alças, mas percebi pelas marcas que teria lingerie por baixo. Já a Vanessa, estava com um vestido branco…curto, mas suficientemente largo para não se perceber o que tinha por baixo.

Eles apenas tinham vestido uns calções mais formais e um polo…e sim, era-me impossível adivinhar se traziam boxers.

E entramos e depois de referirmos a marcação feita, começamos a despir-nos. Vi um ou outro olhar trocado, mas preferi ficar mais calma pois sentia a Carol muito alterada e sobretudo pressionada e era a última coisa que queria.

Já todos nus, percebi que os homens se tapavam…o que significava que estavam excitados…

- Assim não vamos entrar… - Digo eu num misto de fúria e diversão.

E não tardou muito em que pensar em foder uma múmia ou a avó do outro tivesse tirado a tesão dos três.


Escolhemos a mesa mais afastada e perto do mar. Aquele azul era hipnotizante e eu por momentos tive de ouvir o meu nome repetidamente chamado para começar a escolher o que queria para jantar.


Um vinho branco e uma cataplana de marisco tinha sido a opção consensual.

Levantei-me para fazer um reconhecimento do local e a Carol veio comigo. Notei o medo dela, que se confundia com adrenalina, tensão e tesão…tudo junto. Ia perder-se e se não encontrasse o caminho, estava perdida porque ia fazê-la perder-se comigo. Ela não sabia e naquele momento também não achei que essa informação fosse relevante.

- Relaxa. Viemos para nos distrair…relaxar…divertir-nos… - Digo e ela interrompe-me.

- Não me entendes…eu preciso foder. – Diz ela e paro para a encarar.

- Fazemos um acordo. Se não foderes com ninguém…vamos as duas para a cama e resolvemos a questão…pode ser? – Pergunto, tentando relativizar o medo dela.

- Tu e eu? – Perguntou ela. – Mas e se tu tiveres companhia? – E achei curioso o pormenor dela.

- Um menagem à trois? Não tinha pensado nisso…gostavas? – Perguntei, tentando não a assustar.

- Quem não gostava? – Pergunta ela retoricamente….

- Então relaxa…não te deixo dormir sem um orgasmo, mas agora aprecia…aproveita e deixa-te ir… - Digo-lhe e sinto-a descontrair, nem sabendo o que a esperava.


Quando chegamos à mesa todos nos miravam, como que querendo saber o que tínhamos visto e propositadamente acabo por lhes saciar parte da curiosidade.

- Estive a falar com a Carol e como ela tem namorado…ou termina a noite comigo ou comigo e mais alguém….isso vale? – Perguntei, bebendo um pouco do vinho que tinham colocado na nossa mesa.

- Um menáge….à trois…? – Pergunta o Diego, cerrando os pulsos.

- Sim, vale certo? – Pergunto eu, deixando-o irritado, fora de si.

- Se vale…. – Diz a Vanessa, tentando que o ambiente normalizasse, mas pontuando positivamente a minha escolha.

E depois fiz o teatro completo.

- Estamos as duas sozinhas e a Carol tem namorado…o meu pacto é que acaba na cama comigo, mas como eu sei que vou encontrar um homem para me foder…ele vai ter que foder as duas. – E dizendo isto, virei-me para as minhas amigas e disse. – E isto é para não ser revelado….nunca.

Curiosamente na mesa, eu tinha ficado ao lado do Diego e da Andressa e ao meu lado tinha ficado a Carol e as minhas duas amigas alinhadas com os respectivos pares. Estava tudo certo até eu sentir uma mão no meio das minhas pernas. Olhei para o lado e percebi que não era o Diego, mas Andressa que tentava chegar a mim…

O Diego percebeu, mas não conseguiu travá-la e a dada altura no jantar, quando ele foi à casa de banho, fiquei com o lugar dele.

- A 4? – Pergunto-lhe depois de enfiar um dos dedos dentro da cona dela, que ia abrindo as pernas, deixando-se levar pelo prazer. Olhei para Carol que percebeu o que estava a acontecer. O Diego não tardou a chegar e quando se sentou no meu lugar, digo-lhe ao ouvido.

- Aguentas com três, ou é demais para ti puto? – Pergunto e vejo o caralho dele ficar duro.

- Carol…. – Chamo por ela e digo-lhe perante o olhar de todos. – Passou de uma menáge a um foursome….

- Estou tão fodida contigo…. – Diz ela, tapando o rosto e eu sorrio porque me sinto a jogar em casa com aprendizes…

- É só hoje vá lá… - Digo eu olhando fixamente para o Diego.

E viro-me para Andressa que está já naquele ponto em que se continuo a tocar-lhe o clitóris dela, ela vai vir-se. Vejo o olhar de Pablo nela e continuo até a ver contorcer-se num orgasmo sentido e visível para todos.


E brindamos ao primeiro orgasmo da noite, mas sem saber sequer o que a noite ainda nos iria reservar.

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