STAIRWAY TO HELL
- Eva Ribeiro
- 22 de nov. de 2021
- 6 min de leitura

A última conversa desse dia fora ao telefone. Não se pode dizer que tivéssemos discutido, pois isso não sucedera, apenas, por alguns momentos manifestamos opiniões diferentes sobre a mesma necessidade de proximidade um com o outro. A tensão foi aumentando e o medo ganhou uma dimensão diferente. Não o medo de ter aquela conversa, mas o medo de que aquela conversa provocasse uma ruptura não desejada antecipadamente…
- Amanhã não trabalho à noite. Vens ter comigo? – Perguntas-me.
- Eu amo-te. – Respondo-te, mas de forma diferente.
- Isso quer dizer que vens? – Perguntas com alguma insegurança na voz.
- Claro que vou ter contigo. Preciso de foder. – Digo, mas agora sem medo. – Preciso de um local semi-público, de perigo, de adrenalina…preciso de ti…
- Conheço o local ideal para isso. – Dizes, seguindo a minha linha de pensamento.
- Onde? – Pergunto com curiosidade marcada.
- No acesso ao sótão da minha casa. – Respondes-me sem que tenha tempo de querer saber mais.
- Vais-me foder…
- Sim, contra a porta. Vais poder ouvir os vizinhos a entrarem e a saírem e a torcer para que nenhum se lembre de subir. – Dizes e começo a ficar excitada com o que me contas.
- Sabes que eu adoro essas coisas, certo? – Pergunto retoricamente.
- Sei que sim…quero fazer algo que ainda não te fiz. – E tremo de excitação, de vontade que aconteça.
- Conta-me… - Peço, sabendo perfeitamente que não o irás fazer, mas não custa tentar.
- Não, irás ver amanhã. – Respondes.
- Vou apenas com um casaco sobre a lingerie, salto alto… - E aguardo pela tua reação, mas é silêncio que ouço do outro lado da linha. – Excessivo? – Pergunto.
- Não, é exactamente o que preciso…para te foder. – Confessas.
- E depois vou-me embora, logo a seguir… - Digo, tentando provocar-te mais. – Afinal apenas vou ter contigo para foder.
- Parece-me bem. – Acabas por dizer.
- Tens a certeza que é isso que queres? – Pergunto de novo.
- É. – Dizes e sei que aparte do que sentimos, há alturas que não é possível travar a intensidade do que nos liga, a vontade de saciar uma fome que transcende o próprio amor.
-Estás a tocar-te? – Pergunto.
- Sim. – Admites e fico a ouvir-te, mas acabas por me confessar que vais esperar pelo dia seguinte.
E não demorou muito a desligarmos a chamada telefónica e acabei por adormecer com mil e uma imagens alusivas à nossa conversa.
O dia de trabalho passou a correr, como sempre e fomos trocando mensagens cada vez mais intensas, o que por si só era o prólogo do que ia suceder.
Saí da empresa relativamente cedo, mas apesar disso e dada a altura do ano, sabia que iria anoitecer pouco depois. Precisava desse disfarce, pois temia que o casaco por cima da lingerie e das meias de liga fosse revelado e só acalmei quando entrei no carro e rumei até tua casa.
- Já estacionei. – Digo-te quando chego depois de marcar o teu número no telefone.
- Aguarda. Vou buscar-te. – Dizes e espero dentro do carro.
Não tardas a aparecer-me e saio do carro, nada preocupada se conseguiste ver a meia de liga que se revela pelo meu movimento ao sair do carro. Nada dizes e eu trinco o lábio, tal a excitação em que fico.
- Vamos? – Perguntas-me e pouco depois entramos no teu prédio, entramos no elevador e faço questão de me distanciar de ti. Sorris nervosamente, sabendo perfeitamente porque o faço.
Paramos no último andar e convidas-me a subir um lanço de escadas. Faço-o, passando por ti e parando junto à porta do sótão, mas depois de já estar longe da visibilidade de quem subisse até àquele piso. Estou encurralada, estou exactamente onde queria estar e contigo por trás de mim.
Preparava-me para me virar, mas sinto o teu corpo impedir-me.
- As regras são as minhas…quieta. – O teu domínio ainda me excita mais.
Obedeço e deixo que me tires o casaco e o pendures. Sinto o teu olhar percorrer cada centímetro do meu corpo e tento olhar para trás. – Nem ouses… - Avisas.
- Que me vais fazer? – Pergunto, tentando desconcertar-te.
- Foder-te.
