THE CLIENT - PARTE VII
- Eva Ribeiro
- 2 de nov. de 2020
- 9 min de leitura

Apenas a Alexandra estava despida, mas rapidamente ele tratou de me despir, deixando-me igualmente apenas com as meias de liga e os saltos altos a compor o semblante. De seguida coloca-me na mesma posição em que ela se encontrava, com as mãos atrás das costas, numa postura de clara submissão, e vejo-o despir-se completamente…
Pelo mesmo espelho vou captando sons e vejo o que se passa em volta…a perdição que paira no ar e se materializa em gemidos, arfares, suspiros, palavras...numa espiral luxuriante e que inevitavelmente mexe comigo, deixa-me excitada, capaz de matar para foder. Olho para o lado e vejo a Alexandra igualmente presa àquela mesma teia e olho pelo espelho para ele.
- Pede… - Diz-me ele através do espelho. O mesmo pedido, desta vez tendo um espelho no meio dos nossos olhares….o mesmo pedido e ao qual não me apetece ceder , pois a negação já faz parte do encantamento que nos prende desde o primeiro dia.
- Não… - Digo incendiando o olhar dele.
- Pede… - Vejo-o cerrar os punhos e a Alexandra percebendo a tensão sexual crescente, olha-o pelo espelho.
- Ivo, venda-a…e…fode-me…. – Diz e aquilo é como um punhal a entrar dentro de mim…mas a carta que ela jogou é o trunfo certo para ganhar, porque me impede de ter o controlo que tenho sempre e ao mesmo tempo é a carta que me irá permitir ter a desculpa perfeita e sair ilesa deste jogo em que entrei e tenho de sair, mas o mais importante, é dar-lhe a falsa sensação de poder e controlo, a ele e a ela. Ela é uma mera jogadora…e ele um aprendiz…já se falar de mim, mas não falarei…as minhas acções mostram sempre quem sou e como sou, não preciso de apresentações. Sou…
E ele gostou tanto da ideia que pediu a Alexandra para ir buscar uma venda para mim, deixando-nos a sós por uns breves instantes, mas pelo espelho, vejo o olhar dele em mim, no meu corpo…e o sorriso perverso momentos antes de me colocar a máscara e me segredar:
- Pede…
- Não… - Mantenho-me firme à decisão que tomei….e o não continua a ser a melhor opção…no meio dos “sims” que vou ouvindo, aqui e ali…com vozes masculinas e que se entrelaçam aqui e ali com femininas….uma orgia de gemidos…uma mescla de prazeres dispersos e continuo virada para o espelho, mas sem nada ver…apenas os gemidos contidos dele e sei que ela está a lamber-lhe o caralho. E nesse momento instintivamente levo uma das mãos à boca e molho um dos dedos, levando-o a um dos mamilos e a outro, deixando-os duros à medida que intensifico o toque, aperto, agarro, puxo…provoco dor e prazer, tudo no mesmo toque. E, deixo de ouvir os gemidos dele e passo a ouvir os dela, parecendo-me estar a um nível inferior, e deduzo por isso que estará deitada, ou então, de quatro no chão. Ouço uma palmada no rabo dela e passo a ter a certeza que está de quatro e com o rabo espetado para ele…e a imagem mental que registo, obriga-me a descer com a minha mão até ao meio das minhas pernas e começar a masturbar-me, deixando os meus dedos deslizarem pelos meus lábios e depois começo a tocar no clitóris….os movimentos circulares e abro um pouco mais as pernas e, sem pressa, toco-me com a melodia de prazer que se escuta naquele quarto e agora, os gemidos dele, seguidos de estocadas firmes…e que se misturam com os gemidos dela…e o meu orgasmo leva a melhor sobre mim e o meu corpo relaxa, depois da tensão acumulada, mas apenas por breves instantes.
- Posso tirar a venda? – Pergunto, sabendo a resposta que vou ter.
- Nãooo…. Fodasss….não podes…. – Responde ele num claro descontrolo, quase com vontade de me bater, se fosse essa a forma de me arrancar de dentro dele, mas isso ainda não é a solução para o problema que ele tem em mãos e que se chama: Eva.
E baixo-me e viro-me ao contrário, colocando-me de costas para o espelho. Sem pressa, abro as pernas, assumindo que a Alexandra está de quatro…e não me engano. Começo a tocar-me e pouco depois, sinto os lábios dela percorrerem o interior das minhas pernas, em sentindo ascendente até alcançarem, pouco depois, a minha cona e me lamberem…até ser a língua a demorar-se no meu clitóris, intensificando os movimentos e misturando-os com um dos dedos que faz entrar e sair da minha cona.
- Hmmm – Os meus gemidos misturam-se com os deles…
Nova palmada numa das nádegas dela e os gemidos deles começam têm a mesma cadência….
- Posso tirar a venda Ivo? – Pergunto.
- Isso é um pedido? – Pergunta ele e imagino o sorriso perverso que se deve estar a desenhar no rosto dele.
- É…. – Digo por fim, rendendo-me, também ao que eu preciso e não necessariamente em ganhar uma batalha.
- Tira. – Permite-me. E quando começo a ver, a visão deles correspondia à que eu tinha mentalmente. Agora sem venda, vejo-a numa perfeita sintonia com ele…e ganho fôlego com a visão dela mergulhada na minha cona e o meu olhar nele. E nesse momento volto-me ao contrário, ficando na mesma posição que ela e obrigando-a a lamber a minha cona por trás e depois a dar-me uma valente palmada numa das nádegas quando a língua começa a lamber o meu cu, enquanto um dos dedos começa a entrar dentro dele….
- Puta…que me fazes….hmmm – Olho pelo espelho para ele e vejo-o perdido no prazer que ela me dá. Deixo que o prazer me consuma, até me virar ao contrário e deslizar por ela abaixo…apertando-lhe as mamas e sugando cada um dos mamilos…deixando, por fim, que fosse a língua a provoca-los mais. Mas depois subo de novo, até sentir os lábios dela nos meus…um beijo que intensifico quando a língua dela procura a minha…e as mãos dela não se inibem de me tocar nas mamas, apertarem os mamilos, para depois serem os lábios dela a chuparem cada um, demoradamente. E ao mesmo tempo que isto sucede, ele deixa de a foder e desce, lambendo a cona da Alexandra, para passar à minha…lambendo os meus lábios demoradamente até eu me vir, sem qualquer controlo, tendo bastado um simples toque. Quase fico furiosa comigo mesma, pelo descontrole em que me deixa, pela facilidade com que me toca e consegue dar-me exactamente o que preciso. E, sem hesitar, eleva-me as pernas e começa a foder-me. A Alexandra, vendo-se mais liberta, sobe por mim e aninha-se perto do meu rosto, num declarado convite para que eu lhe lamba a cona que ele fodeu. Provoca-me com os movimentos que ritmadamente imprime na minha língua e, ao mesmo tempo, vejo-a apertar cada uma das mamas e exibir-se para mim. Uma clara masturbação, sendo a minha língua o vibrador onde se roça para ter prazer…
- Vais-te vir puta…na minha boca? – Pergunto quando a vejo a ceder ao prazer que lhe dou e nesse momento, enfio um dos dedos no cu dela…e ela vem-se descontroladamente.
- Fode-me o cu…abre-me o cu…para ele me foder…- Sussurra-me ela…virando-se de seguida ao contrário, e colocando-se na mesma posição, mas de quatro.
E baixa-se, retirando o caralho da minha cona para o lamber, de seguida, enfiando-o de novo na minha cona, enquanto eu lhe lambo o cu, bem apertado dela, mas deixo um dos meus dedos continuar a deslizar para dentro dele…entrando e saindo…uma e outra vez….