E nesse momento aproximas-te de mim e começas a lamber-me e a mordiscar-me as nádegas, enquanto uma das tuas mãos me acaricia uma e outra perna. Depois sinto a tua língua começar a lamber-me, bem perto do tecido das cuecas e a baixá-las até meio das pernas. Preparava-me para as tirar, quando sinto uma palmada forte numa das nádegas.
- Já te disse para estares quieta… - Dizes e deixo-me ficar…deixo-me ir e quando sinto a tua língua percorrer os lábios da minha cona, não consigo conter um ou outro gemido. – E quero silêncio…há vizinhos perto.
Tento controlar a custo os gemidos que a tua língua e o teu toque provocam em mim, até sentires que escorro pelas pernas abaixo, quando me venho na tua boca, sem aviso, exactamente como gostas.
E nesse momento ergues-te e viras-me para ti, encarando-me…e aproximando-te de mim. Beijas os meus lábios e estás impregnado com o meu sabor, o meu cheiro.
- Sabes a mim cabrão. – Digo e tu continuas em silêncio. E enquanto isso vou-te desapertando as calças e desço sobre ti. Preciso de sentir o teu caralho na minha boca. Estás a pingar, a latejar de desejo, de tesão…e é justamente nesse momento que o elevador começa em movimento. Ouvimos vozes, certamente que reconheces, contrariamente a mim. E nesse momento, começo a lamber-te lateralmente uma das virilhas, mordiscando-te lentamente. Passo para o outro lado e repito o gesto, apreciando o latejar e a dureza do teu caralho e que ignoro, até ser a minha língua a percorrê-lo, apenas parando na ponta e olhando para ti nessa altura.
Lambo o sal que escorre dali, demoradamente, languidamente até os meus lábios quererem mais e fazer com que ele deslize para dentro da minha boca, fazendo-te reagir com um gemido contido.
Ouvimos de novo o elevador…e desta vez pára mesmo neste piso. Não deixo de te lamber o caralho e nem tu me pedes para parar. Sinto-te mais duro ainda.
Puxas-me para cima e afastas o meu soutien rendado e semi-transparente para cada um dos lados e deixas que revele as formas redondas que tanto te excitam. Aproximas-te de cada uma e lambes cada um dos mamilos até os sentires bem duros na tua boca.
Voltas a virar-me e sinto o teu caralho duro roçar as minhas nádegas, depois os meus lábios, provocando-me ao ponto de te implorar:
- Fode-me. – Peço sem qualquer reserva.
- Não ouvi. – O tom perverso excita-me.
- Fode-me agora. – Peço de novo.
- É isso que queres? – Perguntas-me.
Não respondo, simplesmente inclino o meu corpo e não resistes a começar a foder-me…primeiro numa cadência mais lenta e que vai aumentando o ritmo até me fazeres vir outra vez. Puxas o meu cabelo e depois agarras com força as minhas nádegas, imprimindo maior intensidade aos movimentos. Um bater de corpo com corpo que nos é familiar e pressinto o teu orgasmo, travando-te propositadamente. Não me deténs. Faço-te sentar na toalha que levaste contigo e monto-te, entrelaçando as minhas pernas em teu redor, intensificando a penetração e os movimentos. Deixo-me quase cair para trás, sentindo-te amparar-me e continuar ao mesmo tempo a foder-me.
E explodes num orgasmo ao mesmo tempo que me venho de novo.
Não tardei a abraçar-te e a recompor-me. Descemos as escadas pouco depois e tu paraste no teu andar e eu prossegui até ao piso térreo e saí para a rua, como se simplesmente estivesse a sair do prédio. Entrei no carro e o meu telefone deu sinal de mensagem. Sabia perfeitamente que eras tu e quando olhei o visor vi o teu nome, mas pousei o telefone, sem ler a mensagem propositadamente.
Nova mensagem chega…e eu já estou a fazer o caminho de regresso a casa e apenas quando estaciono pego no telefone.
“Amo-te”
Sorrio quando leio o que me escreves, mas é a mensagem seguinte que me faz tremer.
“Liga-me”
E faço-o, sem hesitação.
- Olá. – Digo como se nada tivesse acontecido.
- Só queria que soubesses que estou a tocar-me de novo. – E quando te ouço confessar isso, abro ligeiramente o casaco e começo a masturbar-me para tu ouvires.
- Eu também…queres ouvir? – Pergunto.
- Não. Desta vez quero ver. – Dizes e tenho que desligar a chamada normal e fazer uma videochamada.
- Outra vez cabrão? – Pergunto.
- Sim puta, é o efeito que tens em mim. Estás na rua, dentro do carro a tocar-te para mim…
- …e no entanto sou a tua mulher. – Digo e ambos não demoramos muito a explodir de prazer.
FIM
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