- Isso puta…abre-me esse cu… para ele.
E ele vem-se nesse momento, esporrando os lábios da minha cona e permitindo que ela me lamba a cona e o caralho dele, até à última gota de esperma. E não tarda a vir ter comigo, beijando-me e partilhando o esperma dele comigo, num beijo molhado e melado.
- Vira-te. – Pediu ele a Alexandra e coloca agora tu a venda.
- Mas porquê? – Perguntou ela.
E eu coloco a venda sobre os olhos dela e aproximo-me mais dele.
- Anda cá… - E puxa-me, beijando com sofreguidão os meus lábios ainda a saber a esperma, ao dele. – Vê… - Pede-me ele, referindo-se ao caralho dele a entrar lentamente no cu dela.
- Isso é um pedido? – Perguntei-lhe.
- Não, o pedido que te vou fazer é depois…de todos irem embora…. – Não entendi o que queria dizer, mas certamente queria continuar a divertir-se e por isso, o meu olhar permaneceu focado nela e nele e nas estocadas que ele ia infligindo naquele cu, enquanto lhe dava uma e outra palmada. E ergui-me e fui buscar outra venda…desta vez para o Ivo e coloquei-a.
- Sente…sente-a… - E os gemidos dela misturaram-se com os dele…e ela vem-se, deitando-se de seguida e gozando aquele momento.
E começo a masturbá-lo…e ele sabe perfeitamente que é o meu toque…
- Pede Ivo…pede-me…
- Casa comigo.
- Bebeste champanhe a mais… - E dizendo isto coloco-me de quatro e peço-lhe. - Fode-me o cu…
E começa a foder-me o cu…e quando olho para ele, já o vejo sem a venda, perdido no prazer que me dá…no prazer que lhe dou.
- Tu não me levas a sério porquê cabra? – Perguntou ele, enquanto me dava uma palmada numa das nádegas, marcando-me os dedos na pele.
- Porque não posso…não podes…
E a intensidade com que me fode aumenta até ele se vir no meu cu, deixando por fim o esperma escorrer pelas minhas pernas…
- Vem comigo…- Pede ele, erguendo-me.
- Isso é um pedido? – Perguntei.
- Ainda não…vem. – Diz-me ele com uma voz melosa e que não reconheço.
- Alexandra, vê se tudo corre bem…eu vou ali fora com o Ivo e já regresso.- Digo e pouco depois deixamos o quarto e percorremos o corredor. Levo-o até ao meu quarto e já lá dentro, fecho a porta atrás de mim e vejo-o andar de um lado para o outro.
- Aceitas algo para beber? – Pergunto-lhe.
- Sim…bebes comigo? – Perguntou-me já quando estava perto dele.
Era estranho estarmos ali os dois, nus, com a ténue luz que vinha de um dos candeeiros que tenho sempre aceso na sala.
Abri uma garrafa de uma reserva que quis guardar para uma ocasião especial. Peguei em dois copos e fui ter com ele. Ofereci-lhe um dos copos e fiquei com o outro, brindando com ele. Ficou a olhar para mim durante algum tempo e depois só consegue dizer o meu nome:
- Eva…
- Diz-me. – Pedi, quase temendo o que aquela proximidade queria dizer.
- Não me quero casar…não posso casar. – Confessa enquanto vai bebendo o vinho que lhe servi. – Hmmm…o vinho é bom.
- É uma boa reserva. – Digo, não me manifestando em relação à primeira parte da conversa dele, mas depois toco no assunto. – Porque não queres casar Ivo? Deixaste de a amar, foi isso? – Pergunto, mas já sabendo a resposta.
- Não. Não quero casar porque te conheci…e quero estar contigo, não com ela. Não posso amar, se quero estar com outra pessoa…e essa pessoa és tu...
- Sabes uma coisa? Este mundo não existe…é ficcional, é construído para prender e fazer com que os clientes regressem. Nada é o que parece…é o que o cliente quiser que seja. – Digo, tentando mostrar-lhe a verdade que mesmo eu não sentindo, era a certa a ser dita num momento como aquele.
- Estás a dizer-me que imaginei tudo isto? Que tudo o que aconteceu dentro destas paredes foi para que eu voltasse sempre, para me prender aqui, para querer mais? – Perguntou e ficou fixamente a olhar para mim.
Fiz um esforço tremendo para mentir, mas sei que se não o fizesse iria perder com isso…
- Sim Ivo…tudo… - Digo e baixo o olhar, dando mais veracidade ao que estou a dizer.
- Puta….fodasss….tu sabes o que eu sinto por ti? – Perguntou ele, levantando-se.
- Sei…e também te digo que quase todos os meus clientes se ligam, de alguma forma, porque faz parte…disto.- Tento que ele compreenda, mas o coração começa a apertar. – E tu Ivo sabes o que eu sinto por ti? – Perguntei-lhe sem que ele contasse.
- Estou ansioso por ouvir, mas vê lá se me dizes a verdade, pois, já estou cansado de tantas mentiras.
- Não são mentiras Ivo…faz parte do meu trabalho, mas… - E páro porque sei se continuar as coisas não vão correr bem.
- Continua fodasss. – E aproxima-se de mim e agarra o meu pescoço com força. – Estás a deixar-me louco sabias?
- Eu também sinto o mesmo…por ti…- Disse pausadamente para que ele pudesse perceber-me e diminuir a pressão da mão no meu pescoço. – Mas, precisamente por isso é que hoje é a última vez que me vais ver.
- Estás mesmo a falar a sério? És capaz de virar costas ao que sentes por mim, para continuares aqui? – Perguntou incrédulo.
- Apesar de gostar de ti…a resposta a todas as perguntas é a mesma. Sou capaz de fazer tudo para continuar a fazer o que gosto. – Respondi, mas com uma frieza maior.
- Sabes que apesar de te… - E sei que ia dizer amar…mas não o fez. – Não voltarei cá mais, se sair hoje por aquela porta. – Disse e eu sei que estava a dizer a verdade.
- Sei o que vou perder por te perder, mas é uma escolha que tu fazes com base na que eu já fiz. Vamos voltar para a festa? – Pergunto friamente, voltando a pôr a máscara que sempre usei.
Ele não respondeu. Saiu à minha frente, batendo a porta com força. Aproveitei para colocar um robe de cetim sobre o corpo e depois fui até ao outro quarto. Em menos de meia hora a festa terminou e já na saída o padrinho ficou para trás com ele para pagarem a festa de que usufruíram.
- Eva… - Diz ele quando ia a sair pela porta. – Guarda-o. – Disse-me entregando-me uma caixa e que abri de imediato.
- Um anel? Mas isto é um anel para um pedido de casamento…deves estar enganado. – E ia estender a caixa para lhe dar e ele vira-me as costas.
- E era…deixou de ser. Até um dia.
- Ivo... - Chamo por ele com um nó na garganta. E vira-se para trás e eu respondo o que nunca pensei, mas foi tão sentido.
- Sim...eu aceito... - Digo...sem pensar bem...
E vejo-o a correr na minha direção, abraça-me e dá-me um beijo.
- Aceitas? Aceitas-me na tua vida? - Perguntou ele.
- Sim...quero-te nesta vida comigo. E tu aceitas-me? Com tudo isto à minha volta? - Perguntei.
- É tudo o que eu quero. - Disse já não conseguindo largar-me.
- Estás à espera de quê para colocar o anel no meu dedo? - Perguntei-lhe e as lágrimas escorriam-me pela cara.
- Malta...vamos entrar de novo, tenho que fazer isto como deve ser. - Diz e sei exactamente como o vai fazer. E não me engano...
FIM
Intenso😎